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Quem nasceu em 25 de dezembro? Jesus, Osíris,
Buda e Átis
Por milhares de anos, no mundo mediterrâneo,
como também no tempo em que se situa a pregação de Jesus, na Palestina, e até o
século IV de nossa era comum, coexistiram uma grande quantidade de crenças e
rituais que apresentam incríveis similaridades. Mas o que mais surpreende é a
presença e a persistência de um mito extraordinariamente difundido: o do herói,
do Deus ou semideus, que se encarna, morre e ressuscita, com vestígios
detectáveis até no Oriente.
Resumindo, apenas para citar os casos mais
evidentes, mencionaremos o que é dito sobre alguns deles:
O mito
de Tammuz e Ishtar
É um dos primeiros exemplos da alegoria
mítica do Deus que morre, provavelmente anterior a 4000 a.C. As condições
imperfeitas das tábuas onde o rito é descrito tornam impossível conhecer mais
do que fragmentos dos rituais de Tammuz.
Tammuz era o Deus esotérico do Sol e não
ocupava uma posição de destaque no Panteão babilônico, onde era venerado como
um deus da agricultura ou espírito da vegetação. Originalmente, era descrito
como um dos guardiões das portas do mundo subterrâneo. Como muitos outros
deuses salvadores, era chamado de pastor ou senhor do trono do pastor.
Tammuz ocupava uma posição importante no
Panteão Babilônico: era filho e esposo de Ishtar, a Deusa Mãe (De-meter)
assírio-babilônica. Ishtar, a quem o planeta Vênus era consagrado, era de longe
a divindade mais venerada: identificada com Astarte, Ashteroth e a mais tardia
Afrodite.
A história da descida de Ishtar ao submundo é
contada, presumivelmente em busca de um elixir sagrado que poderia devolver a
vida a Tammuz. Isso parece ser a chave para entender os rituais dos Mistérios
da Deusa.
As festas de Tammuz ocorriam pouco antes do
solstício de verão. Ele morria no meio do verão, justamente no mês que
antigamente levava seu nome, e sua morte era lamentada com elaboradas
cerimônias.
Os
Mistérios de Osíris-Horus no Egito
No Egito, de forma semelhante, celebravam-se
os Mistérios de Osíris-Horus. O mito conta que Osíris, esposo de Ísis, foi
assassinado pelo irmão Seth ou Tífon, para depois ressuscitar imortal como
Hórus, nascido do ventre de Ísis. Este mito inclui elementos como o nascimento
virginal, a descida aos infernos e a ressurreição.
Hórus, renascido Osíris, foi concebido sem
relação sexual, pois Ísis recuperou e reconstituiu o corpo de Osíris, exceto
pelo órgão genital, que foi perdido. Ele nasceu em 25 de dezembro, numa
caverna, de Ísis-Meri.
Sua história inclui elementos familiares:
nascimento anunciado por uma estrela, presença de sábios no nascimento,
batismo, milagres, morte em uma cruz entre dois ladrões, e ressurreição no
terceiro dia.
Adônis
e os Mistérios Fenícios
Os rituais de Adônis, cujo nome significa
"Senhor", eram celebrados no Egito, Fenícia e Biblos. Adônis, como
outros deuses, era associado à vegetação e à fertilidade, com festas que
lamentavam sua morte e celebravam sua ressurreição.
O nome Adônis também foi absorvido pelos
hebreus como Adonai. Sua história e seu simbolismo se entrelaçam com rituais de
renovação espiritual e agrícola.
Átis e
os Mistérios Frígios
Na Frígia, o culto de Átis girava em torno de
sua morte e ressurreição, com festas similares às de Adônis. Nasceu de uma
virgem (Nana), em 25 de dezembro, e sua ressurreição, ao terceiro dia, era
celebrada como um triunfo sobre a morte.
Elementos do culto de Átis, como o uso de um
pinheiro, ecoam em tradições como a árvore de Natal.
Dionísio
e os Mistérios Gregos
Na Grécia, Dionísio também é associado ao
nascimento em 25 de dezembro, milagres, transformação da água em vinho, e morte
e ressurreição em março. Ele é identificado com o cordeiro ou o vitelo e é
denominado Rei dos Reis, Salvador e Redentor.
Mitra e
os Mistérios Persas
Mais a leste, na Pérsia, encontramos Mitra,
que nasceu em 25 de dezembro, em uma caverna, de uma virgem. Mitra era o
"Salvador", "Filho de Deus" e "Redentor". Ele foi
enterrado em uma tumba e ressuscitou, com festividades no solstício de inverno
e no equinócio de primavera.
Krishna
e Buda na Índia
Na Índia, Krishna e Buda compartilham
narrativas similares: nascimento virginal em 25 de dezembro, milagres, cura de
doentes, morte, e ressurreição ao terceiro dia.
Jesus
Cristo
Por fim, Jesus Cristo, cuja tradição cristã
coloca o nascimento em 25 de dezembro, também compartilha elementos de
nascimento virginal, milagres, morte na cruz e ressurreição após três dias.
O Mito
do Deus Moribundo
Em todas essas tradições, o mito do Deus que
morre e ressuscita é uma constante universal. Representa tanto a redenção
individual quanto a regeneração universal, um arquétipo que atravessa culturas
e religiões.
O mito do Deus encarnado, que compartilha a
jornada terrena com os homens, ensina e estabelece mistérios ou novas
religiões, culminando em uma morte violenta e ressurreição, é uma constante no
imaginário humano.
Na Maçonaria, o mito de Hiram Abiff é uma releitura simbólica e esotérica desses antigos Mistérios, ecoando a Filosofia Perene e a Gnose Eterna, que ainda têm muito a ensinar à humanidade contemporânea.
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