Por Alice Dubois
O universo misterioso e hermético da Maçonaria sempre guardou um espaço para a homossexualidade, frequentemente mantida em sigilo, não como forma de exclusão, mas como proteção contra uma sociedade que, em muitos momentos da história, foi menos tolerante. Se a Maçonaria pode ser vista como uma grande loja, a homossexualidade ocupa um quarto secreto, longe dos olhares indiscretos, mas presente e protegida.
Uma
História de Contradições
As lojas maçônicas, fundadas sob os ideais de
igualdade e fraternidade, nem sempre implementaram esses valores de forma plena
no que diz respeito à orientação sexual. Figuras históricas, como Jean-Jacques
Régis de Cambacérès, um dos responsáveis pelo Código Napoleônico e abertamente homossexual,
encontraram espaço na Maçonaria francesa sem que sua orientação sexual
comprometesse sua contribuição ou sua filiação. No entanto, a aceitação não era
homogênea. Lojas masculinas tradicionais, muitas vezes exclusivas e
conservadoras, refletiam atitudes da sociedade em que estavam inseridas.
Por outro lado, lojas mistas como o Le Droit Humain, fundadas por pioneiros como Maria Deraismes e Georges Martin, ofereceram um ambiente mais acolhedor. Promovendo igualdade de gênero, essas lojas também abriram caminhos para maior aceitação de diferentes orientações sexuais. Nessas instituições, a homossexualidade não era motivo de debate, mas vista como uma expressão natural de amor e fraternidade.
Complexidade
para as Mulheres
A inclusão feminina na Maçonaria trouxe novos desafios e possibilidades. A Grande Loge Féminine de France, criada em 1952, marcou uma mudança significativa. Embora as mulheres tenham enfrentado resistência ao buscar seu lugar em um espaço tradicionalmente dominado por homens, questões como a homossexualidade feminina eram tratadas com discrição ainda maior. Exemplos como Olivia Chaumont, arquiteta e uma das primeiras mulheres transexuais iniciadas no Grande Oriente de França, demonstram que a diversidade sempre esteve presente, mesmo que nem sempre fosse amplamente reconhecida.
Um Novo
Vento de Mudança
A modernidade trouxe consigo uma
transformação significativa. Fraternidades como os Enfants de Cambacérès, no Grande
Oriente da França (GODF), foram criadas para oferecer apoio e espaço para
maçons gays e lésbicas. Mais do que tolerância, essas lojas promovem o
compromisso com a igualdade de direitos, incluindo causas como o casamento
igualitário, que mobilizam debates e unificam maçons em todo o mundo.
Ainda assim, a Maçonaria, como reflexo da sociedade, não está imune a preconceitos. Algumas lojas continuam a tratar a homossexualidade com reserva, mas a tendência predominante aponta para inclusão e aceitação. Afinal, em uma ordem dedicada a elevar a humanidade, excluir qualquer aspecto do coração humano seria contraditório.
Do
Sigilo à Emancipação
A trajetória da homossexualidade nas lojas
maçônicas reflete uma viagem fascinante do segredo à emancipação.
Historicamente, a Maçonaria foi um refúgio para ideias e indivíduos
marginalizados. Em muitos países, especialmente no mundo anglo-saxão, funcionou
como um espaço seguro para redes de homens gays, onde a expressão do amor
encontrava proteção sob o manto da fraternidade.
O sigilo e os rituais maçônicos, com seus
símbolos e hierarquias, funcionavam como escudos contra a perseguição externa.
No entanto, essa proteção nem sempre significou aceitação. Em algumas lojas, a
discrição era uma exigência, e muitos membros homossexuais precisavam ocultar
parte de sua identidade para se adequar.
Com a chegada do século XXI, a visibilidade da homossexualidade cresceu, tanto na sociedade quanto dentro das lojas. Maçons abertamente gays e lésbicas passaram a ser reconhecidos, não apenas por sua orientação sexual, mas por suas contribuições. Lojas específicas, como os Enfants de Cambacérès, surgiram para promover os direitos LGBTQ+ no contexto maçônico, inspiradas em figuras históricas como Cambacérès.
A
Caminho da Verdadeira Fraternidade
Nos últimos anos, debates sobre a inclusão da
homossexualidade nos rituais, na iniciação e na coesão das lojas abriram
discussões enriquecedoras sobre amor universal e tolerância. Para as mulheres
maçons, o progresso foi paralelo, mas frequentemente mais discreto. Lojas
femininas e mistas adotaram abordagens mais holísticas, reconhecendo a
diversidade sexual como um enriquecimento para a fraternidade.
Mesmo com focos de resistência, a Maçonaria moderna está cada vez mais comprometida com a abertura e a igualdade. As lojas procuram ser não apenas espaços de crescimento pessoal, mas ambientes onde todos os membros, independentemente de sua orientação sexual, possam ser respeitados e valorizados.
Um
Símbolo de Busca e Evolução
A homossexualidade nas lojas maçônicas tornou-se um símbolo da busca incessante por verdade, igualdade e fraternidade universal. Essa jornada, como toda experiência maçônica, é tanto interna quanto externa, representando um esforço contínuo por uma humanidade mais profunda e inclusiva, em toda a sua diversidade.
Fonte: https://450.fm
9 Comentários
Uma bosta de artigo, praticamente um insulto à Maçonaria. E pensar que essa revista já foi bem conceituada.
ResponderExcluirSó pode ser uma piada esse texto. E de muito mal gosto!!!
ResponderExcluirNunca tinha lido tamanha bizarrice
ResponderExcluirEra só o que faltava. Lojas espúrias podem qualquer coisa, não confundam as coisas
ResponderExcluirAgora vão querer mudar o animal também? Ao invés de bode vão querer usar unicórnio? kkkkkk
ResponderExcluirArco-íris é uma Paramaçônica, lá é para Meninas... hahahaha
ResponderExcluirChega de internet por hoje
ResponderExcluirOlha aí o resultado de indicar qualquer porcaria pra dentro de uma Loja
ResponderExcluirSer livre e de "bons costumes", não é mais exigido dos candidatos?
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