Da Redação
Em 8 de dezembro de 1746, Charles Radclyffe, 5º Conde de Derwentwater, foi executado em Tower Hill, Londres, sob um mandado emitido décadas antes, em 1716. Este nobre inglês e maçom teve uma vida marcada por lealdade inabalável à causa dos Stúarts, culminando em sua trágica morte aos 53 anos.
Origens
e Conexões Jacobitas
Charles nasceu em 3 de setembro de 1693, em Little Parndon, Essex, em uma família católica romana de Northumberland com fortes laços com os Stúarts exilados. Os Radclyffes sempre estiveram profundamente alinhados com a causa jacobita, defendendo a restauração da dinastia Stuart ao trono inglês. Em 1715, Charles participou ativamente do primeiro levante jacobita, um movimento armado que buscava depor Jorge I da Casa de Hanôver e reinstaurar Jaime Francisco Eduardo Stuart, conhecido como "o Velho Pretendente".
Apesar da derrota dos jacobitas em Preston, Charles conseguiu escapar da execução inicial. Condenado à morte em 1716, ele fugiu para a Europa, onde viveu exilado por cerca de 30 anos. Durante esse período, manteve relações próximas com os Stuarts, continuando a conspirar por sua causa.
Maçonaria
e Liderança
Radclyffe também deixou sua marca na história da Maçonaria. Ele é lembrado como o primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da França, posição que ilustra sua influência tanto nos círculos esotéricos quanto nos políticos do período. Sua liderança maçônica reflete a interseção entre os valores iluministas e a tradição, em um momento de grande agitação política e social na Europa.
Captura
e Execução
Em novembro de 1745, durante outro levante
jacobita liderado por Carlos Eduardo Stuart ("Bonnie Prince
Charlie"), Charles tentou retornar à Escócia para apoiar a campanha
militar. No entanto, foi capturado no mar junto com seu filho mais velho,
James. Enquanto James foi posteriormente libertado e estabeleceu-se em Slindon,
West Sussex, Charles foi levado a Londres, onde o mandado de 1716 foi
reativado.
Legado
Charles Radclyffe é uma figura que exemplifica o cruzamento entre política, religião e fraternidade maçônica no início do século XVIII. Sua história ecoa a luta pela restauração dos Stuarts e a complexidade do período em que as lealdades religiosas, dinásticas e filosóficas frequentemente se entrelaçavam. Como um dos raros participantes ingleses nos levantes jacobitas, sua vida encapsula as aspirações e tragédias de uma era turbulenta na história britânica.
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Foz do Iguaçu-PR
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