Por Jose Filardo – Fonte: Bibliot3ca
Imaginemos que uma bela manhã a Policia
Militar decidisse assumir a seguinte posição:
Os soldados deveriam dirigir-se aos seus
respectivos quarteis onde passariam a polir suas botas, limpar suas armas,
fazer a faxina, exercitar-se, fazer ordem unida, estudar a constituição e as
leis penais, preparar trabalhos escritos que seriam lidos diante da tropa
reunida no pátio do quartel. Ah, e o rancho. Todos os soldados e oficiais
passariam a ter o rancho em conjunto.
Vez por outra, um soldado ou oficial seria
homenageado com uma medalha, por exemplo, a melhor faxina das latrinas, ou a
melhor manobra de ordem unida do mês. Eventualmente, a população seria
convidada para ir ao quartel assistir exercícios de ordem unida.
Ao final do dia, o soldado ou oficial
retornaria à sua casa para retornar ao quartel na manhã seguinte e repetir a
rotina diariamente, por anos a fio, sem sair às ruas, naturalmente.
Pois é. Isso me parece familiar na vetusta
instituição conhecida como Maçonaria. Mais ou menos como acontece nas Forças
Armadas em geral. Muito quartel, muito salamaleque, muitas manobras, medalhas e
só… Ah! E belas paradas organizadas em Sete de Setembro, garbosos oficiais
decorados com dezenas de medalhas brilhantes e coloridas, espadas,
continências, marchas hieráticas…
As tropas da Maçonaria, porém, perderam o gosto pela luta, perderam o gosto
pelas ruas, perderam o gosto pela política. Limitam-se a polir seus compassos e
esquadros, lustrar os malhetes, fazer seus salamaleques, comer o rancho e
voltar para casa.
Perdemos a noção de missão. As forças armadas
têm a missão de proteger o país contra o inimigo externo (vez por outra
esquecem disso e atacam o próprio povo, mas isso é exceção à regra), já a
Polícia Militar tem a missão de fazer a proteção interna da população,
preventivamente e fazer cumprir mandados do judiciário.
O treinamento em quarteis, em ambos os casos
é a preparação para ter condições de cumprir suas missões.
E a Maçonaria? Qual a missão da Maçonaria?
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