Da Redação
O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, 47
anos, preso desde segunda-feira (11/8) sob suspeita de assassinar o gari Laudemir
de Souza Fernandes, 44, foi oficialmente excluído da Ordem dos Cavaleiros da
Inconfidência Mineira (OCIM). A decisão foi anunciada na quarta-feira (13/8),
dois dias após o crime, ocorrido no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte.
Renê havia ingressado na OCIM em outubro de
2024 e também possuía o título de membro da Academia de Letras, História e
Genealogia da instituição, que foi igualmente revogado. Em nota, a OCIM afirmou
que a medida visou “dignificar os associados e suas famílias, repudiando atos
de violência e valorizando a vida e a dignidade humana”.
A entidade, de caráter cívico, filantrópico e
cultural, reúne pessoas físicas e jurídicas que prestam relevantes serviços à
história, cultura e sociedade mineira.
Maçonaria Esclarece e Nega Ligação
Durante sua posse na OCIM, Renê chegou a se
apresentar publicamente como maçom. Porém, a Grande Loja Maçônica de Minas
Gerais divulgou nota oficial negando qualquer vínculo com ele. A instituição
esclareceu que sua presença no Templo Nobre ocorreu apenas por ocasião de um
evento público promovido pela OCIM, sem qualquer relação de filiação ou
jurisdição maçônica.
O
Crime
O homicídio ocorreu na manhã de segunda-feira,
por volta das 9h, após uma discussão de trânsito. Um caminhão de coleta de lixo
estava parado quando um carro BYD cinza, dirigido pelo suspeito, se aproximou.
Testemunhas afirmam que o motorista ameaçou a condutora do caminhão e, em
seguida, atirou contra Laudemir, que trabalhava na coleta.
O gari foi atingido no tórax e levado ao
Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu. O suspeito fugiu, sendo
localizado horas depois em uma academia no bairro Estoril.
Segundo colegas, Laudemir era pacífico e
tentava acalmar a situação quando foi baleado. Ele deixa esposa, uma filha de
15 anos e enteadas.
Investigação e Prisão
De acordo com a Polícia Civil, câmeras de
segurança identificaram o carro e a placa, levando ao endereço do suspeito.
Testemunhas confirmaram a presença de um homem com características físicas
compatíveis com Renê no local do crime.
Ele foi autuado por homicídio duplamente
qualificado e ameaça contra a motorista do caminhão. A arma do crime,
possivelmente uma pistola calibre .380, está sob perícia. A Corregedoria da
Polícia Civil apura se o armamento pertencia à esposa de Renê, a delegada Ana
Paula Lamego Balbino.
Perfil do Suspeito
Renê possui trajetória executiva de 27 anos no
setor de alimentos e bebidas, com passagens por empresas nacionais e
internacionais. É formado por instituições como PUC-Rio, FGV, Ibmec, USP, ESPM
e Harvard Business School. Ele havia assumido a diretoria de negócios da Fictor
Alimentos há menos de duas semanas, e a empresa repudiou o crime, manifestando
solidariedade à família da vítima.
Durante depoimento, Renê negou envolvimento,
alegando que estava em deslocamento para o trabalho na hora do crime. A defesa
preferiu não comentar o caso.
Clamor por Justiça
O velório de Laudemir ocorreu na terça-feira
(12/8), em Nova Contagem, e foi marcado por comoção. Familiares e colegas
cobraram justiça e respeito à categoria de garis. A esposa, Liliane França,
emocionada, afirmou: “O Lau não voltou. Me devolveram o Lau no caixão. Não
pode ficar assim, tem que haver mudança.”
O caso segue em investigação pela Polícia Civil
de Minas Gerais.
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