O Rito Escocês Antigo e Aceito e a Lenda dos Templários: História, Mito e Influência na Maçonaria


Da Redação 

A Ordem dos Templários, fundada em 1118 em Jerusalém durante as Cruzadas, era composta por nove cavaleiros franceses que fizeram votos de castidade, pobreza e obediência ao Patriarca de Jerusalém. Eles se dedicaram a proteger os peregrinos que viajavam entre a costa e os locais sagrados, criando uma inédita combinação de devoção religiosa e militarismo. Com o apoio de privilégios papais, a ordem cresceu em influência e riqueza.

No entanto, no início do século XIV, o rei francês Filipe IV, conhecido como Filipe, o Belo, começou a espalhar rumores difamatórios sobre os Templários, acusando-os de práticas heréticas durante seus rituais de iniciação. Em uma ação coordenada em 13 de outubro de 1307, Filipe ordenou a prisão de Templários em toda a França. Jacques de Molay, o último Grão-Mestre da ordem, foi capturado, torturado e, em 1314, queimado na fogueira em Paris. Esses eventos deram origem a diversas lendas, incluindo a hipótese de que Templários sobreviventes teriam fugido para a Escócia, contribuindo para o desenvolvimento da Maçonaria. Essa teoria foi apresentada por Andrew Michael Ramsay em 1737, sugerindo que Jacques de Molay teria desejado que os Templários estabelecessem a Maçonaria na Escócia.

Karl Gotthelf, Barão de Hund, foi uma figura influente nesse contexto. Ele afirmou ter sido iniciado em uma antiga ordem templária ainda ativa na Escócia e nomeado "Heermeister" (Grão-Mestre Provincial) da sétima província da ordem na Alemanha. Seu objetivo era transferir o lendário tesouro dos Templários para os maçons, atribuindo títulos templários aos membros das lojas e prometendo-lhes terras e rendas associadas.

Contudo, a conexão direta entre os Templários e a Maçonaria permanece envolta em mistério. Nem as tradições operativas inglesas, nem figuras como Désaguliers e Anderson em suas constituições históricas, ou mesmo Ramsay em seu discurso, fazem referências claras a essa ligação. Apesar disso, no Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), especialmente no 30º grau, a influência templária é evidente, refletindo a persistência dessas lendas na simbologia e espiritualidade maçônicas.

Em resumo, embora a relação histórica entre os Templários e a Maçonaria não seja conclusiva, as narrativas e símbolos associados aos Templários continuam a desempenhar um papel significativo no imaginário e na prática maçônica, especialmente dentro do Rito Escocês Antigo e Aceito.

O artigo é baseado no conteúdo da página "Der Alte und Angenommene Schottische Ritus und die Templerlegende", disponível em Freimaurerei.ch. O crédito do texto original pertence ao autor Friedrich Ludwig Schröder, conforme indicado na fonte.


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1 Comentários

  1. Cabe lembrar que a *Ordem dos Templários (extinta/adormecida) e a Ordem dos Hospitalários (em atividade desde a fundação), assim como a Ordem dos Cavaleiros do Santo Sepulcro (em atividade desde a fundação), são única e exclusivamente de fato e Direito, sob a égide da Santa Sé*, ou seja, do Vaticano.
    O uso de graus, nomenclaturas, símbolos, indumentárias e outros elementos que estejam sendo usados por outras e entidades, fraternidades ou ordens iniciáticas/esotéricas devem ser considerados como "perpetuadores" da memória daquelas Ordens católicas. Há também de ser lembrado que há Ordens "de São João", derivadas da Ordem dos Hospitalários e que essas constam na página oficial do Vaticano. Sobre os Teutônicos, a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos de Santa Maria de Jerusalém (em latim: Ordo Domus Sanctæ Mariæ Theutonicorum), conhecida apenas como *Ordem Teutónica ou Teutônica (em alemão: Deutscher Orden) foi uma ordem militar cruzada vinculada à *Igreja Católica* por votos religiosos pelo Papa Clemente III.

    João 8:32 da Bíblia diz: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".

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