Certa
feita, sem poder comparecer a uma reunião, o encarregado de passar os trabalhos
pediu que um irmão informasse que o tema do trabalho era DEMOCRACIA,
esse irmão, ao chegar na sessão falou que o tema era LIBERDADE.
Talvez os entendidos de psicologia expliquem melhor, se é que existe um termo
técnico para essa confusão de palavras, mas tenho para mim que ocorre quando as
pessoas memorizam o sentido, não a palavra em si. Para muitas pessoas,
ambas as palavras têm seus significados entrelaçados quando se trata de
qualquer agrupamento social. Não existe Democracia sem ampla liberdade.
Os
muitos irmãos que, durante a juventude, trilharam os caminhos da Ordem DeMolay,
ou mesmo acompanharam filhos e parentes trilhando esse caminho, assistiram em
cada reunião ritualística daquela instituição a Democracia ser aclamada na
forma de seus três pilares: as Liberdades Religiosa, Civil e Intelectual, nessa
mesma sequência hierarquicamente postas. Não há liberdade Religiosa sem que
haja a Liberdade Civil, e esta é condicionada, por sua vez, a uma ampla e
irrestrita liberdade intelectual, o direito de pensar.
A
mente humana é o espaço inviolável onde a ninguém é possibilitado penetrar sem
consentimento. Quase tudo pode ser tirado de um homem, do seu patrimônio a sua
vida, da sua liberdade a sua integridade física, mas, em seu pensamento
ninguém pode impor qualquer espécie de limitação ou restrição.
Ao
longo da história da humanidade vê-se uma constante busca pela liberdade e, por
conseguinte, da democracia. Nesta caminhada muitos conceitos foram, por vezes,
corrompidos. Durante o final do século XIX o senso comum da elite pensante de
nosso país era que DEMOCRACIA seria um sinônimo de REPÚBLICA, em nome dessa
quimera trocou-se um Monarca democrático por uma presidente tirano. O
Século XX assistiu a diversos golpes de estado, genocídios e guerras
feitas por pessoas que se proclamavam defensores da democracia. Até hoje, os
Estados mais fechados do mundo ostentam o nome de “Democráticos”, a exemplo da República
Popular Democrática da Coreia, mais conhecida como Coréia do Norte, onde,
como a zombar do nome oficial da pátria, seus habitantes não têm autorização
nem para escolher livremente seu próprio corte de cabelo.
Democracia
não pode ser associada a regimes, muito menos a pessoas. Democracia é
sinônimo de respeito. Respeito a diferenças, respeito a todas as pessoas e suas
ideias por mais que estas contrariem as nossas. Mantendo o respeito, a qualquer
pessoa é dado o direito de discordar do que quer que seja, afinal, como já
falamos, o pensamento é espaço inviolável de cada um.
Em
qualquer tentativa de atribuir a alguém o status de defensor da Democracia,
corremos o risco de que esta pessoa se ache no direito de, em nome da
democracia, restringir direitos de outras pessoas que sejam consideradas “inimigas
da democracia”.
Personificar
uma instituição, ter a permanência de alguém por indispensável é o maior sinal
de fracasso de qualquer administração em qualquer esfera. Um dos mais
contundentes indicadores de sucesso de uma gestão é a tranquilidade com que o
dirigente sai de cena, é a suavidade da transição. Alternância de poder é
oxigênio da democracia, quem, já tendo tido oportunidade de governar, faz de
tudo para retornar ao poder a qualquer custo é uma ameaça a própria
sobrevivência do país, estado, cidade ou instituição. Por mais que se julguem
únicos e insubstituíveis, podemos aqui enumerar várias características em
comum:
a) São
incapazes de admitir a própria vaidade e apego ao poder, e, para escusar-se,
alegam sempre que “o povo” pede para que eles continuem ou voltem;
b) São
cercados de pessoas que exalam ódio no próprio olhar, que têm como principal
atividade a crítica costumas aos adversários e, estão aliados por interesses
escusos ou vaidade ferida ao não ver seus caprichos atendidos pelos opositores. Não
raro, em tentativas de retomada de poder, esses hoje aliados estavam entre os
mais ferozes críticos de sua administração;
c) Quando
no poder, são tiranos, não toleram qualquer crítica e utilizam-se do cargo para
perseguir e punir aqueles que julgam inconvenientes aos seus interesses;
d)
Jamais recebem um sorriso afetuoso de um subordinado, e muito menos o distribui
de forma sincera;
e)
Nutrem uma grande inveja de seus adversários, mais pelo que são do que pelo que
fazem; e
f)
Se dizem defensores da lei, mas, na defesa de seus interesses são capazes de
atropelar todo e qualquer entendimento contrário. O fiel da sua balança de
legalidade é a sua própria conveniência. Sem qualquer constrangimento ou
vergonha critica nos adversários as mesmas coisas que faz quando no
poder.
A
defesa da Democracia deve ser constante. É dever de todo homem de bem e,
principalmente, de todo Maçom zelar pela liberdade ampla de todas as pessoas,
bem como de seu direito de expor seus pensamentos e ideias.
O
combate a todas as tentativas de usurpação de poder através de qualquer
artifício ilegal deve ser rechaçada com vigor, legalidade e amor.
OBS:
Qualquer semelhança com das
características apresentadas com políticos brasileiros é mera coincidência…
Fonte:York Blog
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