Por Déo Mário Siqueira
Deo Mário Siqueira |
De se dar; isso!
Em tempos de truculência psico
social e física, causa alento e prazer vermos no meio do salve-se quem puder um
simples porem regenerador gesto de apoio e/ou solidariedade. Ceder o lugar no
movimento do trânsito louco de hoje faz do autor de tal gesto um saudável grão
de trigo no meio do joio que envolve fisicamente e fere psicologicamente aos
cidadãos "normais".
É estarrecedor observar como
às vezes deliberadamente nos rebaixamos ao nível quase zero de urbanidade
simplesmente para não ceder um espaço ou tempo que lucidamente diferença alguma
viria a fazer se o consciente individual tomasse a rédea do lugar comum que
teima em nos encher de razão por nada sem nenhuma vantagem ou propósito
racional. Leia mais
Fala sério: zigzaguear estupidamente
entre carros ou pessoas que nada mais querem senão CHEGAR ao seu destino em
tempo tão hábil quanto você quer justifica rompantes de grosseria e/ou
violência explícita?
Manter sua vez no trânsito caótico da prazer
ou torna as coisas menos caóticas para aqueles que optam por esse tipo de
conduta?
Obstruir a insanidade de zigzagueadores
gratuitos cujas consequências sequer eles são capazes de mensurar seria a
melhor maneira de moldá-los?
Extenua tanto a um jovem ceder lugar para que
uma pessoa em estado de resistência aquém do seu venha a ocupar?
Quando no entanto o gesto ocorre. por que ele
é tão pouco valorizado e às vezes ate menosprezado por quem veio a ser
diretamente beneficiado e, pior, reclamou quando não o foi?
Se dermos alguns primeiros passos sem dar
ouvidos àqueles que escarnecerão da nossa ESTRANHA opção pela leveza e equilíbrio
será que surtiria efeito?
O elevador deixaria de ser um pequeno mausoléu
de isolamento coletivo se de repente alguns lunáticos passassem a desejar bom
dia aos seus companheiros de viagem? Claro, ouvidos de mercador ao efeito pois
sempre cabem as ilações ferinas nos olhos, mãos ou cantos da boca (revelador
tique de quem sofregamente implora ser notado mas simula desconforto, quase uma
prioridade feminina)...
O biênio 2001/2003 deu-me de presente a
responsabilidade de estar à frente de uma plêiade de homens apegados á
liberdade e bons costumes e em seu (deles) nome fiz um inflamado discurso sobre
o quanto reconhecer e ser reconhecido off-rito poderia nos fortalecer mais e
melhor sermos reconhecido dentro e fora do lugar comum. O soneto era muito mais
forte que a emenda e eu, pasmo, aceitei a mão estendida de costas em minha
direção com um lacônico "prazer, meu IRMÃO", no tempo, na hora e no
lugar absurdamente errados. Na boca o esgar, não feminino; militar...
Resumo da ópera: nem sempre em Roma somos
romanos mas enquanto houver uma só lança o homem de la Mancha jamais pode ou
deve transigir, em nome de uma energia que se gera ao ser praticada: a
gentileza, dom divinal que transcende o academicismo e a cultura pré-elaborada.
As coisas estão todas na razão direta da lei
de atração, sem dúvidas
Cordialmente, agradeço a
leitura.
Se der.
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