Por Giovanni Cecconi
Todos procuram a felicidade, mas todos
são, mais ou menos, infelizes, porque não existe uma visão clara da natureza da
felicidade, que resulta de um estudo preciso e rigorosamente científico, bem
como profundamente psicológico, de nós próprios.
A felicidade é um estado da nossa
consciência, que surge das profundezas do nosso Ser real, do nosso verdadeiro
eu, que é alcançado através da meditação introspectiva.
Poderíamos definir a felicidade como...a
Bela Senhora...que evita se mostrar, demonstrando-nos o fato óbvio de que todos
aqueles que a buscam nas coisas ou nas pessoas, ou em divindades externas a
elas, acabam na tristeza.
A felicidade não consiste em possuir
coisas, objetos de prazer ou alegrias que vêm de fora, mas sim em ser o nosso
verdadeiro Ser; seu segredo não está em ter, mas em sermos verdadeiramente nós
mesmos.
Os prazeres dos sentidos, por mais
fugazes e momentâneos que sejam, naufragam na dor e na tristeza; são
evanescentes, desprovidos de conteúdo, enquanto a dor e o sofrimento que causam
duram muito tempo.
Somente o homem que está nos níveis mais
baixos da vida material busca alegria nos prazeres materiais; alegria que,
muitas vezes, mais cedo ou mais tarde, se transforma em desilusão, mal-estar,
turvação da inteligência, enfraquecimento da vontade, morte iminente e
renascimento muito triste porque custa tanto sofrimento.
O homem ascende a escada da felicidade,
em direção à bem-aventurança no nível de evolução mental em que se encontra e,
assim como o homem “normal” encontra alegria nos prazeres do bem viver, o homem
renascido busca a alegria nos valores mais elevados da vida e eleva-se às
dimensões superiores do Espírito
Neste itinerário, nesta aventura que o
homem percorre, unindo-se ao Princípio, é necessário recorrer à meditação
introspectiva, à autoanálise, à confiança em si mesmo e no Logos interno que
ilumina cada homem e, nunca, nos externos, autoridades, sacerdotes, igrejas,
encarnações divinas e escritos sagrados, que só podem ser indícios capazes de
confirmar a nossa experiência divina.
A honra, a fama e a reputação que os
homens buscam na ilusão de serem felizes são ilusórias; mesmo quando esses
“metais” chegam sem serem solicitados, o homem renascido não é afetado por eles
e a beleza enganosa da glória não o altera, porque ele sabe muito bem que as
mesmas são coisas que se encontram na mente dos outros, enquanto a felicidade é
intrínseca ao indivíduo e ao seu estado interno.
A felicidade é a flor que desabrocha, é
o fruto que amadurece, o da “Sua harmonia com o Infinito que já existe e dentro
de você, que é o seu Eu mais profundo e a sua realidade interior”.
1 Comentários
A ideia de que a verdadeira felicidade emana do nosso "eu" mais profundo e não das validações externas é um lembrete poderoso e necessário. Muito bom!
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