CASAMENTO
ESPANHOL
Outro
fonte em potencial de renda era a perspectiva de um dote espanhol com um
casamento entre Carlos, Príncipe de Gales, e a infanta Maria Ana de Espanha. A
política do Casamento Espanhol, como foi chamado, também era atrativa para
Jaime como um modo de manter a paz com a Espanha e evitar custos extras com uma
guerra. A paz podia ser mantida com as negociações ativas e pela consumação do
casamento – o que pode explicar porque Jaime manteve as negociações por quase
uma década. A política era apoiada por Henry e Thomas Howard e outros ministros
e diplomatas de tendências católicas – juntos conhecidos como Partido Espanhol
– porém não tinham a confiança dos protestantes.
Quando
sir Walter Raleigh foi libertado da prisão em 1616, ele foi procurar ouro na
América do Sul com claras instruções de Jaime para não entrar em conflitos com
a Espanha. A expedição foi um grande fracasso e seu filho foi morto lutando
contra os espanhois. Quando Raleigh voltou para a Inglaterra, Jaime mandou
executá-lo, gerando indignação no público, que era contra o apaziguamento com a
Espanha. A política de Jaime foi prejudicada ainda mais com o início da Guerra
dos Trinta Anos, especialmente depois de seu genro Frederico V, Eleitor
Palatino, ter sido expulso em 1620 da Boémia pelo católico Fernando II, com
tropas espanholas invadindo ao mesmo tempo o território natal de Frederico, a
Renânia (22). Jaime finalmente chamou um parlamento no ano seguinte para
financiar uma expedição militar afim de ajudar seu genro.
Por
um lado, os comuns garantiram subsídios inadequados para financiar operações
militares sérias ao auxílio de Frederico, por outro – lembrando dos lucros
conseguidos com os ataques navais de Isabel contra os carregamentos de ouro
espanhol – declararam uma guerra diretamente contra a Espanha. Em novembro de
1621, liderados por sir Edward Coke, os comuns vieram com uma petição pedindo
não apenas uma guerra contra a Espanha mas também que Carlos se casasse com uma
protestante, reforçando as leis anti-católicas. Jaime categoricamente
disse-lhes para não interferirem nas questões da prerrogativa real ou poderiam
tomar punições, que os fez publicar uma declaração protestando por seus
direitos, que incluiam a liberdade de expressão. Pressionado por Jorge
Villiers, 1.° Duque de Buckingham e o embaixador espanhol Diego Sarmiento de
Acuña, Jaime arrancou o protesto do livro de registros e dissolveu o
parlamento.
No
início de 1623, Carlos e Villiers decidiram agir por conta própria e viajar
para a Espanha em segredo, afim de ganhar Maria Ana diretamente, porém a missão
foi um enorme fracasso. Ela detestou Carlos e os espanhois os confrontaram com
termos que incluiam as leis anti-católicas aprovadas pelo parlamento. Mesmo com
um tratado sendo assassinado, o príncipe e o duque voltaram para a Inglaterra
em outubro e rapidamente renunciaram ao acordo, alegrando muito o povo inglês.
Desiludidos, os dois ignoraram a política espanhola de Jaime e pediram um
casamento francês e uma guerra contra o império de Habsburgo. Para arrecadarem
os fundos necessários, eles prevaleceram sobre o rei para chamar outro
parlamento, que se reuniu em fevereiro de 1624. Pela primeira vez, o grande
sentimento anti-católico dos comuns ecoou na corte, onde o controle da política
estava saindo de Jaime e passando para Carlos e Villiers, que pressionaram o
rei para declarar guerra e planejaram a destituição de Cranfield quando este se
opôs aos planos por causa dos custos. O resultado do parlamento foi ambíguo:
Jaime se recusou a declarar guerra, porém Carlos acreditava que os comuns
estavam comprometidos a financiar uma guerra contra a Espanha, uma situação que
contribuiu para seus problemas com o parlamento durante seu próprio reinado.
REI E IGREJA
Após
a Conspiração da Pólvora, Jaime sancionou severas medidas para controlar os
católicos ingleses não-conformistas. Em maio de 1606, o parlamento aprovou a
Lei de Recusa Papispa, que forçaria todos os cidadãos a prestar um juramente de
lealdade negando a autoridade do papa sobre o rei. Jaime foi conciliatório com
os católicos que prestaram o juramento, tolerando o catolicismo secreto até
dentro de sua corte. Henry Howard, por exemplo, era secretamente católico e foi
recebido de volta na Igreja Apostólica Romana em seus últimos meses.
Ao
assumir o trono inglês, Jaime, suspeitando de que iria precisar do apoio dos
católicos da Inglaterra, garantiu ao Conde de Northumberland, simpatizante da
antiga religião, de que não perseguiria "ninguém que seja discreto e
prestativo, mas uma obediência externa à lei". Na Petição Milenar de 1603,
o clero puritano (23) exigiu, entre outras coisas, a abolição da confirmação,
alianças de casamento e o termo "padre", e que o uso da touca e
sobrepeliz (24) torna-se opcional. Jaime inicialmente foi rigoroso na aplicação
da conformidade, induzindo um sentimento de perseguição entre muitos puritanos;
mas expulsões e suspensões tornaram-se menos frequentes enquanto o reinado
proseguia. Como resultado da Conferência de Hampton Court em 1604, uma nova
tradução e compilação dos livros aprovados da Bíblia foram encomendados para
resolver questões das diferentes traduções.
A
Versão do Rei Jaime, como ficou conhecida, foi completada em 1611 e é
considerada uma obra prima da prosa jacobita (25), ainda sendo amplamente
usada. Na Escócia, Jaime tentou levar a igreja escocesa "tão próxima
quanto possível" da Igreja Anglicana para reestabelecer o episcopado (26),
uma política que enfrentou grande oposição dos presbiterianos (27). Em 1617,
pela única vez desde que assumiu o trono inglês, Jaime voltou para a Escócia na
esperança de implementar os rituais anglicanos. Os bipos do rei forçaram seus
Cinco Artigos de Perth através de Assembleia Geral no ano seguinte, mas as
decisões receberam amplas resistências. Jaime deixaria a igreja da Escócia
dividida em sua morte, criando uma fonte de problemas para seu filho.
FAVORITOS
Durante
toda sua vida Jaime teve relações próximas com cortesãos masculinos, causando
debate entre os historiadores sobre suas naturezas. Depois de sua ascensão na
Inglaterra, sua atitude pacífica e acadêmica contrastava com o comportamento
belicoso e sedutor de Isabel, algo indicado pelo epigrama contemporâneo Rex
fuit Elizabeth, nunc est regina Jacobus ("Isabel era o rei, agora Jaime é
a rainha"). Alguns de seus biógrafos concluem que Esmé Stewart (posterior
Duque de Lennox), Roberto Carr (depois Conde de Somerset) e Jorge Villiers
(depois Duque de Buckingham) eram seus amantes. A restauração do Apethorpe
Hall, realizada entre 2004 e 2008, revelou uma passagem anteriormente
desconhecida ligando os quartos de Jaime e Villiers. Outros afirmam que as
relações não eram sexuais. O Basilikon Doron de Jaime lista a sodomia como um
crime que "estais no dever de consciência nunca perdoar", e Ana da
Dinamarca deu à luz a sete filhos do rei, além de sofrer pelo menos três
abortos e ter dois natimortos.
Quando
Robert Cecil morreu em 1612, houve poucas lamentações por aqueles que brigavam
para assumir o poder agora vacante. Até sua morte, o sistema administrativo
elisabetano sobre o qual ele presidia continuava a funcionar com relativa
eficiência; depois, entretanto, o governo de Jaime entrou em um período de
declíneo e descrédito. A morte de Cecil deu ao rei a noção de governar em
pessoa como seu próprio Ministro de Estado, com Carr assumindo muitas das
funções de Cecil. Porém, a inaptidão de Jaime de comparecer de forma próxima às
questões oficiais expôs o faccionalismo do governo. O partido de Henry Howard
logo tomou controle de grande parte do governo e sua patronagem.
Até
o poderoso Carr, pouco preparado para as resposabilidades que foram colocadas
sobre ele e frequentemente dependente de sua amigo íntimo sir Thomas Overbury
para ajuda na papelada governamental, caiu no campo de Howard após começar um
caso com a casada Francisca Howard, quem Jaime ajudou a conseguir a anulação do
casamento para poder se casar com Carr. Porém, no verão de 1615, surgiu que
Overbury, que morreu no dia 15 de setembro de 1613 na Torre de Londres, onde
estava à pedido do rei, foi envenenado. Entre aqueles condenados pelo
assassinato estava Francisca e Roberto Carr, o último já tendo sido substituído
como favorito do rei por Villiers. Jaime perdou Francisca e comutou a sentença
de Carr, eventualmente perdoando-o em 1624. A implicação do rei em um escândalo
como esse provocou muitas conjunturas públicas e literárias, além de manchar a
corte de Jaime com uma imagem de corrupção e depravação. A subsequente queda
dos Howard deixou Villiers sem oponentes em 1619 como a figura suprema do
governo.
ÚLTIMO ANO
Por
volta dos cinquenta anos de idade, Jaime começou a sofrer cada vez mais de
artrite, gota e cálculo renal. Ele também perdeu os dentes e bebia muito.
Durante seu último ano de vida, com Villiers tendo consolidado seu controle
sobre Carlos para garantir seu prórpio futuro, o rei estava frequentemente
muito doente, se transformando numa figura cada vez mais periférica e raramente
visitando Londres. Uma teoria diz que Jaime podia estar sofrendo de porfíria
(28), uma doença que seu descendente Jorge III do Reino Unido exibia sintomas.
Jaime descreveu sua urina ao médico Théodore de Mayerne como sendo
"coloração vermelho escuro de vinho Alicante".Essa teoria não é
aceita por alguns especialistas, particularmente no caso de Jaime já que tinha
cálculo renal, que pode levar sangue até a urina e fazê-la ficar avermelhada.
No
início de 1625, Jaime foi tomado por uma série de ataques de artrite, gota e
desmaios, ficando seriamente doente em março com calafrios e então com um
derrame. Jaime VI & I morreu na Theobalds House no dia 27 de março durante
um violento ataque de disenteria, com Villiers ao seu lado. Seu funeral, um
evento magnífico e desorganizado, ocorreu em 7 de maio. O bispo John Williams
de Lincoln pregou o sermão, dizendo que o "Rei Salomão morreu em Paz,
quando já tinha vivido por volta de sessenta anos ... e assim você sabe o fez
Rei Jaime" foi enterrado na Abadia de Westminster (29). A posição exata da
tumba ficou perdida por vários séculos. No século XIX, após a escavação de
muitas das sepulturas sob o chão, o caixão de Jaime foi encontrado na sepultura
de Henrique VII.
FRANCIS BACON
Francis
Bacon, 1°. Visconde de Alban, também referido como Bacon de Verulâmio (Londres,
22 de janeiro de 1561 — Londres, 9 de abril de 1626) foi um político, filósofo
e ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio), visconde
de Saint Alban. É considerado como o fundador da ciência moderna. Desde cedo,
sua educação orientou-o para a vida política, na qual exerceu posições
elevadas. Em 1584 foi eleito para a câmara dos comuns.
Sucessivamente,
durante o reinado de Jaime I, desempenhou as funções de procurador-geral
(1607), fiscal-geral (1613), guarda do selo (1617) e grande chanceler (1618).
Neste mesmo ano, foi nomeado barão de Verulam e em 1621, barão de Saint Alban.
Também em 1621, Bacon foi acusado de corrupção. Condenado ao pagamento de
pesada multa, foi também proibido de exercer cargos públicos. Como filósofo,
destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o
homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica
e do empirismo (30), sendo muitas vezes chamado de "fundador da ciência
moderna". Sua principal obra filosófica é o Novum Organum (31). Francis
Bacon foi um dos mais conhecidos e influentes rosacruzes (32) e também um
alquimista, tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de
Imperator. Estudiosos apontam como sendo o real autor dos famosos manifestos
rosacruzes, Fama Fraternitatis (33) (1614), Confessio Fraternitatis (34) (1615)
e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz (35) (1616).
FILOSOFIA
CLASSIFICAÇÃO DAS
CIÊNCIAS
Preliminarmente,
Bacon propõe a classificação das ciências em três grupos:
Poesia
ou ciência da imaginação;
História
ou ciência da memória;
Filosofia
ou ciência da razão.
A
história é subdividida em natural e civil e a filosofia é subdividida em
filosofia da natureza e em antropologia.
ÍDOLOS
No
que se refere ao Novum Organum, Bacon preocupou-se inicialmente com a análise
de falsas noções (ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos
pela ciência ou pelos homens que dizem fazer ciência. É um dos aspectos mais
fascinantes e de interesse permanente na filosofia de Bacon. Esses ídolos foram
classificados em quatro grupos:
Idola
Tribus (ídolos da tribo): Ocorrem por conta das deficiências do próprio
espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos
casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis. O homem é o padrão das coisas, faz
com que todas as percepções dos sentidos e da mente sejam tomadas como verdade,
sendo que pertencem apenas ao homem e não ao universo. Dizia que a mente se
desfigura da realidade. São assim chamados porque são inerentes à natureza
humana, à própria tribo ou raça humana.
Idola
Specus (ídolos da caverna): De acordo com Bacon, cada pessoa possui sua própria
caverna, que interpreta e distorce a luz particular, à qual estão acostumados.
Isso quer dizer que, da mesma maneira presente na obra 'República' de Platão,
os indivíduos, cada um, possui a sua crença, sua verdade particular, tida como
única e indiscutível. Portanto, os ídolos da caverna perturbam o conhecimento,
uma vez que mantém o homem preso em preconceitos e singularidades.
Idola
Fori (ídolos do foro): Segundo Bacon, os ídolos do foro são os mais
perturbadores, já que estes alojam-se no intelecto graças ao pacto de palavras
e de nomes. Para os teóricos matemáticos um modo de restaurar a ordem seria
através das definições. Porém de acordo com a teoria baconiana, nem mesmo as
definições poderiam remediar totalmente esse mal, tratando-se de coisas
materiais e naturais posto que as próprias definições constam de palavras e as
palavras engendram palavras. Percebe-se portanto, que as palavras possuem certo
grau de distorção e erro, sendo que umas possuem maior distorção e erro que
outras.
Idola
Theatri (ídolos do teatro): Os ídolos do teatro têm suas causas nos sistemas
filosóficos e em regras falseadas de demonstrações. Os falsos conceitos são as
ideologias, essas são produzidas por engendramentos filosóficos, teológicos,
políticos e científicos, todos ilusórios. Os ídolos do teatro, para Bacon, eram
os mais perigosos, porque, em sua época, predominava o princípio da autoridade
– os livros da antiguidade e os livros sagrados eram considerados a fonte de
todo o conhecimento.
O MÉTODO
O
objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os
fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende
do raciocínio silogístico (36) aristotélico, mas sim da observação e da
experimentação regulada pelo raciocínio indutivo (37). O conhecimento
verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se
devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos.
Para
isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para,
em seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo:
a tábua da presença (responsável pelo registro de presenças das formas que se
investigam), a tábua de ausência (responsável pelo controle de situações nas
quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a tábua da comparação
(responsável pelo registro das variações que as referidas formas manifestam).
Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito ou
com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria
possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão
suporte ao método indutivo mas fazem uma distinção entre a experiência vaga
(noções recolhidas ao acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e
passível de verificações empíricas). Mesmo que a indução fosse conhecida dos
antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia.
O
método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro
lugar, Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples
disposição ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese
correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou
a importância da dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para
isso, talvez, foi o fato de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que
costumava ligar a matemática ao uso que dela fizera Platão.
OBRAS
A
produção intelectual de Bacon foi vasta e variada. De modo geral, pode ser
dividida em três partes: jurídica, literária e filosófica.
OBRAS JURÍDICAS
Figuram
entre seus principais trabalhos jurídicos os seguintes títulos: The Elements of
the common lawes of England (38) (Elementos das leis comuns da Inglaterra),
Cases of treason (39) (Casos de traição), The Learned reading of Sir Francis
Bacon upon the statute os uses (40) (Douta leitura do código de costumes por
Sir Francis Bacon).
OBRAS LITERÁRIAS
Sua
obra literária fundamental são os Essays (41) (Ensaios), publicados em 1597,
1612 e 1625 e cujo tema é familiar e prático. Alguns de seus ditos tornaram-se
proverbiais e os Essays tornaram-se tão famosos quanto os de Montaigne (42).
Outros opúsculos, no âmbito literário: Colours of good and evil (43)
(Estandartes do bem e do mal), De sapientia veterum (44) (Da sabedoria dos
antigos). No âmbito histórico destaca-se History of Henry VII (História de
Henrique VII) .
OBRAS FILOSÓFICAS
As
obras filosóficas mais importantes de Bacon são Instauratio magna (Grande
restauração) e Novum organum. Nesta última, Bacon apresenta e descreve seu
método para as ciências. Este novo método deverá substituir o Organon
aristotélico. Seus escritos no âmbito filosófico podem ser agrupados do
seguinte modo:
Escritos
que faziam parte da Instauratio magna e que foram ou superados ou postos de
lado, como: De interpretatione naturae (Da interpretação da natureza),
Inquisitio de motu (Pesquisas sobre o movimento), Historia naturalis (História
natural), onde tenta aplicar seu método pela primeira vez;
Escritos
relacionados com a Instauratio magna, mas não incluídos em seu plano original.
O escrito mais importante é New Atlantis (Nova Atlântida), onde Bacon apresenta
uma concepção do Estado ideal regulado por ideias de caráter científico. Além
deste, destacam-se Cogitationes de natura rerum (Reflexões sobre a natureza das
coisas) e De fluxu et refluxu (Das marés);
Instauratio
magna, onde Bacon procura desenvolver o seu pensamento filosófico-científico e
que consta de seis partes:
a)
Partitiones scientiarum (Classificação das ciências), sistematização do
conjunto do saber humano, de acordo com as faculdades que o produzem;
b)
Novum organum sive Indicia de interpretatione naturae (Novo método ou
Manifestações sobre a interpretação da natureza), exposição do método indutivo,
trabalho esse que reformula e repete o Novum organum;
c)
Phaenomena universi sive Historia naturalis et experimentalis ad condendam
philosophiam (Fenômenos do universo ou História natural e experimental para a
fundamentação da filosofia), versa sobre a coleta de dados empíricos;
d)
Scala intellectus, sive Filum labyrinthi (Escala do entendimento ou O Fio do
labirinto), contém exemplos de investigação conduzida de acordo com o novo
método;
e)
Prodromi sive Antecipationes philosophiae secundae (Introdução ou Antecipações
à filosofia segunda), onde faz considerações à margem do novo método, visando
mostrar o avanço por ele permitido;
f)
Philosophia secunda, sive Scientia activa (45) (Filosofia segunda ou Ciência
ativa), seria o resultado final, organizado em um sistema de axiomas.
MORTE E LEGADO DE
FRANCIS BACON
Francis
Bacon esteve envolvido com investigações naturais até o fim de sua vida,
tentando realizar na prática seu método. No inverno de 1626, estava envolvido
com experiências sobre o frio e a conservação. Desejava saber por quanto tempo
o frio poderia preservar a carne. A idade havia debilitado a saúde do filósofo
e ele acabou não resistindo ao rigoroso inverno daquele ano. Morreu em 9 de
abril, vítima de uma bronquite. Encontra-se sepultado em St Michael Churchyard,
St Albans, Hertfordshire na Inglaterra.
Efetivamente,
Bacon não realizou nenhum grande progresso nas ciências naturais. Mas foi ele
quem primeiro esboçou uma metodologia racional para a atividade científica. Sua
teoria dos idola antecipa, pelo menos potencialmente, a moderna Sociologia do
Conhecimento. Foi um pioneiro no campo científico e um marco entre o homem da
Idade Média e o homem moderno. Ademais, Bacon foi um escritor notável. Seus
Essays são os primeiros modelos da prosa inglesa moderna. Há muitos que
acreditam que tenha sido ele o verdadeiro autor das peças de Shakespeare, teoria
surgida há séculos, na chamada Questão da autoria de Shakespeare.
FRANCIS BACON E A
BÍBLIA DO REI JAMES 1°
Bíblia
do rei James (em português Jaime ou Tiago), também conhecida como Versão do rei
James ou Bíblia KJV (em inglês: Authorized King James Version, Versão
Autorizada do rei Jaime), é uma tradução inglesa da bíblia realizada em
benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I. A primeira publicação
data de 1611, causou um profundo impacto não apenas nas traduções inglesas
posteriores, mas na literatura inglesa como um todo. As obras de autores
famosos como John Bunyan, John Milton, Herman Melville, John Dryden e William
Wordsworth estão repletas de aparentes inspirações nesta tradução da Bíblia.
Versões como a New King James Version são revisões de seu texto. Importante não
só na literatura inglesa, a Bíblia do rei James também causou profundo impacto
social na Inglaterra do século XVII e inclusive a ela alguns historiadores
relacionam papel importante nas próprias revoluções inglesas do século XVII. A
combinação de uma versão da Bíblia em vernáculo, assim como os custos cada vez
mais baixos de impressão fizeram com que a Bíblia do rei James fosse
rapidamente distribuída e largamente lida por praticamente todas as camadas
sociais inglesas.
Como
resultado, a bíblia se torna o centro de todas as discussões e é utilizada
largamente para embasar ideologias. Pode-se dizer que a Bíblia do rei James
traz uma resignificação para a bíblia no período; até então livro o qual poucos
obtinham acesso para leitura, sua tradução e barateamento de custo alto de
produção, pois era manuscrita e a sua confecção não demorava menos de dois anos
por unidade, então com a subseqüente distribuição em larga escala, causa um
fenômeno novo dentro do cristianismo: a bíblia passa a ser lida pela população.
A
Bíblia do Rei James de 1611 é ornamentada com símbolos de Bacon, estes símbolos
são Rosacrucianamente marcados para chamar a atenção dos iniciados para eles e
dizer-lhes que a Bíblia de 1611 é, sem possibilidade de dúvida, um dos livros
de Bacon. Quando Bacon nasceu, o Inglês como língua literária não existia, mas
até o ano de sua morte ele tinha conseguido fazer do idioma Inglês o veículo
mais nobre do pensamento. Ele fez isso apenas por sua Bíblia e seu Shakespeare.
A primeira edição da Bíblia do Rei James, foi editada por Francis Bacon e
preparada sob a supervisão maçônica e tem mais marcas de pedreiro do que a
Catedral de Estrasburgo (46).
Segundo
A. E. Loosley Bacon editou a Versão Autorizada da Bíblia impressa em 1611. Dr.
Lancelot Andrewes, bispo de Winchester, um dos principais tradutores, foi amigo
íntimo de Bacon.. Que Bacon revisou os manuscritos antes da publicação é certo.
Conforme o mesmo autor Bacon evidentemente conhecia a Bíblia muito bem, e todo
o esquema da Versão Autorizada era dele. Ele era um fervoroso estudante, não só
da Bíblia. Santo Agostinho, São Jerônimo, e escritores das obras teológicas,
foram estudados por ele.
Ele
deixou suas anotações em muitos exemplares da Bíblia e em dezenas de obras
teológicas. A tradução deve ter sido um trabalho em que ele tomou o maior
interesse, na verdade, é bem possível que ele inspirou. Ele seguiria o seu
progresso de estágio por estágio, e quando a última etapa veio só havia um
escritor do período capaz de transformar as frases com o estilo incomparável
que é o grande charme, e isso é evidente, na Versão Autorizada e nas peças de
Shakespeare.
### FIM
###
Por
Ir.’. Roberto Aguilar M. S. Silva
M.'. M.'.
- A.'.R.'.L.'.S.'. Loja
Maçônica Renascença IV, Santo Ângelo, RS (Brasil)
NOTAS:
Renânia
(em alemão: Rheinland) é o nome genérico de uma região do oeste da Alemanha,
nas duas margens do médio e baixo Reno, rio do qual tira seu nome.
O
puritanismo designa uma concepção da fé cristã desenvolvida na Inglaterra por
uma comunidade de protestantes radicais depois da Reforma.
A
Sobrepeliz (do latim: superpelliceum) é uma veste litúrgica que faz parte das
vestes corais. É usada por todos os clérigos, acólitos e seminaristas por cima
da batina sobretudo quando assistem ao coro para o Ofício Divino, mas também
para as outras celebrações litúrgicas, quando não tomem parte nelas como
Celebrante ou Concelebrante ou como diácono ministrante ao altar. É uma espécie
de Alva encurtada e com as mangas largas, sempre de cor branca e normalmente de
Linho, algumas têm também rendas,bordados e um laço a guarnecer.
O
Jacobitismo foi um movimento político dos séculos XVII e XVIII na Grã-Bretanha
e Irlanda que tinha por objectivo a restauração do reinado da casa dos Stuarts
na Inglaterra e Escócia (e depois de 1707, ano em que a Escócia e a Inglaterra
se uniram, o reino da Grã-Bretanha).
Episcopado,
também conhecido como Governo Episcopal, é uma das formas administrativas da
Igreja.
Presbiterianismo
se refere as igrejas cristãs protestantes que aderem à tradição teológica
reformada (calvinismo) e cuja forma de organização eclesiástica se caracteriza
pelo governo de uma assembleia de presbíteros, ou anciãos. Há muitas entidades
autônomas em países por todo o mundo que subscrevem igualmente o
presbiterianismo. Para além de distinções traçadas entre fronteiras nacionais,
os presbiterianos também se dividiram por razões doutrinais, em especial em
seguida ao Iluminismo. A Igreja Presbiteriana é oriunda da Reforma Protestante
do século XVI, e mantém o caráter de Igreja Católica (o termo
"católico", derivado da palavra grega: καθολικός (katholikos),
significa "universal" ou "geral"), como declarado no Credo
dos Apóstolos. É uma denominação cristã comprometida com valores éticos e
morais. Sua atuação no contexto social brasileiro, por exemplo, é marcante,
através de instituições de ensino desde o infantil até o superior, que têm
alcançado excelência e reconhecimento internacional, como por exemplo,
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Instituto Presbiteriano Gammon, entre
outras.
Porfirias
são um grupo de distúrbios herdados ou adquiridos que envolvem certas enzimas
participantes do processo de síntese do heme. Estes distúrbios se manifestam
através de problemas na pele e/ou com complicações neurológicas. Existem
diferentes tipos de porfirias, atualmente sendo classificadas de acordo com
suas deficiências enzimáticas específicas no processo de síntese do heme. O
termo porfiria deriva da palavra grega πορφύρα, porphýra, significando
"pigmento roxo". O nome também aparenta ser uma referência à
coloração arroxeada dos fluidos corporais dos pacientes durante um ataque.
A
Igreja do Colegiado de São Pedro em Westminster mais conhecida como Abadia de
Westminster (em inglês:Westminster Abbey) é uma grande igreja em estilo gótico
na Cidade de Westminster, sendo considerada a igreja mais importante de Londres
e, algumas vezes, de toda a Inglaterra. É famosa mundialmente por ser o local
de coroação do Monarca do Reino Unido. Entre 1546 e 1556 obteve estatuto de
Catedral e atualmente é uma Royal Peculiar.
Na
filosofia, empirismo é uma teoria do conhecimento que afirma que o conhecimento
vem apenas ou principalmente, a partir da experiência sensorial. Um dos vários
pontos de vista da epistemologia, o estudo do conhecimento humano, juntamente
com o racionalismo, o idealismo e historicismo, o empirismo enfatiza o papel da
experiência e da evidência, experiência sensorial, especialmente, na formação
de ideias, sobre a noção de idéias inatas ou tradições; empiristas podem
argumentar, porém, que as tradições (ou costumes) surgem devido às relações de
experiências sensoriais anteriores. Empirismo na filosofia da ciência enfatiza
a evidência, especialmente porque foi descoberta em experiências. É uma parte
fundamental do método científico que todas as hipóteses e teorias devem ser
testadas contra observações do mundo natural, em vez de descansar apenas em um
raciocínio a priori, a intuição ou revelação. Filósofos associados com o
empirismo incluem Aristóteles, Alhazen, Avicena, Ibn Tufail, Robert
Grosseteste, Guilherme de Ockham, Francis Bacon, Thomas Hobbes, Robert Boyle,
John Locke, George Berkeley, Hermann von Helmholtz, David Hume, Leopold von
Ranke, e John Stuart Mill.
Novum
Organum é uma obra de cunho científico e filosófico publicada em 1620 por
Francis Bacon, dois anos após tornar-se Lorde Chanceler e barão de Verulam e
dois anos antes de publicar a História Natural.
Rosa-cruz
é uma confraria de iluminados existente na Alemanha a partir do século XVI e
difundida pelos países vizinhos no século XVII, quando ficou publicamente
conhecida através de três manifestos. Insere-se na tradição esotérica
ocidental. Esta confraria hermética é vista por muitos rosacrucianistas antigos
e modernos como um "Colégio de Invisíveis" nos mundos internos,
formado por grandes adeptos, com o intuito de prestar auxílio à evolução
espiritual da humanidade.
Fama
Fraternitatis Rosae Crucis (Fama fraternitatis Roseae Crucis oder Die
Bruderschaft des Ordens der Rosenkreuzer), ou simplesmente Fama Fraternitatis,
é um manifesto rosacruciano publicado em 1614 na cidade alemã de Kassel.
Confessio
Fraternitatis (Confessio oder Bekenntnis der Societät und Bruderschaft Rosenkreuz)
é um manifesto rosacruciano publicado em 1615 na cidade alemã de Kassel.
Núpcias
Alquímicas de Christian Rozenkreuz (Chymische Hochzeit Christiani Rosencreutz
anno 1459), ou simplesmente Núpcias Alquímicas (ou Químicas) de Christian
Rozenkreuz, é um manifesto rosacruciano publicado em 1616 na cidade alemã de
Estrasburgo (anexada à França em 1681).
Um
silogismo (do grego antigo σσλλογισμός, "conexão de idéias",
"raciocínio"; composto pelos termos σύν "com" e λογισμός
"cálculo") é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a
argumentação lógica perfeita e que mais tarde veio a ser chamada de silogismo,
constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a
partir das duas primeiras, chamadas premissas, é possível deduzir uma
conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aristóteles em Analíticos
anteriores.
Na
lógica, um raciocínio indutivo é um tipo de raciocínio ou argumento que
partindo de premissas particulares obtém uma conclusão universal.
Alternativamente, pode ser definido como um argumento no qual a conclusão tem
uma abrangência maior que as premissas. A lógica diferencia duas classes
fundamentais de argumentos: os dedutivos e os indutivos. Os argumentos
dedutivos são aqueles que as premissas fornecem um fundamento definitivo da
conclusão, enquanto nos indutivos as premissas proporcionam somente alguma
fundamentação da conclusão, mas não uma fundamentação conclusiva1 ,
identificando dessa maneira os conceitos de dedução e raciocínio válido. Uma
outra maneira de expressar essa diferença é dizer que numa dedução é impossível
que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, mas no raciocínio
indutivo no sentido forte isso é possível, mas pouco provável2 . Num raciocínio
dedutivo a informação da conclusão já está contida nas premissas, de modo que
se toda a informação das premissas é verdadeira, a informação da conclusão
também deverá ser verdadeira. No raciocínio indutivo a conclusão contém alguma
informação que não está contida nas premissas, ficando em aberto a
possibilidade de que essa informação a mais cause a falsidade da conclusão
apesar das premissas verdadeiras. Raciocinar indutivamente é partir de
premissas particulares, na busca de uma lei geral, universal.
http://archive.org/details/elementsofcommon00baco
http://archive.org/details/casesoftreason00baco
http://archive.org/details/learnedreadingof00baco
Essais
(Ensaios, na língua portuguesa) é o título da principal obra de Michel de
Montaigne, publicada pela primeira vez em 1580, e que foi pioneira no gênero
literário chamado "ensaio".
Michel
Eyquem de Montaigne (Saint-Michel-de-Montaigne, 28 de fevereiro de 1533 —
Saint-Michel-de-Montaigne, 13 de setembro de 1592) foi um político, filosofo,
escritor e cético francês, considerado como o inventor do ensaio pessoal. Nas
suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as
instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua
época e tomando a generalidade da humanidade como objeto.
http://archive.org/details/baconsessaysand00wriggoog
http://books.google.com.br/books?id=7v2qcxE5XewC&oe=UTF-8&redir_esc=y
http://revistasofosunirio.files.wordpress.com/2012/03/historia-da-filosofia-emile-brehier-2.pdf
A
Catedral de Estrasburgo ou Catedral de Nossa Senhora de Estrasburgo (em francês
Cathédrale Notre-Dame-de-Strasbourg; em alemão Liebfrauenmünster zu Straßburg)
é uma catedral católica romana em Estrasburgo, França. A construção foi
terminada em 1439, tornando-se o mais alto edifício do mundo entre 1625 a 1874,
e permaneceu como a maior igreja do mundo até 1880, quando foi ultrapassada
pela Catedral de Colônia, na Alemanha. Hoje é a quarta maior igreja do mundo.
Durante a década de 1520, a cidade abraçou as teses religiosas de Martinho
Lutero, cujos adeptos estabeleceram uma universidade no século seguinte. Ulrich
Ensingen foi um de seus arquitetos.
BIBLIOGRAFIA:
CRSITE.
Bacon and the Rose Cross. http://www.crcsite.org/bacon.htm
DODD, A.
Francis Bacon's Life-Story 1986
GOOGLE.
Biblia Maçônica. https://www.google.com.br/#q=bíblia+Ma%C3%A7onica
HALL, M.
P. Rosicrucian and Masonic Origins 1929.
Moderna
Bíblia do Rei James
LAWRENCE,
E. D. Bacon is Shakespeare and The Shakespeare Myth from a lecture October 9,
1912
LOOSLEY,
A. E. Francis Bacon and the James 1st Bible.
http://www.sirbacon.org/links/bible.html
WEBMAIS.
A numerologia a Bíblia e o numero cabalístico 33 (trinta e três).
http://webmais.com/a-numerologia-a-biblia-e-o-numero-cabalistico-33-trinta-e-tres/
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