Da Redação
Às 11h30, teve
início um dos ritos mais solenes e misteriosos do mundo religioso: o Conclave,
que escolherá o novo Papa após a morte do Papa Francisco. O processo, que
combina tradição, espiritualidade e estratégia política, é realizado no coração
do Vaticano, com um impacto que transcende os limites da fé católica.
O Conclave:
tradição e sigilo
O Conclave só ocorre
em duas situações: renúncia ou falecimento do Sumo Pontífice. Com a morte de
Francisco, cardeais de todo o mundo foram convocados para se reunirem na Capela
Sistina, onde se isolarão completamente do mundo exterior. Nada de celulares,
internet ou qualquer forma de comunicação com o público. Lá dentro, apenas
orações, deliberações e votos.
Ao todo, 133
cardeais com menos de 80 anos participam da escolha. Destes, 108 foram nomeados
pelo próprio Francisco, o que aumenta a expectativa de que o novo líder da
Igreja mantenha o rumo mais progressista e pastoral adotado por ele: um papado
menos dogmático, com ênfase em temas sociais, justiça, pobreza e meio ambiente.
Como é feita
a escolha do Papa?
O processo de
votação é carregado de simbolismo e rigor. Para ser eleito, o candidato precisa
de pelo menos 2/3 dos votos — o que significa 89 votos na atual configuração.
Os cardeais escrevem, em latim, a frase “Eligo in Summum Pontificem” (“Escolho
como Sumo Pontífice”), junto ao nome do escolhido.
Após cada votação,
os votos são queimados. A cor da fumaça que sai pela chaminé da Capela Sistina
informa ao mundo o resultado:
Fumaça preta (⚫): nenhum
consenso.
Fumaça branca (⚪): Habemus
Papam! — temos um novo Papa.
São permitidas até
quatro votações por dia. A expectativa é de um processo rápido, como o que
elegeu Francisco em 2013. Mas há precedentes históricos mais longos: em 1268,
por exemplo, o Conclave durou quase três anos.
O impacto
global da decisão
A eleição do Papa
não é apenas um momento de fé. Ela tem repercussões globais. A Igreja Católica
conta com mais de 1,4 bilhão de fiéis, está presente diplomaticamente em mais
de 180 países e possui voz ativa em questões sociais, políticas e ambientais.
Seu líder influencia desde pautas sobre migração até discussões sobre guerra,
pobreza e mudanças climáticas.
A escolha do próximo
Papa, portanto, vai além dos muros da Cidade do Vaticano: é uma decisão que
pode moldar o rumo da Igreja e do mundo nos próximos anos.
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