Por Athaualpa Meireles
A
essência transformadora da Maçonaria
Desde sua origem, a Maçonaria foi concebida
como uma escola moral e espiritual — um espaço de aperfeiçoamento humano e de
construção de uma sociedade mais justa, livre e fraterna.
Seus símbolos, rituais e tradições têm o
propósito de despertar no iniciado o desejo de servir ao bem, cultivar a
sabedoria e promover a verdade.
Mas como toda instituição feita por homens, ela
está sujeita às vaidades e às disputas de poder. E é nesse ponto que surge o
grande desafio: manter-se fiel à sua essência ou ceder à tentação da
superficialidade institucional.
Quando o Templo perde sua Luz
A Maçonaria pode — e deve — ser uma força de
bem. Tem o potencial de inspirar seus membros a praticarem a caridade, a
justiça e a tolerância — virtudes escassas em um mundo dominado pelo egoísmo e
pela pressa.
Contudo, quando a Ordem é sequestrada por
administradores de ocasião, perde-se o sentido da missão.
O Templo, antes repleto de ensinamentos
simbólicos, transforma-se em palco de vaidades e discursos ocos.
Em vez de um lugar de sabedoria, torna-se
apenas mais uma tribuna de palavras sem eco, onde títulos substituem virtudes e
o ritual se esvazia de significado.
A
verdadeira liderança maçônica
A força da Maçonaria não está nos cargos ou nos
ritos, mas na vivência dos princípios maçônicos.
Ser maçom é ser construtor de si mesmo e do
mundo; é erguer pontes, e não muros.
Quando a Ordem é guiada por líderes éticos,
estudiosos e fraternos, floresce; mas quando cai nas mãos de oportunistas,
definha.
Mais do que nunca, é tempo de reafirmar a
Maçonaria como escola de virtudes, e não de poder.
Os templos devem ser espaços de reflexão,
estudo e ação concreta — locais onde o juramento se cumpre não apenas com
palavras, mas com obras.
Luz,
não sombras
Que cada Loja seja um farol, e não um espelho
turvo.
Que cada Irmão recorde o instante em que, ainda
às cegas, buscou a Luz — pois aquele momento marcou o início de uma jornada
interior que nunca termina.
A verdadeira Maçonaria não se encontra nas
paredes do Templo, mas no coração daquele que pratíca a justiça e a
fraternidade em todos os atos da vida.
Quando a ambição ameaçar apagar o fogo sagrado,
que o Compasso e o Esquadro nos recordem a importância do equilíbrio e da
retidão.
A Ordem não precisa de aplausos, precisa de almas
comprometidas.
Não vive de discursos, vive de exemplos.
E continuará sendo uma força de bem enquanto
cada maçom, em silêncio e humildade, continuar lapidando sua própria pedra
bruta, até que o mundo reflita a luz do seu trabalho interior.
“A
Maçonaria não será eterna por ser antiga, mas por continuar sendo útil e
sincera.”

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