Da Redação
Arthur Conan Doyle, renomado criador do detetive Sherlock Holmes, e Harry Houdini, o célebre mágico e escapologista, compartilham uma relação fascinante, marcada por divergências em torno do espiritismo e por possíveis vínculos com a Maçonaria. A amizade complexa e frequentemente conflituosa entre eles reflete uma época em que o misticismo, a ciência e a ilusão ocupavam o imaginário coletivo.
Espiritismo: Conexão e Conflito
Arthur Conan Doyle tornou-se um defensor fervoroso do espiritismo após a perda de sua esposa e filho durante a Primeira Guerra Mundial. Para ele, o espiritismo era uma prova da vida após a morte e uma missão de conforto para aqueles que enfrentaram o luto. Doyle escreveu extensivamente sobre o tema, incluindo a obra A História do Espiritismo, e participou de inúmeras sessões espíritas, convencido de que podia se comunicar com os mortos.
Harry Houdini, por outro lado, era um cético
declarado. Sua carreira como mágico e ilusionista o tornou especialista em
desvendar fraudes e técnicas usadas por médiuns. Em seu livro Um Mágico Entre
os Espíritos, Houdini narra sua cruzada para expor falsos espiritualistas,
incluindo confrontos diretos com Doyle. Um dos momentos mais marcantes foi uma
sessão espírita organizada pelos Doyles, onde Houdini recebeu uma suposta
mensagem de sua falecida mãe, mas em inglês, língua que ela não falava. Esse
episódio reforçou o ceticismo de Houdini, aumentando as tensões entre os dois.
Maçonaria: Um Laço Questionável
Ambos os homens tiveram envolvimento
documentado com a Maçonaria, embora de maneiras distintas e com diferentes
níveis de compromisso.
Arthur Conan Doyle e a Maçonaria
Doyle foi iniciado na Maçonaria em 26 de
janeiro de 1887, na Loja Phoenix nº 257, em Portsmouth, Inglaterra. Ele
renunciou à loja em 1889, retornou em 1902 e se desligou definitivamente em
1911. Durante sua participação, a Maçonaria oferecia uma plataforma para o
debate de questões filosóficas e morais, além de conexões sociais e profissionais.
Embora seu envolvimento tenha sido breve,
elementos simbólicos da Maçonaria aparecem em sua obra, como em O Vale do Medo,
que alude a sociedades secretas. Sua experiência maçônica parece ter sido mais
uma exploração de interesses filosóficos do que uma dedicação profunda à ordem.
Harry Houdini e a Maçonaria
Houdini foi iniciado na Maçonaria em 13 de
agosto de 1923, na Loja Santa Cecília Nº 568, em Nova York. Ele recebeu os
graus de Oficial e Mestre Maçom em setembro e outubro do mesmo ano. Sua adesão
pode ter sido motivada pelo desejo de integrar uma rede influente ou pelo
interesse em explorar o simbolismo maçônico. No entanto, Houdini não foi um
membro ativo ou proeminente na ordem, possivelmente devido à sua agenda lotada.
Após sua morte, surgiram rumores de que Houdini
teria incorporado símbolos maçônicos em seus truques ou escritos, mas essas
histórias permanecem sem comprovação.
Dinâmica de Contrastes
A relação entre Doyle e Houdini exemplifica o
choque entre fé e ceticismo:
- Debates Públicos: Os dois frequentemente
expunham suas visões opostas em conferências e na mídia. Doyle acreditava que
Houdini, com suas habilidades, poderia ser um médium sem perceber, enquanto
Houdini considerava Doyle um homem iludido.
- Lendas Pós-Morte: Após a morte de Houdini,
Doyle afirmou que ele se comunicou através de uma sessão espírita, perpetuando
o mistério e a controvérsia.
Reflexão Final
A interação entre Conan Doyle e Houdini é um
retrato vivo das tensões entre ciência, espiritualidade e ilusão em um período
de fervor pelo inexplicável. Seus envolvimentos com a Maçonaria, embora
distintos, revelam como essa instituição influenciou suas buscas pessoais por
significado, verdade e mistério. Suas vidas continuam a inspirar debates sobre
a complexidade da condição humana, especialmente em questões que tocam a vida,
a morte e o que pode existir além delas.
Texto Original: Pedra da Alergida Publicado em
450.fm
Adaptação: Luiz Sergio Castro
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