No dia 17 de março de 2025, o Tribunal de Grande Instância de Jerusalém foi palco de um julgamento inédito: três homens, identificados como Jubela, Jubelo e Jubelum, foram acusados do assassinato de Hiram Abiff, mestre arquiteto do Templo de Salomão, ocorrido por volta do ano 1000 a.C. Este julgamento simbólico foi instaurado após uma ação movida por uma loja maçônica internacional, buscando uma sentença real para um crime lendário, com o intuito de apaziguar espíritos e restabelecer a ordem moral.
Abertura do Julgamento: Desafio Temporal
O juiz Aaron Lévy, presidente da corte, deu início à sessão destacando a natureza excepcional do caso, que transcende o tempo e coloca figuras míticas diante da justiça contemporânea. Os réus, descritos como figuras anacrônicas, pareciam ter sido transportados de uma era antiga para um tribunal moderno, ressaltando a singularidade do processo.
Reconstituição dos Fatos: A Lenda de Hiram Abiff
A acusação, liderada pela procuradora-geral Miriam Cohen, baseou-se em narrativas maçônicas para reconstruir os eventos que culminaram na morte de Hiram Abiff. De acordo com a tradição, Hiram, responsável pela construção do Templo de Salomão, foi abordado pelos três companheiros em diferentes portões do templo, cada um exigindo os segredos do mestre. Diante da recusa de Hiram, os ataques sucederam-se: Jubela o atingiu na garganta com uma régua de 24 polegadas; Jubelo o golpeou no peito com um esquadro; e, finalmente, Jubelum desferiu um golpe fatal na testa com um malhete. Essa sequência de agressões simboliza a quebra de valores como honra, paciência e lealdade.
A Defesa: Alegoria das Fraquezas Humanas
O advogado de defesa, Ezra Benami, argumentou que os réus representam alegorias das falhas humanas — inveja, impaciência e violência — e que julgá-los seria equivalente a condenar a própria humanidade. Essa perspectiva sugere que o mito serve como um espelho para introspecção e reconhecimento das imperfeições inerentes ao ser humano.
Reflexões Sobre o Mito e a Condição Humana
Este julgamento simbólico levanta questões profundas sobre a natureza dos mitos e sua relação com a condição humana. A história de Hiram Abiff e seus assassinos não apenas serve como uma lição moral dentro da tradição maçônica, mas também convida a uma reflexão sobre como as narrativas antigas podem ser reinterpretadas para abordar dilemas éticos e existenciais contemporâneos.
Ao trazer figuras lendárias ao banco dos réus, este evento destaca a contínua relevância dos mitos na compreensão e na reflexão sobre as complexidades da moralidade e da justiça na sociedade atual.
Este artigo é baseado na publicação original intitulada "Procès des assassins : les trois mauvais compagnons face à la justice", publicada no portal 450.fm em 17 de março de 2025. Todos os créditos ao autor e à fonte original.
1 Comentários
Já havia lido vários comentários a respeito da lenda do nosso saudoso mestre Hiran Abif, mas está me surpreendeu. Parabéns 👏👏👏
ResponderExcluir