Por Antônio Amâncio de
Oliveira
A grande força da Maçonaria
sempre esteve no fato de ser uma sociedade secreta. Embora não se possa falar,
rigorosamente, em sociedade secreta quando o seu endereço está nas listas
telefônicas, ela deve se primar, pelo menos, pela discrição. Tal fato, no
entanto, não se dá. Hoje, os símbolos maçônicos já estão de tal forma
vulgarizados que somente o fato do maçom ter uma necessidade premente de se
declarar como tal perante à sociedade é que justifica o seu uso.
A Maçonaria têm formas de
identificação para os maçons. Essas formas que nós maçons bem sabemos quais
são, já não se justificam, exceto em raras ocasiões. Os símbolos maçons estão nos
pára-brisas dos carros, estão na lapela do paletó ou da camisa, na caneta, no
anel, no cordão, em toda parte e das mais variadas formas. Até mesmo a
tradicional identificação através da assinatura, já está por demais
vulgarizada. Tão logo você coloca três pontinhos na assinatura, alguém lhe
pergunta se você é maçom. Como dizer que não o é, se você é um bazar ambulante
com todos os símbolos maçônicos.
Os maçons do passado, aqueles
que introduziram tais coisas na Maçonaria, sabiam o que estavam fazendo, mas
hoje, tudo isso vulgarizou e é utilizado porque o maçom tem uma necessidade
premente de ostentar a sua condição de maçom, não para os maçons, como deveria,
mas para os profanos, para a sociedade. Numa cidade do interior, todos sabem
quem é maçom e quem não é. Mas não deveria ser assim. É preciso que o Maçom
saiba que se deseja status social, o local não é a Maçonaria; o trabalho maçom
tem que primar pela discrição e não pela ostentação.
É fácil notar que muitas lojas
têm uma grande preocupação em sair no noticiário, dizer que a Loja fez e
aconteceu em tal evento. Isso, no meu modesto entender, revela um total
desconhecimento dos objetivos da Maçonaria e, o que é pior, revela também o
desconhecimento do maçom sobre o seu papel. Digamos que o maçom esteja precisando
dos préstimos de outro maçom, mas se esse atende, logo surgirá a contestação
daqueles que foram preteridos que irão gritar aos quatro ventos que aquilo se
deu porque ambos são maçons. Então, até por uma questão de bom senso, o maçom
não poderá atendê-lo. E se ele não o atende, esse ficará contrariado e
decepcionado.
Portanto, essa vulgarização ou
profanidade da Ordem está abortando seus princípios e tornando-a inoperante. É
preciso que nos conscientizemos disso e passemos a abolir a ostentação dos
símbolos maçônicos, nós temos que nos identificar é para os nossos irmãos, mas
hoje em dia nos identificamos muito mais para os profanos.
FONTE: MS MAÇOM
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