A Eleição Contestada
A crise começou com a eleição para Grão-Mestre Geral, em que Behring foi declarado vencedor sobre o candidato Pedro Cunha. Contudo, rapidamente surgiram denúncias de irregularidades no pleito. Das 315 Lojas Maçônicas com direito a voto, apenas 176 participaram efetivamente do processo. Pior: apenas 16 Lojas apresentaram os mapas eleitorais de forma regular, conforme os padrões estatutários da Ordem.
A gravidade das falhas levou a Assembleia Geral a se reunir em sessão extraordinária no dia 5 de junho, ocasião em que admitiu a vitória de Pedro Cunha com base nas provas apresentadas.
Proposta de Nova Eleição
Diante do impasse institucional e da ameaça à legitimidade da governança maçônica, os três candidatos ao Grão-Mestrado — entre eles Behring — propuseram, em nova sessão no dia 8 de junho, a anulação do processo eleitoral e a convocação de novas eleições.
Porém, em um movimento surpreendente e controverso, Behring recuou da proposta e, no dia 23 de junho, dissolveu o Conselho Geral da Ordem, medida que gerou críticas severas dentro e fora da administração maçônica.
A Renúncia e a Transição de Poder
A pressão se intensificou à medida que provas contundentes de fraude e manipulação do processo eleitoral vieram à tona. Sem alternativa e com sua autoridade profundamente abalada, Behring apresentou sua renúncia oficial no dia 13 de julho, em sessão da Assembleia Soberana.
Com a vacância do cargo, assumiu interinamente o governo da Ordem o Adjunto do Grão-Mestre, o Ir.'. Bernardino de Almeida Senna Campos, conhecido aliado e seguidor de Behring. A expectativa é que Bernardino conduza a instituição até que novas eleições legítimas e transparentes sejam convocadas.
Reflexão sobre a Ética Maçônica
O episódio representa um marco delicado na história do GOB, instituição que sempre prezou pela ética, pela legalidade e pela harmonia entre seus membros. A crise serve como alerta para a necessidade de transparência nos processos internos e do respeito aos princípios que regem a Maçonaria.
A comunidade maçônica brasileira agora aguarda os próximos passos do novo governo interino e, sobretudo, o desfecho de um processo que deverá restaurar a confiança e a estabilidade no seio da instituição.
0 Comentários