A maioria dos ritos maçônicos exige que o
praticante tenha uma religião, o que difere de ser praticante.
Apesar da aparente contradição, esta é a
realidade que conhecemos. O Censo de 2010 informa que 64,6% da população
brasileira são católicos. Mas, a imensa maioria só vai às Igrejas para cerimônias
de batismo, casamento e Missa de 7º Dia, e ainda sim, vão por questões sociais,
não religiosas.
É verdade que a religião vai além da presença
no Templo. Religião é a crença na existência de um poder superior,
sobrenatural, com o qual o destino e a existência humana estão interligados e
ao qual se deve respeito e obediência.
Nos mais remotos tempos da humanidade o ser
humano primitivo, mesmo não sabendo expressar com clareza seus pensamentos e
sentimentos, pressentia que havia algo maior e mais poderoso do que lhe era
captado pelos seus sentidos.
Frente a situações inexplicáveis, o homem
sacralizava uma pedra, um animal, um astro ou fenômenos da natureza e lhes
rendia um tosco, mas sincero rito de aproximação. Às vezes para pedir, às vezes
para agradecer, mas, sempre reconhecendo sua insignificância em relação ao
universo.
Nos estudos maçônicos esta relação é
explicita nos Landmarques 19 e 20, onde a crença em um Princípio Criador é
conditio sine qua non para aceitação de novo membro na Ordem e,
subsidiariamente a essa crença, é exigida a crença em uma vida futura.
Este regramento é datado de 1721, através da
Constituição de Anderson, que em seu primeiro artigo instrui:
1º O QUE SE REFERE A DEUS E À RELIGIÃO
“O maçom está obrigado, por vocação, a
praticar a moral; e, se compreender seus deveres, nunca se converterá em um
estúpido ateu, nem em irreligioso libertino. Apesar de, nos tempos antigos os
maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava nos países em
que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não se lhes impor outra religião
senão a que todos os homens aceitam, e dar-lhes completa liberdade com
referência às suas opiniões particulares. Esta religião consiste em ser homens,
bons e leais, quer dizer, homens honrados e probos, seja qual for a diferença
de nome ou de convicções. Deste modo. A Maçonaria se converterá em um centro de
unidade e é o meio de estabelecer relações amistosas entre pessoas que, fora
dela, teriam permanecido separadas.”
MAÇONICAMENTE, A RELIGIÃO VAI ALÉM DA FÉ. É
UMA POSTURA INTELECTUAL E MORAL, QUE RESULTA NA CRENÇA E NO RESPEITO A UM
CRIADOR INCRIADO, NA TRANSITORIEDADE DA MATÉRIA E NA PERPETUIDADE DA EXISTÊNCIA
ESPIRITUAL.
DEDICO este artigo aos Irmãos da ARLS Rui
Barbosa 046 do oriente de São Lourenço que no sábado passado promoveram o
belíssimo 7º Baile Beneficente Maçônico cuja arrecadação foi destinada as ações
filantrópicas da querida Oficina e aos Irmãos da ARLS Fé e Perseverança 024 do
oriente de Belo Horizonte, onde amanhã estaremos participando dos labores
maçônicos. Vamos em frente!
Neste décimo segundo ano de compartilhamento
de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a
desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura,
enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte
Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral,
ético e de formação maçônico.
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG
0 Comentários