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Todas as grandes religiões do mundo se
originaram na Ásia e três delas – JUDAISMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO – em uma
área relativamente pequena na Ásia Ocidental. Igualmente notável é a
concentração de grandes lideres espirituais em diferentes partes do mundo no
século VI, antes de Cristo, ou em um período próximo. Foi à época de CONFÚCIO e
talvez de LAO-TSE, na China; de ZOROASTRO, na Pérsia; de SIDDHARTA GAUTAMA, o
Buda, na Índia; do maior dos profetas Hebreus, chamado o SEGUNDO ISAIAS
(40-55), e de PITÁGORAS, na Grécia. É possível que o aparecimento de
civilizações que se diziam universais dessem origem a religiões universais, ou
então as novas religiões eram uma reação às tensões nas sociedades existentes e
à necessidade de uma saída espiritual e uma fé que transcendesse um politeísmo
supersticioso. De qualquer forma, o movimento em direção a uma única realidade
espiritual coincidiu com a procura dos pensadores Gregos de um único principio
que explicasse o mundo material. O Hinduísmo é a mais antiga das religiões
mundiais, embora, segundo definição mais precisa, não se trata de uma religião
do mundo, mas sim uma religião do povo da Índia. Ainda em relação aos indianos,
o Budismo surgiu como uma reação dentro do Hinduísmo e é uma das grandes
religiões missionárias. Ironicamente, hoje não existem Budista na Índia.
Temos aprendido e ensinado que Maçonaria
através dos tempos, soube usufruir o que de melhor e sublime havia nas
diferentes civilizações, nas várias escolas filosóficas e na cabeça dos maiores
pensadores e cientistas dos quatro cantos da terra.
Nossa arquitetura, lendas, código moral,
etc... Qual aço indelével foi forjado em priscos eras da humanidade. Persas,
Hebreus, Egípcios, Gregos, Sumerianos e mais recentemente Ingleses e Franceses
deixaram símbolos, e, consequentemente a imortalidade em uma Loja Maçônica.
O objetivo deste artigo é traçar um paralelo
entre um indiano ilustre SIDDHARTA GAUTAMA e a maçonaria, já que até hoje pouco
pesquisou e pouco se conhece dessas incríveis coincidências, entre um e outro.
SIDDHARTA GAUTAMA, o BUDA e JESUS, o CRISTO,
são personagens de vários pensamentos coincidentes e historicamente semelhantes
em vários pontos: ambos não deixaram nada escrito, ambos começaram a pregar ao
redor dos 30 anos de idade, e ambos somente chegaram até nós através dos
escritos de seus discípulos mais íntimos, e após dezenas de anos de suas
mortes!
SIDDHARTA nasceu no ano 567 a.C., em
Kapilavastu, no sopé do Himalaia, (hoje, Nepal e fronteira com a China), filho
rico do rei Suddhodana e da rainha Maya.
Os monges Brâmanes profetizaram para ele uma
vida asceta, pobre, miserável e de Salvador do Mundo. Sabedor dessas profecias,
seu pai o manteve sempre confinado no interior dos palácios, a fim de poupá-lo
de ver como era realmente o seu país, cheio de miseráveis, escravos, doentes,
etc... Siddharta teve os olhos vendados por seu pai até a idade de 30 anos
quando já casado e com um filho, os Deuses acharam que Siddharta deveria sair e
empreender a missão para a qual se preparara durante tantos nascimentos
reencarnações anteriores. Semelhante ao profano que se inicia, ele faz algumas
viagens para além dos muros palacianos: na primeira vê um velho enrugado, se
apoiando numa bengala, e ao indagar de que se tratava, seu protetor explicou ser
a velhice, a vida que se esvai inexorável com o tempo; na segunda, deparasse
com um doente, gemente, simbolizando a dor; na terceira viagem encontra um
cadáver já em decomposição, simbolizando a morte; na última viagem encontra um
monge, maltrapilho, mendigo... no entanto percebe naquele homem um olhar de
serenidade, apesar de todas as adversidades por que passava, e é nesta
Serenidade do mendigo que Siddharta percebe que existe uma saída que conduz a
libertação de todo o sofrimento humano. A partir daí, organiza a sua
peregrinação pelo mundo deixando família, riquezas materiais e prazeres
mundanos, embrenha-se na floresta, já sem as roupas principescas e sem cavalo.
No inicio, seguindo os passos de monges
Brâmanes, foi asceta fanático, faquir, esmoler, e chegou a comer apenas um grão
de feijão por dia, mas percebendo a inutilidade desta seita e o seu fanatismo
improdutivo, volta-se à meditação profunda. Aos 35 anos, após dias de meditação
sob a figueira (árvore da sabedoria), recebe o dom da iluminação, e deste
momento em diante passará a ser chamado BUDA (O desperto, O iluminado).
Na Maçonaria a influência hindu se refere à
necessidade de meditação do companheiro em diante e nos CHAKRAS, ligados a
algumas cerimônias solenes e alguns sinais de reconhecimento em Loja.
Ainda uma curiosidade sobre BUDA se refere à
árvore da sabedoria, ou o Bodhi (em hindu): debaixo desta árvore, também como
Jesus nas oliveiras, Buda foi tentado pelo Demônio MARA, com visões de prazer
sensual. Segundo o Budismo o homem que vencer suas fraquezas, que arrancar de
si todos os desejos ilusórios da vida, esse homem não mais se reencarnará.
Embora não desafiasse a rígida estrutura de
castas da sociedade indiana, ele insistia em completa igualdade dentro de seu
grupo de monges.
Aos 80 anos, cumprida a sua missão na terra,
Buda preparou-se para o fim de sua vida e para entrar no estado que era o
objetivo supremo de todos os seus adeptos - O Nirvana era a libertação completa
de todos os desejos e significava que o crente nunca teria que nascer de novo
no mundo.
O Budismo passou além das fronteiras da
Índia, chegando ao sudoeste da Ásia, Tibet, Mongólia, China, à Coréia e ao
Japão para se tornar uma das grandes religiões do mundo e a fé mais popular no
Oriente. Na sua terra de origem, porém, morreu quase por completo, sendo
absorvido, gradativamente pelo HINDUISMO..., mas aí já é outra história.
COMPARAÇÕES:
A MAÇONARIA – é uma instituição que tem por
objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor, tolerância, pela igualdade, pelo
respeito à autoridade e à crença de cada um. Ela é universal, sem preocupações
de fronteiras e de raças.
BUDA – Minha doutrina é semelhante ao Oceano
e ambos vão se tornando cada vez mais profundos... Assim como os rios que ao
alcançarem o MAR perdem o seu nome, fazendo parte todos do GRANDE OCEANO, assim
também os homens de toda casta, entrando para a comunidade, tornam-se todos IRMÃOS
e passam a serem contados como FILHOS DE BUDA.
O Oceano é o reservatório de todos os cursos
d’água e da chuva das nuvens e, no entanto, não transborda, nem seca nunca.
Assim a minha doutrina é compreendida por milhões de pessoas e, no entanto, não
aumenta nem diminui.
Minha doutrina é pura e não faz distinção
alguma entre o Nobre e o Vulgar, o Rico e o Pobre.
MAÇONARIA – Quando o Primeiro Vigilante dá a
explicação para a primeira viagem, diz “criando em vós mesmos”, um outro ser,
pela espiritualização e elevação de vossos sentimentos, tereis, então, retirado
a venda material que prende vossa alma, e não mais precisareis de guia em vosso
caminho.
BUDA – No Budismo é o Homem que traça a rota
do seu próprio caminho. Nele está a salvação ao alcance de todos, pois depende
somente do esforço de cada um. Assim o Homem se torna o seu próprio Mestre, sem
inspirações divinas ou poderes sobrenaturais.
Através do refúgio interior e do
Auto-Desenvolvimento é possível de libertar da Escravidão, da Ignorância, e
chegar a Verdade.
MAÇONARIA – A Pedra Bruta representa a
inteligência, o sentimento do Homem no estado primitivo, áspero é despolido, e
que neste estado se conserva até que...
BUDA – Eu sou o resultado dos meus próprios
atos, herdeiro dos atos, os atos são a matriz que me trouxe, são os meus
parentescos, os atos recaem sobre mim, qualquer ato que eu realize, bom ou mal,
eu dele herdarei.
MAÇONARIA – Vencer minhas paixões, submeter
minha vontade.
BUDA – Abandonar os cinco sentidos ao sabor
dos seus caprichos é como deixar um cavalo indômito sem rédeas. Tal cavalo às
pessoas derruba e arrasta dentro do buraco. A mente é senhora dos cinco
sentidos, mas é mais perigosa que uma cobra venenosa, uma fera ou um salteador,
por isso deveis disciplinar vossa mente.
MAÇONARIA – A maçonaria, embora não seja uma
religião, tem contudo uma crença; a existência de um princípio Criador, ao qual
denomina GADU.
BUDA – mais fundo que o inferno, mais alto
que o céu, além das mais longínquas estrelas, mas além da morada de Brahma, há
um poder estável e divino, existente antes do principio e que não terá fim,
eterno como o tempo, seguro como a certeza, que impede para o bem e é súdito de
suas próprias Leis.
MAÇONARIA – A Câmara de Reflexões leva o
neófito ao mundo da introspecção. Mais tarde, pelo VM, fica sabendo: “Os
símbolos que ali existem vos levaram, certamente, a refletir sobre a
instabilidade da vida, lição trivial sempre ensinada, e sempre desprezada”.
BUDA – Eliminai as trevas da ignorância com a
luz da sabedoria. O mundo é algo perigoso e incerto, sem nada de estável.
MAÇONARIA – O Pavimento Mosaico, com seus
quadrados brancos e pretos, nos mostra que apesar da diversidade, do
antagonismo de todas as coisas da natureza, em tudo reside a mais perfeita
“Harmonia”.
BUDA – Os astros rodam e não perguntam. O Sol
evapora o Mar e restitui perdidas ondas em forma de aveludadas nuvens, que
gotejarão montanhas abaixo, para refluir de novo, sem paz, nem trégua.(Até
mesmo sobre a divindade, BUDA achava dualismo, ao dizer:) Nada a repugna, nada
a detém, tudo ama, enche os seios maternos de doce leite, bem como de mortífero
veneno os dentes da serpente.
MAÇONARIA – A Pedra Polida ou cúbica
representa o saber do Homem no fim da vida, quando aplicou esse saber em atos
de piedade e virtude.
BUDA – Assim também como aquele homem que fez
o Bem passa para o outro mundo, os méritos que conquistou na vida dão-lhe as
boas vindas, como parentes dão as boas vindas a um ser amado que volta.
MAÇONARIA – Ao explicar ao VM porque foi
recebido de olhos vendados na Maçonaria, e sem metais, o 1º Vigilante refere-se
à abdicação das vaidades profanas e a necessidade imprescindível de instrução
(SABEDORIA), que é o alicerce da Moral Humana.
BUDA – Sabedoria é um navio seguro para a
travessia do oceano da velhice, da doença e da morte. É uma luz no meio das
trevas, é um elixir que cura todas as doenças, é um machado que corta as
árvores da paixão, por isso, deveis vos esforçar para a obtenção do
desenvolvimento da “SABEDORIA”.
MAÇONARIA – Por que encontrastes facilidades
na vossa 3ª viagem?, indaga o VM ao 1º Vig.’.
E este lhe diz: Porque ela nos mostra o
estado de paz e de tranqüilidade resultante da ordem e da moderação das paixões
do Homem que atinge a idade da maturidade e da reflexão.
BUDA – Antigamente meu pensamento vadio
errava, daqui e dali, onde o chamavam o amor, o desejo ou o prazer. Hoje eu o
domino completamente como o cornaca domina o elefante selvagem.
MAÇONARIA – A tolerância, um dos deveres do
maçom, sustenta que cada um tem o direito de escolher e seguir a sua religião.
BUDA – Um homem que sustenta a verdade deve
simplesmente dizer: Esta é a minha crença, mas por causa disso não se deve
tirar a conclusão absoluta e dizer: Só há esta verdade, qualquer outra é falsa.
MAÇONARIA – Os três passos formados cada um e
a cada junção dos pés um ângulo reto, significa que a retidão é necessária para
quem deseja vencer na ciência e na virtude.
BUDA – Qual é o caminho da salvação? É a
Retidão, é a Meditação, é a Sabedoria. Penetrada pela retidão, a meditação se
torna fecunda, penetrada pela meditação, a sabedoria se torna fecunda.
Penetrada pela sabedoria, a alma se liberta totalmente do apego qualquer, apego
aos desejos, apego ao erro e a ignorância.
MAÇONARIA – Os Maçons após receberem as
instruções dos graus a que forem merecedores devem se guiar com os seus
próprios passos, procurando aquela instrução que não lhes foi dada pelos
rituais, procurando aperfeiçoamento maçônico através de livros especializados,
etc., daí sim, poderão concluir e interpretarem com mais segurança a simbologia
maçônica, deverão ser seus próprios mestres.
BUDA – Também pregava a necessidade de
sabedoria, e a faculdade que os homens alcançam com ela de nortearem seus
próprios destinos. “Sede vós mesmos, vossa própria bandeira e vosso próprio
refúgio, não vos confieis a nenhum refúgio exterior a vós. Apegai-vos
fortemente à verdade. Que ela seja vossa Bandeira e vosso Refúgio”.
Os que já foram elevados poderão recorrer ao
ritual de Companheiro e ver que não há diferença nos ensinamentos, daí e os de
BUDA, referentes à busca da verdade, através da meditação.
As semelhanças entre as máximas Maçônicas e
Budistas vão se aprofundando, como aprofundando vão os graus, além do de
aprendiz.
MAÇONARIA – Pergunta o VM ao 2º Vig.’. Por
que combatemos o fanatismo? E este responde “Porque a exaltação religiosa
perverte a razão e conduz os insensatos a praticarem ações condenáveis, em nome
e honra de DEUS”.
BUDA – (Explicando como chegou à perfeição).
Fiz bem em abandonar os exercícios ascéticos (fanáticos que ficam dias em jejum
e martirizando os seus corpos). Foi uma felicidade eu ter abandonado aqueles
exercícios inúteis. Foi uma felicidade eu ter perseverado no Pensamento
Correto, até chegar à iluminação. Como o remo de um barco que agarra na terra
firme, o ascetismo (fanatismo), não traz o menor proveito.
MAÇONARIA – Para o Maçom a sabedoria é
primordial, mas a prática da caridade e beneficência de modo sigiloso é um dos
importantes postulados a serem seguidos.
BUDA – Saber de cor todos os livros sagrados
brâmanes não conduz a verdade. O conhecimento útil e a verdadeira ciência só
podem ser adquiridos pela prática.
Fonte:www.alferes20.net
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