Autor: Sérgio Roberto Cavalcante
Tal afirmação poderá talvez
“chocar” alguns irmãos do Rito Escocês Antigo e Aceito, acostumados a ouvirem
falar constantemente quando das cerimônias de iniciação, elevação e exaltação e
também nos graus denominados superiores (Altos Graus) que o maçom subiu mais um
degrau na Escada de Jacó, aludindo é claro, a ascensão do maçom nos graus do
REAA. Ledo engano; e falsa prédica.
A VISÃO (SONHO) DA
ESCADA DE JACÓ – GÊNESES 28 12,17
12 – E sonhou: e eis era posta
na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus
subiam e desciam por ela.
13 – E eis que o SENHOR estava
em cima dela e disse: Eu sou o SENHOR, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de
Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente.
14 – E a tua semente será como
o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul;
e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra.
15 – E eis que estou contigo,
e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque
te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.
16 – Acordado, pois, Jacó do
seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.
17 – E temeu e disse: Quão
terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a
porta dos céus.
O SIGNIFICADO DO NOME
“BÍBLIA” E OUTRAS CONSIDERAÇÕES
A palavra bíblia vem do grego
ta bíblia, que significa “os livros”. O termo testamento se origina do vocábulo
grego “diathêke” que significa “aliança”, “herança”, “testamento” e, por
sua vez, é a tradução do hebraico “berith” que significa tão-somente
“aliança” “pacto”.
Os títulos: “Antigo e Novo
Testamento”, é usado pelos cristãos para diferenciar as alianças, os
Testamentos de Deus com a Humanidade. Para os judeus estes títulos não possuem
nenhum significado posto que, para eles, só houve um pacto, um único
Testamento, o que os cristãos denominam Antigo Testamento.
O Antigo Testamento, o antigo
pacto, foi estabelecido por Deus com Abraão.
No Novo Testamento foi
estabelecido por Deus e abrangendo não só os judeus, mas toda a humanidade.
A Bíblia é o livro com maior
número de exemplares publicados e de traduções para todas as línguas e inúmeros
dialetos. Foi o primeiro livro impresso por Gutemberg, em 1534.
A Bíblia é o Livro Sagrado de
duas grandes religiões “monoteísta”, o Judaísmo e o Cristianismo.
Para os judeus, a Bíblia é
constituída de somente pelo que se costuma denominar de Antigo Testamento,
composto de 39 livros.
Para os cristãos protestantes,
a Bíblia é organizada em 66 livros. Os 39 do Antigo Testamento e mais 27 outros
chamados, Novo Testamento.
Os cristãos católicos e
ortodoxos possuem 73 livros em suas Bíblias, pois consideram mais sete como
sendo parte integrante do Antigo Testamento, o que é respeitado por judeus e
cristãos protestantes.
Os livros que compõem o Antigo
Testamento são considerados Kitbe Kodesh, Sagradas Escrituras,
pelos judeus desde épocas muito remotas. Quando o templo foi destruído pela
última vez, por Tito Flávio Vespasiano no ano 70 d.C, foram introduzidas nas
sinagogas leituras regulares e sistemáticas do Thorah e
posteriormente outros textos foram utilizados.
No ano 325, sob o papado de S.
Silvestre (314-335) foi convocado o Primeiro Concílio Ecumênico, o de Niceia,
que decidiu três assuntos da mais alta relevância para o cristianismo e que
perduram até os nossos dias:
CONCÍLIO DE NICEIA
I – A fixação do local do
sepulcro de Jesus Cristo;
II – O estabelecimento da
unidade de substância do Deus-Pai a Jesus, que passaram, assim, a formar uma só
pessoa;
III – A eleição dos Livros que
deveriam compor o Novo Testamento, canonizados uns por terem sido julgados
inspirados pelo Espírito Santo e considerados apócrifos as demais que
circulavam até então.
A convocação do Concílio de
Niceia foi feita pelo Imperador Romano Constantino (288-337), que, além disso,
foi o presidente do Concílio e votou.
Constantino na época contava
com 37 anos de idade e professava ainda a religião Persa do Rito de Mitra, que
cultuava o Sol.
A maioria dos livros do Antigo
Testamento foi escrita em hebraico.
Já os livros do Novo
Testamento foram escritos em grego, exceto o Evangelho de Matheus, onde foi
usado o aramaico.
Os mais antigos manuscritos,
as três mais antigas cópias da Bíblia todos escritos em grego são:
I – O Código Vaticano, do
século IV e guardada na biblioteca do Vaticano;
II – O Código Sinaítico,
também do século IV e conservado no Museu Britânico de Londres;
III – O Código Alexandrino,
escrito no século V e que também faz parte do acervo do Museu Britânico de
Londres.
Duas são as versões da Bíblia:
I – A versão dos Setenta ou
Alexandria para o grego;
II – A Vulgata, para o latim.
Versão dos Setenta é a
tradução realizada entre os anos 250 e 100 A/C para o uso dos judeus que só
falavam grego.
A outra versão é latina,
denominada Vulgata, realizada no século IV quase que integralmente por São
Jerônimo (340-420), por encomenda do papa S. Damaso (366-384). O Concílio de
Trento, em 1546, proclamou esta versão como oficial para a Igreja Católica.
Com o tempo, o latim foi
deixando de ser usado e sentiu-se a necessidade de traduzir a Bíblia para as
línguas populares modernas.
Cada religião tem a sua
história, as promessas de Deus, as alianças com Deus, seus profetas, seus
sábios, seus mestres, seus seguidores.
Todas elas estão convictas de
terem encontrado a Verdade. Mas o que é a Verdade? Onde encontraremos? Quem
realmente procura a Verdade, não pode e nem deve procurá-la unicamente sob a
ótica e dentro das premissas e sua própria religião. É difícil, mas o que é
mais importante? Crer na Verdade que outros afirmam ser a Verdade ou
procurá-la?
Sem exceção, todas as
religiões afirmam ter encontrado a Verdade Divina.
Acontece que a Verdade é uma
só. Sendo uma só Verdade, como pode haver verdades diferentes para cada
religião? Será que, sendo a verdade uma só, somente uma religião a encontrou e
as demais apenas julgam tê-la encontrado? Estão apenas enganadas ou mentem para
seus adeptos? Se somente uma encontrou a verdade, qual será o destino dos
milhões de adeptos das outras religiões que não a encontraram? Perecerão sem
salvação? E o pobre aborígine que no interior da floresta mais profunda nunca
ouviu nenhum pregador da Verdade e, portanto, nem teve a oportunidade de
conhecê-la?
Morrerá sem salvação, sem
nenhuma oportunidade.
Ora, se todas as religiões
dizem que se Deus é bondoso e justo, certamente Ele, e somente Ele, saberá
solucionar tais questões. Para isso, Ele não precisa de intermediários, os
quais não nomeou.
A crença nas verdades
religiosas é um atributo daqueles que têm Fé. Contudo, a crença cega leva ao
fanatismo religioso, que foi e sempre será execrado pela Maçonaria.
“A Maçonaria abomina o
fanatismo religioso, que no passado levou muitos sábios e filósofos, além de
homens e mulheres comuns do povo, às barras dos tribunais da ‘‘Santa
Inquisição”, que em nome de Deus, torturou e matou inúmeros inocentes”.
A Maçonaria sempre foi
perseguida pelo fanatismo religioso, desde a sua criação como Maçonaria dos
Aceitos, ou Especulativa. No ano de 1738, cerca de 15 anos após a publicação da Constituição
de Anderson, o Papa Clemente XII promulgou a Bula Papal “In Eminente”,
excomungando a Maçonaria. A partir deste evento, através do Irmão Jonh Payne (Grão-Mestre),
os Maçons passaram a adotar o Livro das Sagradas Escrituras na abertura dos
trabalhos de suas reuniões. Portanto, até então, não se tinha a obrigação de
adotar o Livro das Sagradas Escrituras nas reuniões.
Antes desta data, o que se
ensinavam nas Confrarias de Pedreiros eram lendas bíblicas relacionadas com a
História do Povo Judeu, a Construção do Templo de Jerusalém, do Dilúvio
Universal etc., porém sempre exageradamente, fantasiosamente. As Lendas
Templárias e os “Contos” sobre as religiões de Mistérios se misturavam e se
entrelaçavam.
Duzentos anos depois, 1723,
quando o Dr. James Anderson publicou o seu “Livro das Constituições”
introduziu todas essas fantasias no seu livro, que quinze anos depois, 1738,
foi obrigado a retirar, devido ao ridículo a que se expôs.
Isto, todavia, não quer dizer
que a Bíblia é culpada. Isso quer dizer, somente, que o uso da Bíblia, como
Livro das Sagradas Escrituras, dos Pedreiros Operativos, só foi possível,
depois de 1600 em diante, quando começou a ingressar na Ordem dos Pedreiros
Livres, os primeiros intelectuais da Europa.
Pois os Pedreiros em sua
maioria eram analfabetos, eram homens do povo, desprovidos de qualquer tipo de
cultura que não fosse aquela ligada a Arte de Construir. Na qual eram Gênios
eram formidáveis, eram exímios.
Qualquer alusão do uso do
Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia) antes de 1600, pelos Maçons, é pura
fantasia. Os Estatutos Schaw, datados de 1598, não mencionam o
Livro das Sagradas Escrituras (Bíblia). Mencionam apenas “contos bíblicos”,
“lendas” que os monges das Irmandades contavam aos Obreiros de suas construções.
A ESCADA DE JACÓ NOS
RITUAIS
1º – Ritual de 1º Grau –
Emulação – Grande Loja Distrital da América do Sul – Divisão Norte – GLUI[1]:
“A cobertura de uma Loja é um
dossel celestial de diversas cores assim como os Céus. O caminho por onde nós,
como Maçons, esperamos lá chegar, tem como auxílio uma escada, conhecida nas
Escrituras como a escada de Jacó. É composta de muitos degraus, que representam
muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade.
Fé no Grande Arquiteto do Universo. Esperança na salvação e Caridade para com
todos os homens. Ela atinge os Céus e se apóia no Livro das Sagradas
Escrituras, porque pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos
ensinados a crer na benevolência da Providência Divina, crença que reforça a
nossa fé e nos habilita a subir o primeiro degrau; a Fé, naturalmente cria em
nós a esperança de nos tornarmos participantes das abençoadas promessas ali
descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o
terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros e o Maçom que
possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo
atingido o apogeu de sua Arte. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea,
encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, que são uma alusão a
outros tantos Maçons regulares, sem cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem
Candidato algum pode ser ilegalmente iniciado na Ordem.”
2º – Ritual de 1º Grau –
Rito de York – Grande Loja de Nevada-EUA:
“A cobertura de uma Loja nada
mais é do que a abóbada com nuvens, ou um céu estrelado, onde todos os bons
Maçons esperam, afinal, chegar com a ajuda da escada que Jacó, que em sua
visão, viu estendida da terra ao céu, cujos principais degraus são Fé em Deus,
Esperança da Imortalidade e Caridade para toda a humanidade. O maior deles é o
da Caridade, porque a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina
em frustração, mas a Caridade se estende além-túmulo, através dos domínios sem
fronteiras da eternidade.”
3º – Ritual de 1º Grau –
Rito de York – Grande Loja de Illinois[2]–EUA:
“A cobertura de uma Loja é o
pálio coberto de nuvens, ou um céu enfeitado de estrelas, onde todos os bons
Maçons esperam finalmente, chegar com a ajuda de uma escada chamada a Escada de
Jacob que os três principais degraus denominam-se Fé, esperança e Caridade para
toda a humanidade. O maior deles é a caridade; já que a fé pode ser perdida à
vista, o fim de esperança em fruição, mas a caridade estende-se além da
sepultura aos reinos ilimitados da eternidade.”
4º – Ritual[3] de
1º Grau – Rito de York – Grande Loja da Florida-EUA:
“A cobertura de uma Loja é
nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons
Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão,
viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé,
Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na
Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade,
pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição, mas
a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da
eternidade.”
5º – Ritual de 1º Grau –
Rito de York – Grande Loja de New York-EUA:
“A cobertura de uma Loja é
nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons
Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão,
viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé,
Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na
Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade,
pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição, mas
a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da
eternidade.”
6º – Ritual de 1º Grau –
REAA – Grande Loja do Estado da Paraíba[4]:
“Sois, agora, Aprendiz Maçom;
pusestes o pé no primeiro degrau da Escada de Jacó, que simboliza o primeiro
passo no caminho do vosso aperfeiçoamento moral. Voltareis ao mundo profano
esclarecido pelos deveres de Aprendiz.
Fazei dos conselhos que
recebestes a pedra de toque e de amor para vossos semelhantes; amassai, com
coragem e perseverança, o cimento místico que servirá para edificar o Templo do
Grande Arquiteto do Universo.”
Consta ainda na parte de
instrução do ritual de 1º Grau do REAA da Grande Loja Maçônica do Estado da
Paraíba, o seguinte[5]:
“… VM: – O que representa o
teto dos nossos templos, Irmão 2º Vigilante?
2ºV: – O teto dos templos
maçônicos de cores variadas representa a abobada celeste; isto é, o Céu, o
infinito.
VM: – Que caminho nos fará
atingir a abobada celeste, meu Irmão?
2ºV: – O caminho pelo qual nós
Maçons, esperamos atingi-la é expresso, simbolicamente pela escada existente no
Painel Alegórico, denominada de Escada de Jacó, nome que, como fiel guardiã das
antigas tradições, a Maçonaria conserva. Por isso é que dizemos aos Aprendizes
depois de sua iniciação, que pôs o pé no primeiro degrau da Escada de Jacó,
significando que deu o primeiro passo no caminho de seu aperfeiçoamento moral.
VM: – De quantos degraus se
compõe essa escada e o que representam?
2ºV: – A Escada de Jacó é
composta de muitos degraus, todos eles representativos das virtudes exigidas
aos Maçons nos eu caminhar em busca da perfeição.
VM: – Que símbolos se destacam
em sua base, centro e topo, meu Irmão?
2ºV: – Três símbolos muitos
conhecidos do mudo profano: uma Cruz, uma Âncora e um Cálice com uma mão
estendida, representando as três virtudes teologais – Fé, Esperança e Caridade
– quem devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano,
principalmente do Maçom que não se esquecerá, jamais, de depositar Fé no Grande
Arquiteto do Universo, Esperança no aperfeiçoamento moral e Caridade para com
seus semelhantes.
VM: – Que correspondência
existe entre as virtudes teologais e as Colunas sobre as quais se apoiam a
Loja, meu Irmão?
2ºV: – A Fé é a Sabedoria do
espírito, sem a qual o homem nada levará à termo; a Esperança é a Força do espírito,
amparando-o e animando-o nas dificuldades encontradas no caminho da existência;
e a Caridade é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados,
fazendo com que nestes se abriguem os mais puros sentimentos humanos.”
7º – Ritual de 1º Grau –
Emulação – Grande Loja Maçônica de Brasília[6]:
“A cobertura de uma Loja é um
dossel celestial de diversas cores, o próprio céu. O caminho por onde nós,
como Maçons, esperamos lá chegar tem como auxílio uma escada, chamada nas
Escrituras a escada de Jacó. É composta de muitos degraus, que representam
muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade.
Fé no GADU. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela
atinge os céus e descansa no Livro das Sagradas Escrituras, porque, pelas
doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência
da Divina Providência Divina, crença que reforça a nossa fé e nos habilita a
subir o primeiro degrau; esta Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos
participantes das promessas abençoadas aí descritas, Esperança que nos habilita
a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade,
compreende todos os outros, e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo
sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua profissão. Em
sentido figurado, é uma Mansão Etérea, encoberta aos olhos dos mortais pelo
firmamento estrelado, emblematicamente aqui representado por sete estrelas, que
são uma alusão a outros tantos Maçons regularmente feitos, sem cujo número
nenhuma Loja é perfeita, nem Candidato algum pode ser ilegalmente iniciado na
Ordem.”
8º – Ritual de 1º Grau –
Emulação – Grande Loja do Estado de São Paulo[7]:
“A cobertura de uma Loja é um
dossel celestial de diversas cores, o próprio céu. O caminho por onde nós,
como Maçons, esperamos lá chegar tem como auxílio uma escada, chamada nas
Escrituras a escada de Jacó. É composta de muitos degraus, que representam muitas
virtudes morais, mas três principais que são: Fé, Esperança e Caridade. Fé no
GADU. Esperança na salvação e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os
céus e descansa no Livro das Sagradas Escrituras, porque, pelas doutrinas
contidas nesse Livro Sagrado, somos ensinados a crer na benevolência da Divina
Providência, crença que reforça a nossa fé e nos habilita a subir o primeiro
degrau; esta Fé, naturalmente cria em nós a esperança de nos tornarmos
participantes das promessas abençoadas aí descritas, Esperança que nos habilita
a alcançar o segundo degrau; mas o terceiro e último, sendo Caridade,
compreende todos os outros, e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo
sentido pode ser considerado como tendo atingido o apogeu de sua profissão. Em
sentido figurado, é uma Mansão. Etérea, encoberta aos olhos dos mortais
pelo firmamento estrelado, emblematicamente aqui representado por sete
estrelas, que são uma alusão a outros tantos Maçons regularmente feitos, sem
cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem Candidato algum pode ser ilegalmente
iniciado na Ordem.”
10º – Ritual de 1º Grau –
REAA – Grande Oriente do Brasil[8]:
O referido ritual foi
pesquisado folha a folha (01 a 79) e nada foi encontrado, nem que
implicitamente, sobre a escada de Jacó.
11º – Ritual de 1º Grau –
REAA – Grande Oriente do Brasil[9]:
O referido ritual foi
pesquisado folha a folha (01 a 83) e nada foi encontrado, nem que
implicitamente, sobre a escada de Jacó.
12º – Ritual de 1º Grau –
REAA – Grande Oriente do Brasil[10]:
O referido ritual foi
pesquisado folha a folha (01 a 164) e nada foi encontrado, nem que
implicitamente, sobre a escada de Jacó.
13º – Ritual de 1º Grau –
REAA – Grande Loja Symbolica do Pará[11]:
“A cobertura de uma loja
maçônica se representa por uma Abóbada Celeste de côres variadas, representando
o CEO[12], isto é, o infinito. O caminho pela qual nós Maçons, esperamos
atingi-la, é expresso symbolicamente pela escada existente no Painel e que as
Sagradas Escrituras denominam a Escada de Jacob, nome que, sempre guarda fiel
da antiga tradição, a Maçonaria conserva.
Por isso é que dizemos aos
Aprendizes-Maçons depois de sua iniciação, “que puzeram o pé no 1º degráo da
ESCADA DE JACOB”, significando-lhes que deram o primeiro passo no caminho do
seu aperfeiçoamento moral.
Compõe-se esta escada de
muitos degráos, todos eles representativos das virtudes exigidas ao Maçom no
seu caminho para a perfeição.
Na sua base e topo,
entretanto, destacam-se três symbolos, muito conhecidos no mundo profano, como
representando a FÉ; a ESPERANÇA e a CARIDADE.
De facto são estas as primeiras
virtudes Moraes que devem ornar o espírito de qualquer se humano e,
principalmente, dos Maçons.
Fé no Grande Architeto do
Universo;
Esperança no Aperfeiçoamento
Moral; e Caridade para com o gênero Humano.
Ainda por analogia, poderemos
explicar do seguinte modo essas três Virtudes: A Fé é a sabedoria do espírito,
sem a qual o homem nada levará a termo; a Esperança é a Força do espírito
amparando-o e animando-o nas dificuldades que encontram a cada passo, no
caminho da existência; e a Caridade é a beleza que adorna o espírito e os
corações bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros
sentimentos humanos.”
14º – Ritual de 1º Grau –
Rito York Antigo – Grande Loja Nacional Francesa:
“A cobertura de uma Loja é
nada menos do que a abóbada com nuvens ou o céu estrelado, onde todos os bons
Maçons esperam chegar, no fim, com a ajuda da escada que Jacó, na sua visão,
viu desdobrada da terra ao céu, cujos principais degraus são denominados Fé,
Esperança e Caridade, o que nos adverte para termos Fé em Deus, Esperança na
Imortalidade e Caridade para com toda a humanidade. A maior delas é a Caridade,
pois a nossa Fé pode ser perdida de vista, a Esperança termina na fruição, mas
a Caridade se estende além do túmulo, por toda a ilimitada extensão da eternidade.”
15º – Ritual de 1º Grau –
REAA – Grande Loja do Estado da Bahia[13]:
“O Teto das Lojas Maçônicas
representa a Abóbada Celeste, de cores variadas.
O caminho para atingir essa
Abóbada, isto é, o Céu, o Infinito, é representado pela escada composta de
muitos degraus existentes no Painel da Loja e conhecida por ESCADA DE JACÓ,
nome que como fiel guardiã das antigas tradições, a Maçonaria o conserva. Cada
degrau representa uma das Virtudes exigidas ao Maçom para caminhar em busca da
perfeição moral.
Em sua base, centro e topo,
destacam-se três símbolos, muitos conhecidos do mundo profano: FÉ, ESPERANÇA e
CARIDADE, virtudes morais que devem ornar o espírito e o coração de qualquer
ser humano, principalmente do Maçom, que não se esquecerá, jamais, de depositar
FÉ no GADU, Esperança no aperfeiçoamento moral e Caridade para com seus
semelhantes. A FÉ é a SABEDORIA do espírito, sem a qual o homem nada levará a
termo; a ESPERANÇA é a FORÇA do espírito, amparando-o e animando-o nas
dificuldades encontradas no caminho da vida e a CARIDADE é a BELEZA que adorna
o espírito e o coração bem formados, fazendo com que, neles, se abriguem os
mais puros sentimentos humanos.
É o traçado espiritual para o
aperfeiçoamento do Maçom que queira atingir o topo da ESCADA DE JACÓ, após
haver desbastado as asperezas de seu EU, asperezas essas representadas pela
ambição, orgulho, egoísmo e demais paixões, que torturam os corações profanos.
Em toda Loja Maçônica Regular, Justa e Perfeita, existe um PONTO DENTRO DE
UM CÍRCULO, que o verdadeiro Maçom não pode transpor. Esse CÍRCULO situa-se
entre DUAS LINHAS PARALELAS, uma representando MOISÉS, ao Norte e a outra o REI
SALOMÃO ao Sul. Na parte superior desse círculo, fica o LIVRO DA LEI, que
sustenta a ESCADA DE JACÓ, cuja extremidade atinge o Céu. Caminhando em torno
desse CÍRCULO, teremos, necessariamente, de tocar nas LINHAS PARALELAS, assim
como no LIVRO DA LEI. Enquanto um Maçom se conservar assim circunscrito, não
poderá errar.”
16º – Ritual de Emulação –
1º Grau – Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro[14]:
“A cobertura de uma Loja
Franco-maçônica é um dossel celestial de diversas cores, os próprios Céus. O
caminho por onde nós, como Maçons, esperamos lá chegar, e com o auxílio
uma escada, chamada na Escritura, a Escada de Jacó.
É composta de muitos degraus,
que representam muitas virtudes morais, mas três principais que são: Fé,
Esperança e Caridade. Fé no Grande Arquiteto do Universo. Esperança na salvação
e Caridade para com todos os homens. Ela atinge os Céus e se apóia no Livro das
Sagradas Escrituras, porque pelas doutrinas contidas nesse Livro Sagrado, somos
ensinados a crer na benevolência da Providência Divina, crença que reforça a
nossa fé e nos habilita a subir o primeiro degrau; a Fé, naturalmente cria em
nós a esperança de nos tornarmos participantes das abençoadas promessas ali
descritas, Esperança que nos habilita a alcançar o segundo degrau; mas o
terceiro e último, sendo Caridade, compreende todos os outros e o Maçom que
possui essa virtude no seu mais amplo sentido pode ser considerado como tendo
atingido o apogeu de sua Arte. Em sentido figurado, é uma Mansão Etérea,
encoberta aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, que são uma alusão a
outros tantos Maçons regulares, sem cujo número nenhuma Loja é perfeita, nem
Candidato algum pode ser legalmente iniciado na Ordem.”
17º – Ritual de 1º
Grau – Rito Brasileiro – Grande Oriente do Brasil[15]:
“. . . VM: – Ir, F… conheceis
a Escada de Jacó?
R: – Sim, Venerável Mestre.
Ela é expressivo símbolo iniciático: representa a ponte de ascensão da Terra ao
Céu.
VM: – Onde estão, Irmão F…,
colocados os Aprendizes?
R: – No primeiro degrau da
Escada de Jacó[16]. A sua marcha para o alto depende de seu próprio anseio de
perfeição.
VM: – Ir F…, ao longo da
Escada de Jacó vedes alguns símbolos?
R: – Sim, venerável Mestre. Há
três símbolos: na base, no centro e no topo, representando a Fé, a Esperança e
a Caridade. A Escada coroa-se pela Estrela Radiante de 7 Pontas, inscrita no
Círculo. Símbolo do Supremo Arquiteto do Universo”.
RITUAIS QUE NÃO CONTÉM
CITAÇÃO SOBRE A ESCADA DE JACÓ
Rituais do Rito Schröder,
Adonhiramita[17] e do Rito Moderno ou Francês. Pelo menos, foi esta
informação que me foi e passada por alguns Irmãos[18] que labutam nos dois
conceituados Ritos.
CONCLUSÃO
Então, qual o porquê da
afirmação do Equívoco da Escada de Jacó?
Simplesmente, tendo em vista
que analisando todos os textos expostos no presente trabalho, este articulista
é de opinião que a Escada de Jacó, só tem finalidade, nos rituais de 1º grau
dos sistemas ritualísticos e litúrgicos inglês e norte americano e quiçá no
escocês e irlandês. Pois, apesar de várias tentativas de pesquisas nada
consegui com respeito aqueles dois países, com relação aos seus rituais e sobre
tudo, com relação à escada de Jacó em seus rituais.
Pois bem. Analisando cada
texto individualmente, nota-se cabalmente que a Escada de Jacó é típica dos
rituais do sistema inglês e norte americano.
Fora os painéis (tracing
board/tábua de traçar) do sistema maçônico inglês, pelo menos, no que se
refere ao ritual de emulação, nota-se, que existe a tal escada, simbolizando a
(escada) de Jacó, descrita na Bíblia (Gen: 28:12-17).
Nos painéis (trestle board)
do sistema norte americano, nota-se também, da mesma forma, a tal escada,
simbolizando a (escada) de Jacó, descrita em (Gen: 28:12-17).
Os painéis do REAA, o
simbólico, ou seja, o VERDADEIRO e ÚNICO, não apresenta tal escada.
Existe também outro,
denominado de alegórico, que nada tem haver com a filosofia e doutrina do REAA.
Foi um enxerto efetivado após criação (fundação) das então neófitas Grandes
Lojas Estaduais, nos idos de 1927.
Se o dileto Irmão chegou a ler
este, com esmero e cuidado, notou que nos rituais do REAA do GOB, datados
respectivamente de 1922 e 1926, nada consta (va) sobre a Escada de Jacó.
Essa Escada, a de Jacó, só vem
aparecer nos rituais a partir do ano de 1928, quando já existiam algumas
Grandes Lojas em plena atividade, dentre as quais a do Pará.
ARLS Schalon nº 6 (REAA) –
GLEPB
Notas
[1] – P. 164. A edição do
ritual é do ano de 2001. Esta Grande Loja é subordinada diretamente a Grande
Loja Unida da Inglaterra.
[2] – Página 86.
[3] – Na verdade, os
maçons norte-americanos não utilizam rituais em seus trabalhos. Eles utilizam
sim, códigos. Ou seja, os “rituais” são todos codificados (cifrados).
[4] – A edição do ritual
é do ano de 2005.
[5] – Página 69. A edição
é do ano de 2005.
[6] – Pp. 58-59. Este
ritual é denominado de Rito de York – Cerimônias Exatas (Ritual Emulação).
[7] – P. 79. A edição do
ritual é do ano de 2003.
[8] – Nesse ritual, o
qual é datado do ano de 1922, nada consta sobre a Escada de Jacó.
[9] – Nesse ritual, o
qual é datado do ano de 1926, nada consta sobre a Escada de Jacó.
[10] – Nesse ritual, o
qual é datado do ano de 2001, nada consta sobre a Escada de Jacó.
[11] – Páginas 70-71. A
edição do ritual é do ano de 1928.
[12] – A grafia está tal
qual a da época da confecção e impressão.
[13] – Contribuição do
Respeitável Irmão Renato Burity – Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia.
[14] – P.46. A edição do
ritual é do ano de 2001.
[15] – Página 187.
[16] – Há uma grande
incoerência. Vide a figura do painel de 1º Grau do Rito Brasileiro adotado pelo
GOB, a qual se encontra na p. 13 do presente trabalho. Ou seja, no referido
painel não consta a tal Escada de Jacó.
[17] – Pesquisado o
ritual de 1º grau do Rito Adonhiramita pp – 01-291, nada foi encontrado
relacionado com a Escada de Jacó, exceto o painel do grau, constante da p.20.
[18] – Informação
prestada pelo Respeitável Irmão Rui Jung Neto – Ex-Venerável Mestre da
BARLS.”Concordia et Humanitas”, nº 56 – GLMERGS; Ritual de 1º Grau do Rito
Schröder da ARLS Mensageiros da Luz nº 51 – jurisdição do Grande Oriente
Independente do Estado de Pernambuco.
BIBLIOGRAFIA:
Cavalcante, Sergio – Rito
Escocês Antigo e Aceito – Rituais de 1804;
Rituais de diversos Corpos
Simbólicos já neste trabalho nominados.
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