OS LANDMARKS – EXPLICAÇÕES


Por Ambrósio Peters (*)


Sendo a Maçonaria uma ordem e não tendo, portanto, uma organização formal nem uma cúpula governante supranacional, como se mantém coesa e organizada?

No seu conjunto, a Maçonaria se rege por algumas regras básicas de tradição oral, não formalizadas, maçonicamente conhecidas como Landemarques, do inglês Landmarks, palavra que significa marcos, limites ou regras. Esses landemarques nunca foram oficialmente aprovados ou estabelecidos por alguma assembléia. Eles somente têm o aval da tradição oral.

Apesar disso são sempre observados na formação e no funcionamento das lojas e dos grão-mestrados, e por eles se rege o comportamento dos maçons. É uma aceitação livre por maçons livres, e um maçom livre não precisa de sanções para cumprir os seus deveres.




Não há uma listagem oficial dos Landemarques. Diversos escritores maçônicos em diversas épocas tentaram elaborá-la, porém nunca chegaram a um consenso. O número de seus artigos pode variar, mas será sempre em torno de alguns itens fundamentais. Não há uma definição oficial de Landemarques, mas costuma-se dizer que se alguma regra, uso, ou costume maçônicos for modificado, e se essa alteração tornar a Maçonaria diferente do que ela é, então estaremos seguramente diante de um Landemarque.

Um estudo feito pelo Masonic Service Association, dos Estados Unidos,( 1 ) chegou a um resultado que pode parecer inquietante aos não-maçons, mas que é de somenos importância no seio da Maçonaria. De todas as constituições dos 50 grão-mestrados das grandes lojas americanas consta a obrigatoriedade da severa obediência dos Landemarques. Mas 16 grandes lojas não os listaram oficialmente, 4 se referem simplesmente aos Antigos Deveres dos Maçons Operativos, 17 adotaram os Landemarques de Mackey de 25 pontos e os últimos 13 fizeram suas próprias listas contendo de 5 a 53 itens. Essas divergências contudo não produzem nenhum desentendimento ou desunião.

Há nos Landemarques sete itens básicos:
– a crença em um Ser Supremo (sem se definir o conceito)
– a crença na sobrevivência do espírito
– o governo das lojas por um venerável e dois vigilantes
– administração das lojas por um grão-mestre
– igualdade entre todos os irmãos
– direito de intervisitação às lojas
– direito do grão-mestre de dirigir a loja em que estiver presente.

Se desses sete itens se excluírem os dois primeiros, referentes a Deus e ao espírito, teremos os cincos que estão em todas as versões.

 

Os demais itens das versões mais amplas são derivações destes cinco. Quanto à crença em um Ser Supremo, há duas grandes lojas americanas que definiram o Teísmo(**) como condição para alguém ser aceito na Ordem. Há também grão-mestrados que excluem dos Landemarques a referência ao Ser Supremo e à sobrevivência do espírito, não porque o condenem, mas porque são contra dogmatizações.

Os Landemarques fazem parte da tradição maçônica, e é esta tradição que faz com que a Maçonaria permaneça tão firmemente una. Uma tradição oral assim tão forte jamais será prejudicada por divergências de listagens.

(*) Ambrósio Peters
A RLS “Os Templários” - GOB/Paraná
Or de Curitiba – PR.
Extraído do Livro Maçonaria História e Filosofia.

 

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