Da Redação
Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de Estado e instaurou o Estado Novo, um regime autoritário que se manteve até 1945. Inspirado nos modelos fascistas da Itália de Mussolini e nacionalistas de Portugal e Espanha, o novo governo buscava centralizar o poder e eliminar toda forma de oposição.
Sob o pretexto de proteger o país de uma suposta ameaça comunista — o chamado Plano Cohen, depois revelado como falso — Vargas dissolveu o Congresso Nacional, suspendeu as eleições, e impôs uma nova Constituição autoritária, que lhe concedia poderes quase absolutos.
A imprensa foi censurada, os partidos políticos extintos e diversas instituições civis sofreram repressão. A Maçonaria brasileira, por defender ideais de liberdade e pensamento crítico, foi vista com suspeita pelo regime.
Em muitos Estados, as Lojas Maçônicas foram fechadas ou obrigadas a suspender suas atividades. No Distrito Federal, o Grande Oriente do Brasil (GOB) conseguiu permanecer em funcionamento, mas sob intensa vigilância e pressão governamental.
Desse contexto surgiram dois decretos marcantes:
o Decreto
nº 1.179, que determinava a expulsão dos irmãos considerados contrários ao
regime;
e o Decreto nº 1.519, que alterava o lema tradicional da Maçonaria — Liberdade, Igualdade e Fraternidade — substituindo-o por “Ordem, Fraternidade e Sabedoria”, numa tentativa de alinhar o discurso maçônico aos valores autoritários do Estado Novo.
A Maçonaria, tradicional defensora da democracia
e da liberdade de pensamento, viu-se, então, obrigada a sobreviver
discretamente até o fim da ditadura, quando pôde retomar plenamente sua atuação
cívica e social.



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