Por Pedro Juk
27 de dezembro – Dia de João, o Evangelista –
Solstício de Inverno no Hemisfério Norte.
Não obstante a complexidade dessa exegese
vale a pena mencionar a relação dessa data com os cultos solares da
antiguidade. Sua importância é tal que veio inclusive influenciar, dentre
outros, a fixação pela Igreja da data do nascimento de Jesus na a noite de 24
para 25 de dezembro (vide o Imperador Constantino e o Cristianismo).
Como data solsticial no setentrião a época
simboliza no mitraísmo persa a volta do Sol (INRI - Igne Natura Renovatur
Integra – o Fogo Renova a Natureza Inteira). Representa o Nascimento do Sol
Triunfante, ou Invicto (Natalis Invicti Solis) no mitraísmo romano.
Por ocasião dessa longa e fria noite de inverno
no Norte, os homens tinham por hábito acender fogueiras fazendo oferendas e
preces evocando a volta da do Sol que, pelo ponto de vista da posição
geográfica boreal, parecia ter se deslocado até o Meio-Dia (Sul).
Valendo-se dessa alegoria solar a Igreja
acabou fixando a data do Natal (nascimento de Jesus como a Luz do Mundo) em 25
de dezembro, época em que aparentemente o Sol em sua eclíptica começa - a
partir de Capricórnio ao Sul - novamente o seu retorno para o Norte.
Essa alegoria solar acabou dando a João, o
Baptista o rótulo de ter sido aquele que anunciou a vinda da Luz do Mundo, já
que o nascimento do Batista, o Anunciador da Luz, se deu a 24 de junho em pleno
solstício de verão no hemisfério Norte - o Sol alinhado com a constelação de
Câncer.
Assim também se daria cooptação com João, o
Evangelista para a data comemorativa de 27 de dezembro, cujo período
praticamente está conexo ao Natal e ao solstício de inverno no hemisfério Norte
que se dá em 21 de dezembro – o Sol alinhado com a constelação de Capricórnio.
O Evangelista seria rotulado como aquele que pregou a Luz (a doutrina de
Cristo) – nesse caso a Luz é a Esperança, a Boa Nova, é a volta da Luz para o
Mundo.
Essas duas datas solsticiais (junho e
dezembro) também são, sob o ponto de vista histórico e doutrinário, muito caras
à Francomaçonaria que no seu berço de nascimento sofreu incontestável
influência da Igreja Católica da época (séculos XII e XIII).
Nesse sentido os períodos solsticiais
acabariam se concretizando como datas comemorativas na Ordem tendo sido os dois
santos padroeiros adotados também pela Moderna Maçonaria.
Por assim ser, João - o Baptista e João - o
Evangelista acabariam consagrados na Sublime Instituição como personagens
padroeiros, titulando inclusive as Lojas de São João, já que os solstícios de
Verão e Inverno concretizavam os dois principais ciclos profissionais dos Canteiros
do passado, ancestrais da Maçonaria Moderna.
0 Comentários