Reportagem do G1 conta que o deputado federal Marco Maia (PT-SP) (foto), presidente da Câmara, pediu um noticiário “sem malícia” sobre a viagem que fará para a Espanha, entre os dias 14 e 17. O caso é que, para a viagem ficar estranha, não é preciso malícia nenhuma. Acompanhado de Romário (PSB-RJ) e Eduardo Gomes (PSDB-TO), Maia vai à Espanha, com despesas pagas pela Câmara, por duas razões nobres:
O motivo oficial da viagem, segundo Maia, é uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados espanhola, José Bono Martinez, para preparar o encontro de presidentes dos legislativos de países que integram o G-20, em maio. Além disso, Maia disse que irá aproveitar a viagem para tratar da deportação de brasileiros nos aeroportos da Espanha, problema que já causou polêmica entre a diplomacia dos dois países.
No tempo livre que terá por lá, Maia vai acompanhar o clássico Barcelona x Real Madrid, na capital espanhola. E, como disse ao G1, ele não vê problema nenhum nisso.
O presidente da Câmara afirmou que irá ao jogo porque está marcado para o mesmo período da viagem. “A viagem já estava marcada, e o jogo vai coincidir. Não vejo nenhum problema em assistir. Poderia ir ao teatro, não tem problema algum. Ele disse que o jogo não acontecerá no horário dos compromissos oficiais e, por isso, irá ao estádio.
Maia está correto ao defender seu tempo livre. O que chama a atenção é a incrível falta de sensibilidade do presidente da Câmara, que não se importará, no dia 16, em aparecer em um concorrido jogo de futebol na Europa, continente no qual terá chegado com despesas pagas pelo contribuinte brasileiro. Para um empregado de uma empresa qualquer, isso já seria problemático. Para um político, é ainda mais. Para um político brasileiro, presidente de um Poder coalhado de denúncias, então, beira o desrespeito. É uma pena que Marco Maia não perceba isso.
Por José Antonio Lima
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