Gianecchini, a beleza e o linfoma

Por Cristiane Segatto - Época
Gosto de andar a pé, de ônibus, de metrô. De boca fechada e ouvidos bem abertos. Essas andanças me fazem perceber que o câncer do ator Reynaldo Gianecchini continua provocando perplexidade. O diagóstico que ele recebeu já é notícia velha, mas é o tipo de acontecimento que precisa de tempo para ser digerido.

Seja qual for o motivo (morbidez, curiosidade, solidariedade, falta do que fazer?), as pessoas ainda sentem necessidade de falar sobre ele. Quase sempre, arrematavam o comentário com o mesmo lamento: “Ninguém esperava”.

Por que ninguém esperava? Qualquer pessoa está sujeita ao câncer. Inclusive jovens de aparência saudável. O risco de ter a doença aumenta à medida que envelhecemos, mas não são raros os casos de bebês, crianças e adolescentes marcados pela doença.

Se não é a idade nem a aparência saudável de Gianecchini que subvertem a imagem construída pela sociedade daquilo que deveria ser um doente de câncer, o que é então? Suspeito que seja a beleza incomum.

É difícil aceitar que um galã como ele tenha câncer. É claro que essa aparente contradição não resiste a uma análise racional. Como, em grande parte, somos movidos por impressões e sentimentos, a estranheza persiste.

Aos 38 anos, o ator recebeu o dignóstico de linfoma não-Hodgkin de células T. É um tipo menos comum (ocorre em menos de 15% dos casos) e mais agressivo. A doença pode evoluir rapidamente e se disseminar. O linfoma de células B que a presidente Dilma Rouseff teve é mais fácil de tratar.


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