Esta é uma expressão maçônica que, provavelmente, muitos de nós não se lembrarão e podem até não reconhecer nela uma afinidade com a Maçonaria.
A letra “G” presente em vários símbolos maçônicos acolhe inúmeras traduções e interpretações. Há uma vinculação direta com o Principio Criador pela arte da Geometria, pelo Gênio da criação e pelo despertar da Gnose. Se formos aglutinar tudo chegaremos à ideia de Geração, não no sentido de linhagem e de procriar, mas na ação e no efeito de gerar ou produzir algo.
SER MAÇOM, É TER UM TÍTULO
SER OBREIRO É TER UMA MISSÃO COM O BEM.
Pelos ensinamentos recebidos somos constantemente chamados à missão de fazer a “Obra da vida”, com toda nossa energia vital e nos aprofundando nos mistérios da existência.
De forma resumida, somente pelas ações podemos gerar, concretizar e materializar o polimento necessário para a edificação do edifício social, que é a própria vida. Este é o bom uso da energia vital, embora sempre permaneçam nossas dúvidas existenciais eternas. Creio que a maior delas seja conceituar a vida
A resposta é simples: A vida é um sonho. Não se trata de um conceito criado por mim e muito menos uma ideia moderna. Platão, no sétimo livro de sua obra “República”, apresenta o “Mito da Caverna”, alegoria que representa a vida de prisioneiros na escuridão, vendo imagens que para eles representam a realidade, mas uma realidade não concreta.
Nas vagas ilusões da vida cabe ao Maçom compreender a transitoriedade da matéria e a eternidade do espirito, sem, contudo, nos deixarmos enveredar na propagação cega de doutrinas, até mesmo porque, antes de sermos iniciados, afirmamos que cremos na existência de um Ser Superior e na vida após a morte.
Lá atrás fomos alertados de que, se queremos bem aproveitar a vida, devemos pensar na morte. A efemeridade da vida compreendida como um sonho, em cujo plano depositamos o corpo inerte na escuridão, esta deve ser, para o Maçom, a mola motriz da obra à procura do despertar e do triunfo da Luz.
Às vezes, pode parecer pesado para nossas mentes desatinadas, mas o real é que a existência terrena é uma ilusão. PORÉM, a consciência da finitude nos liberta, pois nos conduz a um único caminho, que, por ações fundadas na Moral e na Ética, nos encaminha à pratica do Bem.
Pedro Calderon de la Barca, escritor espanhol do século XVI, é autor da peça teatral “La Vida es Sueño”. Ela é composta por três atos (1ª Jornada, 2ª Jornada e 3ª Jornada) e os trabalhos são abertos por apenas sete personagens. O ponto alto da peça vem bem ao encontro dos nossos labores:
“Mas, seja verdade ou sonho,
fazer bem é o que importa.
Se fosse verdade, por ser;
se não, para ganhar amigos
para quando acordarmos”.
Seguimos nestes 16 anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Acreditamos fielmente que um mundo melhor se constrói pela qualificação do artífice. Precisamos nos reanimar permanentemente para o bom uso do malho e do cinzel.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre-GLMMG 2021/2024
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