O mito de Sísifo, oriundo da mitologia grega, narra a história de um homem condenado pelos deuses a empurrar incessantemente uma pedra até o topo de uma montanha, apenas para vê-la rolar de volta ao ponto inicial, repetindo esse ciclo eternamente. Este relato tem sido interpretado como uma representação da condição humana e da busca por significado em meio a tarefas aparentemente sem propósito.
O filósofo Albert Camus, em seu ensaio "O Mito de Sísifo", utiliza essa narrativa para ilustrar o conceito do absurdo: a tensão entre a busca humana por sentido e a aparente indiferença do universo. Camus sugere que, embora a vida possa parecer desprovida de propósito intrínseco, é possível encontrar valor e satisfação na própria experiência e na resistência diante do absurdo.
Na perspectiva da Maçonaria, o mito de Sísifo ressoa com os desafios enfrentados pelos maçons em sua jornada de autoconhecimento e aprimoramento pessoal. A pedra que Sísifo é condenado a empurrar pode ser vista como símbolo das dificuldades e obstáculos que cada indivíduo encontra em seu caminho. A perseverança de Sísifo, apesar da repetição e do aparente fardo inútil, reflete a determinação necessária para o crescimento pessoal e espiritual.
Além disso, a Maçonaria valoriza a ideia de trabalho contínuo e dedicação ao aperfeiçoamento moral e ético. Nesse contexto, o esforço incessante de Sísifo pode ser interpretado como uma metáfora para o compromisso maçônico de trabalhar constantemente na construção de um caráter virtuoso e na contribuição para o bem-estar da sociedade.
Em suma, o mito de Sísifo oferece uma reflexão profunda sobre a condição humana, o sentido da vida e a importância da resiliência. Dentro da Maçonaria, essa narrativa inspira os membros a persistirem em sua busca por iluminação e a abraçarem os desafios como oportunidades de crescimento e transformação pessoal.
Adaptado do artigo original publicado no site 450.fm em 14 de fevereiro de 2025, escrito por Erwan Le Bihan
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