Por Ir.'. Pedro Juk
A
Maçonaria mundialmente reconhecida é composta apenas pelo franco maçônico
básico, isto é: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Graus acima dos citados são particularidades
dos ritos. Existem também as conhecidas Ordens de Aperfeiçoamento da maçonaria
inglesa, também conhecidas por “side degree”.
Nenhum
grau acima do terceiro ou o avançamento nas Ordens de Aperfeiçoamento fazem
qualquer rito, ou maçom, melhor do que o outro, já que a plenitude maçônica na
Moderna Maçonaria se encerra com a Lenda do Terceiro Grau.
O
Mestre Instalado não é Grau, porém um título distintivo daquele que legalmente
eleito, ou conduzido por linha sucessória, ocupa a presidência de uma Loja,
conhecido como Venerável Mestre, ou o Mestre da Loja conforme o costume
cultural ou vertente maçônica (inglesa, ou francesa).
Instalação,
do verbo transitivo direto e indireto “instalar”, significa dar posse de um
cargo ou dignidade; investir. Assim, o ato de instalação significa “posse” e
sugere que qualquer pessoa que toma posse de um cargo, estará nele instalada.
Nos
meios maçônicos deveria também prevalecer essa definição, sobretudo no tocante
ao Obreiro eleito para o veneralato de uma Loja que, quando é empossado no
Cargo torna-se o Venerável Mestre Instalado, ou o Mestre Instalado, cujo
formato original não era acompanhado de nenhuma cerimônia litúrgica particular,
bastando para tal a simples transferência do Cargo pelo ocupante que cumprira o
seu mandato.
A
Moderna Maçonaria inglesa, entretanto, introduziu um cerimonial para a posse do
Mestre da Loja (Venerável), cuja ritualística se desenvolve por um complexo
enredo lendário. Nesse sentido, essa Cerimônia é própria dos Trabalhos Ingleses
(na Inglaterra não se conhecem “ritos”) e em particular ao Trabalho de
Emulação.
Já
na Maçonaria de vertente francesa (latina), originalmente não existe essa
prática, lembrando oportunamente que o Rito Escocês Antigo e Aceito é filho
espiritual da França.
Infelizmente
nos meios maçônicos latinos essa prática acabou ganhando guarida, talvez pelo
Cerimonial investido de pompa e misticismo. Daí, Ritos dessa origem como o
Escocês, o Francês ou Moderno e o Adonhiramita adotaram a prática adaptando
algumas passagens para suprir às suas características ritualísticas.
É
bem verdade que muitos Ritos de origem não britânica, porém com base no
Trabalho de Emulação, preferiram não aderir a essa prática, mantendo a pureza
de suas origens.
No
tocante às Obediências brasileiras e particularmente o Rito Escocês Antigo e
Aceito, severamente o mais praticado no Brasil, esse costume acompanhado do
Ritual de Instalação viria ser introduzido através das Grandes Lojas
brasileiras nascidas da cisão de 1.927 quando as suas lideranças buscaram base
nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica
o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos
Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação. Dessa forma esse
Cerimonial viria aportar na Maçonaria brasileira, consolidando-se como prática
imediatamente após a cisão de 1.927.
A
partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume
introduzindo-o através de um Ritual específico, para todos os Ritos nele
praticados, salvo o inerente aos Trabalhos de Emulação (conhecido
equivocadamente como York) que já praticava na sua essência por ser nele um
costume original.
Salvo
melhor juízo, no Brasil, atualmente, esse costume está arraigado na Maçonaria
Simbólica em geral, sendo uma prática de todos os ritos estabelecidos na
constelação das Obediências nacionais.
Dadas
essas considerações adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na
qualidade de Venerável, ou ex-Venerável, das letras M.´.I.´. como rótulo do
Mestre Instalado.
Essa
maneira não tardou a ser qualificada de modo equivocado por alguns como se a
qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau. Obviamente que não
é, pois como comentando, o simbolismo possui apenas e tão somente três
Graus.
Nesse
sentido, o Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior do Canteiro (Loja).
Ao término do seu mandato ele é um ex-Venerável. Assim todos aqueles que foram
instalados, são conhecidos como Mestres Instalados que têm também o privilégio
de ocupar um lugar distintivo no Oriente, porém sem o costume enganado de tomar
assento ao lado do Venerável da Loja. Os ex-Veneráveis sentam-se no Oriente,
todavia, na forma correta, abaixo do sólio.
Outro
mistifório que se apresenta por alguma vez, é que existe um Conselho de Mestres
Instalados que é formado para a Instalação de um novo Venerável. Esse Conselho,
vez por outra é confundido com um conselho permanente, o que não é correto,
pois o dito só é legalmente formado para a finalidade da Instalação e
posteriormente desfeito.
Salvo
se for lei na Obediência, Conselhos prementes que muitas vezes mais se
intrometem na condução legal da Loja do que ajudam são geometricamente errados
ao mesmo tempo em que reforçam a tese equivocada de que Mestre Instalado é um
Grau.
Ainda
no sentido de elucidar, porém não contestar, o termo “Past Master” é
concordante com a Maçonaria inglesa, já que para os ritos de origem francesa
ficaria mais de acordo o termo ex Venerável.
Finalizando
quero aqui deixar os meus cumprimentos pela forma como vossa pessoa se
apresentou “Mestre Maçom e Ex-Venerável”. No meu modesto entender o Obreiro que
preside uma Loja é o Venerável, entretanto para sê-lo ele precisa ser Mestre
Maçom. De posse do primeiro malhete ele continuará sendo um Mestre Maçom que
possui o título distintivo de Venerável Mestre.
Deixando
o veneralato, ele é um Ex-Venerável. Todavia ele permanecerá sendo um Mestre
Maçom. Daí é preferível: M.´.M.´..
FONTE: JB NEWS
RECEBA NOSSA NEWSLETTER
0 Comentários