Autor: Aquilino R. Leal – M.’.I.
Quadro
de Domenico Feti que retrata Maria Madalena – O Globo
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Esclarecimentos
necessários
O alvo desta
exposição é apresentar a personagem Maria Madalena com uma roupagem atual. O
objetivo não é julgar nem estabelecer conceitos de religião, ainda que para
compreender o assunto tenhamos que nos despir de alguns compromissos e ter
a mente receptiva a novos horizontes.
Para os
interessados no assunto, e esperamos que não sejam poucos, fornecemos as fontes
de consulta nas quais fundamentamos este trabalho essencialmente de compilação (grifo
proposital); os relatos extraídos dessas fontes foram, em algumas situações,
adaptados à realidade desta publicação.
Esclarecemos que
não foi livro O Código Da Vinci, de Dan Brown, o responsável pela
elaboração desta publicação de transcrições/adaptações; esse romance de ideias
foi, isso sim, a alavanca necessária para retornar ao tema. Há tempo que
questionamos a posição da mulher não só na Igreja Católica com suas tradições,
lendas e mitos, como também em algumas sociedades.
Um rabino chamado
Eliézer, do primeiro século da era cristã, declaradamente preconceituoso,
dizia: “Antes sejam queimadas as palavras da Torah do que confiadas a
uma mulher!”. É nosso dever extirpar tais sentimentos de nosso meio.
Parte do
interesse recente pela figura de Maria Madalena tem a ver com a descoberta, no
Egito, de textos cristãos primitivos, como o Evangelho de Maria[2], o Diálogo
do Salvadore o Evangelho de Tomé. Os demais textos provêm da
descoberta, em 1945 ou 1946, de um vaso de argila selado no sopé de uma
montanha perto do povoado de Nag Hammadi, no Alto Egito[3]. Esses e outros textos inéditos
abriram novas perspectivas para o estudo dos primórdios do cristianismo. Tais
textos mostram que o cristianismo primitivo era muito diferente do que
imaginávamos e do que, infelizmente, é hoje.
Quem
foi Maria Madalena?
Segundo
os relatos bíblicos, Maria Madalena foi uma das “piedosas mulheres” que
acompanhavam Jesus. Este a teria libertado de sete demônios e,
consequentemente, da vida mundana e de pecados que levava; ela teria assistido
ao martírio, à crucifixão e à deposição de Cristo; também teria sido testemunha
da Ressurreição do Mestre. Tradicionalmente Maria Madalena costuma ser
identificada como a anônima “pecadora arrependida” de que fala Lucas, aquela
que perfumou os pés de Jesus, banhou-os com suas lágrimas e enxugou-os com os
próprios cabelos.
Não
há dúvidas que Maria Madalena foi, e é, uma figura histórica e controvertida
dentro da história do cristianismo. Ela é nominalmente mencionada no Novo
Testamento mais de dez vezes e é citada por todos os quatro evangelistas; Maria
Madalena desempenha um papel extremamente importante, junto com outras
mulheres, em relação à Paixão e ressurreição de Cristo – somente o
Evangelho de Lucas a cita fora daqueles últimos dias de Jesus cuja mãe, Maria,
teve um papel importante na infância do Mestre, mas não no corpo dos Evangelhos
– a figura de Maria recentemente foi conclamada pela ICAR.
Maria
Madalena é um dos poucos seguidores de Jesus presentes à sua crucificação e que
lhe presta assistência após a sua morte. É a pessoa que retorna ao seu túmulo
três dias depois e a quem o Jesus ressuscitado primeiro aparece[4].
Jesus
aparece primeiro à Maria Madalena a quem atribui a missão de transmitir ao
mundo a mensagem cristã de vida eterna… Portanto não foi Pedro o primeiro Papa
como a Igreja quer impor! Por isso ela é a apóstola dos apóstolos! A primeira a
ser incumbida da suprema missão de proclamar a mensagem de Cristo! Uma mulher!
Já
os chamados Evangelhos apócrifos consideram Maria Madalena como espírito da
Sabedoria, personificação da gnose (conhecimento), amada de Jesus, adversária de
Pedro, ministra da evangelização, discípula e apóstola de Jesus etc. A tradição
judaica, considerada hostil a Jesus, também ensinou que Maria Madalena era adúltera:
o Talmude chega a confundir Maria Madalena com Maria, mãe de Jesus.
Estudos
mostram que, de todas as personagens bíblicas, provavelmente Maria Madalena foi
aquela que mais sofreu deturpação do ponto de vista de reconstituição histórica[5]. Sua trajetória real junto a
Jesus foi modificada e encoberta por inverdades divulgadas ao longo dos séculos
até mesmo pela Igreja, pelos textos bíblicos e por errôneas interpretações
feitas ao saber de suas respectivas épocas ou, ainda, pela incompreensão dos
textos sagrados. Paralelamente às inverdades, uma outra história tem sido
contada de modo sublinear pela arte ao longo de dois mil anos de
história cristã e, também, pelos textos apócrifos.[6]
De
acordo com esses textos apócrifos (há indícios também nos Evangelhos
sinópticos), depois da morte de Jesus, os outros discípulos não desejavam ver
uma mulher no comando do grupo, o que naturalmente estava acontecendo pelo
enorme conhecimento espiritual de Madalena. Pedro, por diversas vezes, teria
contestado e se atritado com Madalena pois temia que ela definitivamente se tornasse
líder do grupo. A partir dessa luta de poder relativo à liderança do
cristianismo e pelo fato de uma mulher contemplar mais conhecimentos que todos
os discípulos, teria se forjado a história da prostituta, que todos nós,
lamentavelmente, conhecemos por mais uma das inverdades apregoadas pela Igreja.
Maria
Madalena se manteve presente, assistindo e sofrendo o tempo todo, conforme
mencionado nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Pedro, quando da crucificação de
Jesus, enquanto todos os seus devotos masculinos (grifo proposital)
ficaram escondidos. Os discípulos fugiram! Uma caterva de covardes!
Segundo
os quatro Evangelhos[7] Maria Madalena recebeu as
Boas Novas, primeiramente de um anjo e então do próprio Jesus[8], assim Maria Madalena foi, na
realidade, uma das primeiras evangelizadoras.
Sob
o ponto de vista histórico, sua figura representa, para a cristandade, o
símbolo da penitente, da possibilidade de zerar uma vida de pecados e recomeçar
tudo de novo a partir da fé, da esperança, da crença; a transformação da pedra
bruta na pedra polida! Isso equivale principalmente quanto ao perdão. Tanto
que, ao defendê-la, Jesus teria dito para que atirasse a primeira pedra aquele
que nunca havia pecado antes. Com esse gesto simplório e profundo, conseguiu
calar a todos e salvar a sua futura seguidora e quiçá mulher.
Nos
chamados Evangelhos apócrifos, em especial o Evangelho de Maria e de Felipe, é
encontrada uma nítida valorização da mulher; em ambos se vê que Jesus fazia
revelações privilegiadas à Maria Madalena uma vez que era ela quem mais estava
em sintonia com os ensinamentos do Mestre: um caminho para o conhecimento
espiritual e não como revelação apocalíptica.
Em
tempo, Madalena não é o sobrenome de Maria. Naquele tempo não se dava atenção
ao sobrenome, eram identificadas por sua relação com o seu pai ou cidade natal,
tal qual ainda ocorre nas pequenas cidades. A maioria dos estudiosos acredita
que Madalena significa de Magdala, uma cidade às margens ocidentais do lago
(mar) de Galileia, entre Cafarnaum, a aproximadamente 10 km, e Nazaré, distante
uns 30 km, e próxima a Canaã, porém relativamente distante de Jericó.
As
Marias
Há
muitas Marias mencionadas nos Evangelhos e uma porção de outras mulheres
importantes, mesmo não sendo citadas nominalmente. No Evangelho de Felipe são
nominalmente citadas as três que sempre acompanhavam o Senhor: “sua mãe, sua
irmã e sua companheira eram todas Marias. E a companheira[9] do Salvador é Maria
Madalena”.
Há
duas histórias diferentes de mulheres ungindo os pés de Jesus e secando-os com
seus cabelos.[10]Coube ao papa Gregório I, em um
sermão em 591 d.C., associar as duas.[11]
A dissociação
somente ocorreu na reforma do calendário litúrgico em 1969 quando, então, foi
considerado o dia 22 de julho como o dia de Maria Madalena para recordar as
três mulheres de cada uma dessas três histórias: Maria Madalena, Maria Betânia
e a pecadora de Lucas (não identificada nominalmente).
Ainda que o
rótulo de prostituta aplicado por Gregório a Maria Madalena tenha sido
oficialmente rejeitado pela Igreja Católica em 1969, assim admitindo o seu
erro, a imagem de Maria Madalena como meretriz penitente tem permanecido em
todas as Igrejas cristãs.
A Igreja romana,
seguindo São Gregório Magno, além de identificá-la como “pecadora”, também a
chama de Maria de Betânia, irmã de Lázaro, e celebra as três Marias com uma
única festa. A Igreja grega, ao contrário, seguindo Orígenes, distingue as três
figuras, celebrando festas diferentes; essa posição não foi também adotada
pelas Igrejas Ortodoxa e Protestante quando romperam com o catolicismo.
Maria Madalena
homenageada
A personagem Maria
Madalena foi tratada do decorrer da história cristã como mito de pecadora
redimida. De prostituta virou santa para morar no imaginário coletivo como
mulher forte e exemplo de vida cristã.
Mesmo os
conservadores estão hoje dispostos a atribuir a Maria Madalena um papel
histórico significativamente mais importante do que lhe é conferido pela visão
tradicional da Igreja.
Maria Madalena
foi proclamada, em 1050, padroeira de uma abadia de monjas beneditinas: a ideia
seria a de mostrar que ela se arrependeu e se tornou eremita. Na França
ela é tida como padroeira dos perfumistas e cabeleireiros. Ela também é
padroeira das prostitutas. Na liturgia devocional da idade média são
encontradas laudas completas dedicadas a ela. A personagem inspirou muitos
pintores, os quais a retratam como mulher pecadora, bela e formosa, solitária,
que unge Jesus, que anuncia o ressuscitado e discípula que acompanhou Jesus em
sua agonia.
Tanto Oxford
quanto Cambridge, as mais tradicionais universidades da Inglaterra, têm
faculdades batizadas em homenagem a Maria Madalena.
O Magdalen
College de Oxford, fundado em 1458, foi uma das primeiras faculdades a ensinar
Ciências. Em Cambridge, o Buckingham College, fundado em 1428, teve seu
nome alterado em 1542 para Magdalen College.
O casamento de
Maria Madalena
Uma imensa
corrente de pesquisadores admite que Jesus e Maria Madalena foram casados e
deste casamento teria nascido uma filha, que seria a descendência real, o
sangue real, o Santo Graal, e que Maria Madalena com sua filha chamada Sara[12] foram viver no sul da
França. Esse seria o grande segredo, a versão da história guardada há milênios,
ou melhor, história que se julgava devidamente sucumbida a partir do Concílio
de Nicéia, ocorrido no ano de 327 d.C., mas que voltou com o livro “O Código
Da Vinci”.
No ano de 1891,
durante a reforma de uma igreja em Rennes-le-Château, sul da França, o padre
Bérenger Saunière, segundo se soube, teria encontrado um “tesouro” trazido da
Terra Santa e guardado pelos Cavaleiros Templários. Esse tesouro comprovaria a
existência de descendentes diretos de Jesus, ou seja, da linhagem sagrada.[13]
Jesus na condição
de um homem judeu adulto, certamente pela tradição cultural da época, teria se
casado: pelos costumes judaicos, o celibato era proibido e obrigação de um pai
judeu era encontrar uma esposa adequada para seus filhos – Pedro,
inclusive, era casado.
No Evangelho de
Felipe se lê: “E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a
mais do que todos os discípulos e costumava beijá-la com frequência na boca. O
resto dos discípulos ofendia-se com isso e expressava sua desaprovação. Diziam
a ele: Por que tu a amas mais do que a nós todos?”
Se Jesus foi
realmente casado com Madalena, certamente houve um propósito, certamente uma
aliança dinástica, o que na época era bastante comum, para garantir o sangue
real.[14]Porém um Jesus casado
comprometeria séculos de preconceito contra a intimidade sexual. O sacerdócio,
lembremos, não era vedado às mulheres nos primeiros dias da Igreja e o celibato
dos padres só se tornou uma regra seis séculos depois de Cristo (para não vilipendiar,
devido ao casamento, a riqueza adquirida pela Igreja?).
Será o casamento
em Canaã, mencionado no Novo Testamento, uma narrativa metafórica do casamento
de Maria Madalena e Jesus Cristo? Teria sido ela uma “prostituta” como nas
antigas culturas em que os homens praticavam o ato sexual com as “prostitutas
do Templo” em busca de experiências arrebatadoras, divinas, místicas e
religiosas como a prática do hiero gamos[15] (“casamento sagrado”)?
Em todas as
versões do casamento sagrado, a representante da deusa, na forma de sua
sacerdotisa, se unia sexualmente com o rei escolhido ante de sua morte
sacrifical. Três dias depois o deus ressuscitava e terra voltava a ser fértil[16]…
Conclusão
Maria Madalena
era de fato uma prostituta como a identifica a tradição cristã? Se não era por
que foi durante tanto tempo assim retratada pela Igreja e por que o Vaticano
mudou de ideia na década de 1960?
Maria Madalena,
muito mais do que está dito na Bíblia, foi, verdadeiramente, uma discípula de
Jesus, e, segundo diversos historiadores, o discípulo mais próximo do Mestre,
de seus ensinamentos espirituais.[17]
Esses
ensinamentos estavam inteiramente ligados à espiritualidade interior, sendo o
verdadeiro caminho para a evolução espiritual, como vemos no trecho do
Evangelho, segundo Maria Madalena, em que Jesus disse: “Todas as espécies,
todas as formações, todas as criaturas estão unidas. Elas dependem umas das
outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da
matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tem ouvidos
para ouvir, ouça”.
Segundo
Tomé, Evangelho também considerado apócrifo, o reino de nós está dentro de nós
e também em nosso exterior: “Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos sereis
conhecidos e compreendereis que sois os filhos do Pai vivo. Mas se não vos
conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a pobreza”.
Observo
que unidos estamos todos nós, formando a essência da vida e com Deus dentro de
cada um, por isso o caminho é mergulhar em nosso interior, achar a direção de
nossa evolução, encontrar Deus que habita em nós.
Lembremo-nos
que o Mestre não deixou normas, somente pediu que levemos em conta o que ele
“mostrou” na sua prática de amor incondicional: “A Paz esteja convosco. Recebei
minha paz. Tomai cuidado para que ninguém vos afaste do caminho, dizendo ‘Por
aqui’ ou ‘Por lá’, pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o
procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino.
Não estabeleçais outras regras além das que vos mostrei e não as instituais
como legislador, senão serei cercados por elas”.
O
reino de Deus está dentro de cada pessoa e necessário se manter em equilíbrio
para não atrair doenças e a morte física; visão esta plenamente aceita pela
medicina alternativa em todas as correntes.
Deixemos
claro que as nossas convicções tendem para o panteísmo: a força divina que está
presente no mundo e permeia tudo o que nele existe, sendo nosso objetivo, como
mortais, nos unir com o divino, sem a necessidade e muito menos a
obrigatoriedade de “intermediários”.
Parafraseando
o pensador Montesquieu: “Às autoridades eclesiásticas o meu respeito.
Advirto-as, porém, que minhas ideias não foram feitas para curvar-se perante
elas e, muito menos, meus joelhos”.
Bertrand
Russell, em seu livro Porque não cristão afirma: “A questão da
verdade de uma religião é uma coisa, mas a questão de sua utilidade é outra,
diferente. Estou tão firmemente persuadido de que as religiões são nocivas,
como o estou de que são falsas… É evidente, como questão de lógica, que, já que
elas diferem entre si, apenas uma delas pode ser verdadeira…”.
“Triste não é mudar de ideia. Triste é não ter ideia
para mudar.” (Autor
desconhecido)
“Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias
anunciando a boa nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, como também
algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de
enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios;
Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras que o
assistiram com as suas posses.” (Lucas
8,1-3)
“Por ventura não clama a Sabedoria e a inteligência
não eleva a sua voz? No cume das montanhas posta-se ela, e nas encruzilhadas
dos caminhos. Alça sua voz na entrada das torres, junto às portas, nas
proximidades da cidade. É a vós, ó homens, que eu apelo; minha voz se dirige
aos filhos dos homens. Ó simples, aprendei a prudência, adquiri a inteligência,
ó insensatos”. (Provérbios
8,1-5)
“Você não poderá resolver os problemas que tem hoje
pensando da mesma maneira que você pensava quando os provocou” (Albert Einstein)
Autor: Aquilino
R. Leal – M.’.I.’.
Loja
Stanislas de Guaita, 165 – REAA – GLMERJ
(*) Nota do Blog:
O irmão Aquilino é colaborador do semanário FOLHA
MAÇÔNICA, do mensário espanhol RETALES DE MASONERÍA, e produtor
do programa MÚSICA E MEMÓRIA, UMA VIAGEM AO
PASSADO, apresentado todas as quartas-feiras das 17 às 18 horas na
Rádio Naphtali (http://www.naphtaliwebradio.com).
É também colaborador do blog O Ponto Dentro do Círculo, com seus artigos
sendo publicados toda sexta-feira.
NOTAS
[1] Trabalho de nossa autoria
apresentado em julho de 2005 na Loja à qual estávamos filiados no Rio de
Janeiro, meses antes de nossa mudança para Lima Duarte – Minas Gerais. Trabalho
ligeiramente alterado e complementado para a sua publicação no blog O PONTO NO
CÍRCULO.
[2] O Evangelho está em papiros
do século V d.C. que chegaram ao mercado de antiguidades do Cairo em 1896 sendo
publicados em 1955.
[3] Conhecidos como os Códices
de Nag Hammadi, esses papiros do século IV d.C. contêm farta literatura cristã
antiga: quarenta e seis obras no total, quase todas até então desconhecidas.
[4] Nesse momento Ele a instrui
(credencia) a difundir a notícia de sua ressurreição e a se tornar, de fato, a
figura mais importante entre os apóstolos, a portadora da mensagem cristã a
eles e ao mundo.
[5] Não podemos ignorar
condições semelhantes em Judas.
[6] Os textos apócrifos ou
gnósticos, escritos no final do século II, foram encontrados na região de Nag
Hammadi, no Egito, durante o ano de 1946, porém nunca foram reconhecidos pela igreja
primitiva nem pela atual – são considerados como literatura herética,
distanciada da Igreja.
[7] Mateus, Marcos, Lucas e
João.
[8] Marcos 16:1-8; João
20:16-18; Lucas 24:1-10; Mateus 28:1-10: “No findar do sábado, ao entrar o
primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria, foram ver o sepulcro…”.
[9] A palavra grega koinono,
usada para descrever Maria Madalena, embora seja muitas vezes interpretada com
o significado de companheira, se traduz mais corretamente como “cônjuge” ou
“consorte”, uma mulher com quem um homem já teve incurso sexual.
[10] Lucas 7:38,44 (38: “E,
estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com
lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e
ungia-lhos com o unguento”. 44: “E, voltando-se
para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me
deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou
com os seus cabelos.”), João 11:2 (“E Maria era aquela que tinha ungido
o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo
irmão Lázaro estava enfermo.”), e João 12,3 (“Então Maria,
tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de
Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro
do unguento.”).
[11] A qualificação de Maria
como prostituta provém da Homilia 33 do papa Gregório I na qual ele declara:
“Aquela que Lucas chama de mulher pecadora e que João chama de Maria
acreditamos ser a Maria de quem, segundo Marcos, Jesus expulsou sete demônios.
E o que esses sete demônios significavam senão todos os vícios? … É evidente,
meus irmãos, que essa mulher usava o bálsamo para perfumar sua carne em atos
proibidos”.
[12] Sara significa rainha ou
princesa em hebraico.
[13] Segundo historiadores o
fato foi levado ao papado sendo o padre contemplado com uma grande fortuna, mas
antes de sua morte repentina, para não dizer suspeita, ele repassou o “tesouro”
para sua secretária que também teve uma morte suspeita, com ela também “morreu”
o segredo.
[14] Acredita-se que Jesus
descendia de Davi e Salomão enquanto Maria Madalena seria uma descendente da
estirpe Benjamim. Seremos nós os filhos dessa viúva?
[15] Rito pagão sumamente
sagrado no qual uma mulher ungia a cabeça e os pés – e também os
genitais ‑ do homem escolhido. Era a unção do rei sagrado. A unção
consistia um ato preparatório à penetração durante o ritual, em que o
sacerdote-rei era banhado pelo poder de deus ao mesmo tempo em que a
sacerdotisa-rainha era possuída pela grande deusa.
[16] O tema da ressurreição é
encontrado nos sistemas de crenças egípcio, sumério e cristão: Ísis e Osíris,
Istar e Tamuz, Maria Madalena e Cristo.
[17] A etimologia de Magdala
deriva de uma antiga palavra para “torre” que podemos associar a “coluna”: ela
era a coluna do rebanho. Será que era a Coluna da Sabedoria?
Fontes
consultadas
Baigent,
Michael; Leigh, Richard; Lincoln, Henry. O Santo Graal e a linhagem sagrada.
Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Brown,
Dan. O código Da Vinci. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
Burstein,
Dan. Os segredos do código. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
de
Almeida, João Ferreira (tradução). A Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do
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Hellern,
Victor; Notaker, Henry; Gaarder, Jostein. O
livro das religiões. São Paulo: Schwarcz, 2002.
Renan,
Ernest. Vida de Jesus. São Paulo: Martin Claret, 2004.
Revista
Época. Jesus e Madalena. Rio de Janeiro: Globo, edição no 344,
20 dezembro 2004.
Revista
Super Interessante – Aventuras na história. A verdadeira história da
condenação de Jesus. São Paulo: Abril, edição no 8,
abril 2004.
Revista
Super Interessante. O código Da Vinci. São Paulo: Abril, edição no 205,
outubro 2004.
Revista
Super Interessante. Santo Graal. São Paulo: Abril, edição no 210,
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Revista
Super Interessante. São Pedro: o primeiro papa. São Paulo: Abril, edição no 205,
outubro 2004.
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Ricci,
Sophia. Priorado de Sião e as sociedades secretas: Coleção entendendo o Código
Da Vinci. São Paulo: Escala.
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Vinci. São Paulo: Escala.
Russel,
Bertrand. Porque não sou cristão. São Paulo: Livraria Exposição do Pensamento,
1972.
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Margaret. Maria Madalena e o Santo Graal: a mulher do vaso de alabastro. Rio de
Janeiro: Sextante, 2004.
Welborn,
Amy. Decodificando Da Vinci. São Paulo: Editora Pensamento‑Cultrix, 2004.
1 Comentários
Caro Luiz Sergio, achei ótimo o texto, muito bom mesmo. Concordo plenamente o fato de que, a mulher não tem nenhuma participação relevante na igreja católica, a não ser limpar, costurar etc. Porém na maçonaria acontece o mesmo. Fora a maçonaria mista que permite a entrada de mulheres - me perdoe se estiver falando alguma bobagem -, mas na maçonaria, vou chamar de tradicional para ficar mais fácil o objetivo do comentário, repete a mesma atitude da tradicional igreja católica apostólica. Então veja a lógica. Se a maçonaria - ou não, pode ser um ponto de vista particular de alguns maçons ou um posição para fazer social - reclama o posição de Maria Madalena e uma defesa da imagem da mulher e a participação da mesma em toda a história do Cristo, não deveria a instituição maçônica dar o exemplo. Porque do contrário, repete novamente a postura da igreja católica apostólica romana que, defende a mulher só para fazer social, no entanto, exemplo zero. O contrário de tudo que foi e é o Cristo. Exemplo em primeiro lugar. Mais uma vez, gostei do texto.
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