Da Redação
A Proclamação da República, em 15 de
novembro de 1889, marcou uma ruptura definitiva com o regime monárquico que
vigorara no Brasil por 67 anos. Foi um dia carregado de incertezas,
expectativas e mudanças profundas — não apenas no campo político, mas também no
imaginário de uma nação que buscava redefinir seu destino.
Entre as figuras centrais desse momento
histórico, destaca-se o Irmão Rui Barbosa, jurista brilhante, intelectual
respeitado e defensor incansável das liberdades civis. Sua atuação durante o
processo de transição foi decisiva para dar forma jurídica e institucional aos
primeiros passos da nova ordem republicana.
Logo após o marechal Deodoro da Fonseca
assumir a chefia do Governo Provisório, Rui Barbosa assinou o primeiro decreto
da República, inaugurando oficialmente a reorganização administrativa do país.
Esse ato simbolizava não apenas o início de um novo governo, mas a abertura de
um ciclo que prometia modernizar o Estado brasileiro, estabelecer bases para
uma legislação mais avançada e redefinir a relação entre o poder público e a
cidadania.
Como Ministro da Fazenda do Governo
Provisório, Rui Barbosa desempenhou papel fundamental na estruturação das
primeiras diretrizes econômicas da República. Mas sua assinatura no decreto
inaugural ultrapassa a esfera funcional: é um gesto que representa a
contribuição de um homem comprometido com o progresso, com o Estado de Direito
e com a construção de instituições sólidas.
A participação de membros ilustres da
sociedade civil e de organizações fraternas durante esse período reflete o
clima de efervescência intelectual e política que acompanhou a queda do
Império. Homens como Rui Barbosa atuaram não apenas como governantes, mas como
arquitetos de um novo projeto nacional.
A Proclamação da República foi, assim, mais do que um golpe político: foi a abertura de um capítulo em que ideias de liberdade, reforma e modernidade passaram a pautar os debates sobre o futuro do Brasil. E, nesse cenário, a assinatura do primeiro decreto por Rui Barbosa permanece como um marco simbólico e histórico — o momento exato em que a República começou, oficialmente, a ganhar forma.


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