Prancha de José Castellani
Organizações
de ofício, as precursoras
Desde que o homem deixou as cavernas e as
suas vivendas de nómada, sedentarizando-se e formando uma sociedade
estratificada, surgiram os profissionais dedicados à arte da construção, os
quais foram se aperfeiçoando, não só na construção de casas de residência, mas,
também, na de templos, de obras públicas e obras de arte. Embora tivessem esses
profissionais, desde os seus primeiros tempos, mantido, entre si, certa
camaradagem e um sentimento de agregação, não havia, na realidade, uma organização
que os reunisse, que regulasse a sua atividade e que lhes desse um maior
sentido de responsabilidade profissional.
Foi no Império Romano do Ocidente, da Roma
conquistadora, que, em função da própria atividade bélica, surgiu, no século VI
a.C., a primeira associação organizada de construtores, os Collegia Fabrorum. Como a conquista das vastas regiões da Europa,
da Ásia e do norte da África, levava à destruição, os collegiati acompanhavam as legiões romanas, para reconstruir o que
fosse sendo destruído pela guerra. Dotada de forte carácter religioso, essa
organização dava, ao trabalho, o cunho sagrado de um culto às divindades. De
início politeísta, tornou-se, com a expansão do cristianismo, monoteísta,
entrando, porém, em decadência, após a queda do Império Romano do Ocidente,
ocorrida em 476 d.C., embora persistissem pequenos grupos da associação no
Império Romano do Oriente, cujo centro era Constantinopla.
Na Idade Média é que iria florescer, através
do grande poder da época, a Igreja, a hoje chamada Maçonaria Operativa, ou
Maçonaria de Ofício, para a preservação da Arte Real entre os mestres
construtores da Europa. Assim, a partir do século VI, as Associações
Monásticas, formadas, principalmente, por clérigos, dominavam o segredo da arte
de construir, que ficou restrita aos conventos, já que, naquela época de
barbárie, quando a Europa estava em ruínas, graças às sucessivas invasões dos
bárbaros, e quando as guerras, os roubos e os saques eram frequentes e até
encarados como fatos normais, os artistas e arquitetos encontraram refúgio
seguro nos conventos. Posteriormente, pela necessidade de expansão, os frades
construtores começaram a preparar e a adestrar leigos, proporcionando, a partir
do século X, a organização das Confrarias Leigas, que, embora formadas por
leigos, recebiam forte influência do clero, do qual haviam aprendido a arte de
construir e o cunho religioso dado ao trabalho.
É dessa época aquela que é considerada a
primeira reunião organizada de operários construtores: a Convenção de York,
ocorrida em 926 e convocada por Edwin, filho do rei Athelstan, para reparar os
prejuízos que as associações haviam tido com as sucessivas guerras e invasões.
Nela foi apresentada, para apreciação e aprovação, um estatuto, que, dali em
diante, deveria servir como lei suprema da confraria e que é, geralmente,
chamado de Carta de York.
Quase na mesma época, surgiriam associações
simplesmente religiosas, que, a partir do século XII, formaram corpos
profissionais: as Guildas. A elas se deve o primeiro documento em que é
mencionada a palavra “Loja”, para designar uma corporação e o seu local de
trabalho. As Guildas e sua contemporânea, a organização dos Ofícios Francos,
foram as principais precursoras da moderna Maçonaria. O seu nome “Gild”, de
origem teutónica, deriva do título dado, na antiga região da Escandinávia, a um
ágape religioso, durante o qual, numa cerimónia especial, eram despejados três
copos de chifre (chavelhos), conforme o uso da época, cheios de cerveja, sendo
um em homenagem aos deuses, outro, pelos antigos heróis, e o último em
homenagem aos parentes e em memória dos amigos mortos; ao final da cerimónia,
todos os participantes juravam defender uns aos outros, como irmãos,
socorrendo-se mutuamente nos momentos difíceis. As Guildas caracterizavam-se
por três finalidades principais: auxílio mútuo, reuniões em banquetes e autuação
por reformas políticas e sociais. Introduzidas na Inglaterra, por reis saxões,
elas foram modificadas por influência do cristianismo, mas, mesmo assim, não
eram bem aceitas pela Igreja, que não via com bons olhos a prática do banquete,
por suas origens pagãs, e a pretensão de reformas políticas e sociais, que
pudessem, eventualmente, contribuir para diminuir os seus privilégios e os
privilégios das corporações sob a sua proteção. Assim, para evitar a
hostilidade da Igreja, cada guilda era organizada sob a égide de um monarca, ou
sob o nome de um santo protetor.
No século XII, associada às guildas, surgia
uma organização de operários alemães, os Steinmetzen, ou seja, canteiros, que,
sob a direção de Erwin de Steinbach, alcançariam notoriedade, quando este
conseguiu a aprovação de seus planos para a construção da catedral de
Estrasburgo e deu um aperfeiçoado sentido de organização aos seus obreiros.
Canteiro é o operário que trabalha em cantaria, que esquadreja e trabalha na
escultura da pedra bruta; cantaria (palavra derivada de canto) designa a pedra
lavrada para as construções.
Surgem
os ofícios francos, ou franco-maçonaria
No século XII, também, iria florescer a
associação considerada a mais importante desse período operativo: os Ofícios
Francos (ou Franco-Maçonaria), formados por artesãos privilegiados, com
liberdade de locomoção e isentos das obrigações e impostos reais, feudais e
eclesiásticos. Tratava-se, portanto, de uma organização de construtores
categorizados, diferentes dos operários servos, que ficavam presos a uma mesma
região, a um mesmo feudo, à disposição de seus amos. Na Idade Média, a palavra
franco designava não só o que era livre, em oposição ao que era servil, mas,
também, todos os indivíduos e todos os bens que escapavam às servidões e aos
direitos senhoriais; esses artesãos privilegiados eram, então, os
pedreiros-livres, franc-maçons, para os franceses, ou free-masons, para os
ingleses. Tais obreiros, evidentemente, tinham esses privilégios concedidos
pela Igreja, que era o maior poder político da época, com grande ascendência
sobre os governantes.
A palavra francesa “maçon”, correspondente a
pedreiro, converteu-se em “maison” (casa) e, também, embora só relativamente,
em “masse” (maça, clava). Essa maça, ou clava, habilitava o porteiro a afastar
os indesejáveis intrusos e curiosos. O pesquisador alemão Lessing, um dos
clássicos da literatura alemã, atribui a palavra inglesa “masonry” (maçonaria)
a uma transmissão incorrecta. Originalmente, a ideia teria sido dada pelo velho
termo inglês “mase” (missa, reunião à mesa). Uma tal sociedade de mesa, ou
reunião de comensais, de acordo com a alegoria da Távora Redonda, do rei Artur,
poderia, segundo Lessing, ainda ser encontrada em Londres, no século XVII. Ela
se reunia nas proximidades da famosa catedral de São Paulo e, quando sir
Christopher Wren, o construtor da catedral, tornou-se membro desse círculo,
julgou-se que se tratava de uma cabana dos construtores, que estabelecia uma
ligação de mestres construtores e obreiros; daí, então, ou seja, dessa
suposição errada, é que teria se originado o termo “masonry”, para designar a
sociedade dos construtores.
Uma explicação para o termo inglês
“freemason” (pedreiro livre) está ligada ao termo “freestone”, que é a pedra de
cantaria, ou seja, a pedra própria para ser esquadrejada, para que nela sejam
feitos cantos, que a transformem numa pedra cúbica, a ser usada nas
construções. As expressões “freestone mason” e “freestone masonry”, daí
surgidas, acabaram sendo simplificadas para “freemason” (o obreiro) e
“freemasonry” (a actividade). Esta é uma hipótese mais plausível do que a de
Lessing, que só considerou o caso particular da Inglaterra, quando se sabe que
não foi só aí que existiu uma íntima ligação com o trabalho dos artífices da
construção.
Nessa fase primitiva, porém, antes de,
propriamente, se ter iniciado a formação de Lojas, quase que não se pode falar
em Maçonaria no sentido que ela adquiriu na fase moderna, pois, sobretudo,
naquele tempo não podia ser considerada como uma sociedade secreta. O segredo
não era, a princípio, mais do que o processo pelo qual um dos membros da
irmandade reconhecia o outro. Diga-se a bem da verdade, que, na época actual, a
Maçonaria já não pode mais ser considerada secreta, mas apenas discreta. Os
segredos mais guardados e que persistem são, obviamente, apenas os meios de
reconhecimento, reservados só aos iniciados, já que, de posse deles, um não
iniciado poderia ter acesso aos templos maçónicos e às sessões das Lojas.
É
criado o importante estilo gótico
Na metade do século XII, surgia o estilo arquitetônico
gótico, ou germânico, primeiro no norte da França, espalhando-se, depois, pela
Inglaterra, Alemanha e outras regiões do norte da Europa e tendo o seu apogeu
na Alemanha, durante 300 anos. Tão importante foi o estilo gótico para as
confrarias de construtores, que as suas regras básicas eram ensinadas nas
oficinas dos canteiros, ou talhadores de pedra; tão importante que a sua
decadência, no século XVI, decretou o declínio das corporações.
No século XIII, em 1220, era fundada, na
Inglaterra, durante o reinado de Henrique III, uma corporação dos pedreiros de
Londres, que tomou o título de The Hole
Craft and Fellowship of Masons (Santa Arte e Associação dos Pedreiros) e
que, segundo alguns autores, seria o germe da moderna Maçonaria. Pouco depois,
em 1275, ocorria a Convenção de Estrasburgo, convocada pelo mestre dos
canteiros e da catedral de Estrasburgo, Erwin de Steinbach, para terminar as
obras do templo. A construção da catedral, iniciada em 1015, estava
praticamente terminada, quando foi resolvido ampliar o projeto original e, para
isso, foi chamado Erwin A essa convenção acorreram os mais famosos arquitetos
da Inglaterra, da Alemanha e da Itália, que criaram uma Loja, para as
assembleias e discussão sobre o andamento dos trabalhos, elegendo Erwin como
Mestre de Cátedra (Meister von sthul).
Esclareça-se que, na época, os obreiros
criavam uma Loja, fundamentalmente, para tratar de determinada construção, como
é o caso dessa catedral. Tais Lojas serviam para tratar dos assuntos ligados
apenas à construção prevista, já que, para outras reuniões, inclusive com
obreiros de outras corporações, eram utilizados os recintos de tabernas e
hospedarias, principalmente em solo inglês. A palavra Loja, por sinal, foi
mencionada pela primeira vez em 1292, em documento de uma guilda . Loja, do
germânico leubja (pronúncia: lóibja), através do francês lodge, designava o
lar, a casa, o abrigo, o pátio, o alpendre e, também, a entrada de edifício, ou
galeria usada para exposições artísticas e venda de produtos artesanais. As
guildas de mercadores assim designavam seus locais de depósito e venda de
produtos manufaturados, enquanto que as guildas artesanais adoptaram o termo
para designar o seu local de trabalho, ou seja, as oficinas dos artífices.
Próximo desse tempo, ou seja, no século XIV,
começava, também, a atuação do Compagnonnage (Companheirismo), criado pelos
cavaleiros templários . Os membros dessa organização construíram, no Oriente
Médio, formidáveis cidadelas, adquirindo certo número de métodos de trabalho
herdados da Antiguidade e constituindo, durante as Cruzadas, verdadeiras
oficinas itinerantes, para a construção de obras de defesa militar, pontes e
santuários. Retornando à Europa, eles tiveram a oportunidade de exercer o seu
ofício, construindo catedrais, igrejas, obras públicas e monumentos civis. A
Ordem da Milícia do Templo, ou Ordem dos Templários, foi uma ordem religiosa e
militar, criada em 1118, com estatutos feitos pelo abade de Clairvaux (São
Bernardo). Adquirindo prestígio e riqueza, a ordem excitaria a cobiça do rei
francês Filipe IV, cognominado “o Belo”, que, com a conivência do papa Clemente
V, conseguiu a sua extinção, em 1312, seguida da execução, na fogueira, de seu
Grão-Mestre, Jacques de Molay, em 1314. Antes da extinção, necessitando, em
suas distantes comendadorias do Oriente, de trabalhadores cristãos, os
templários organizaram o Compagnonnage, dando-lhe um estatuto chamado Santo
Dever, de acordo com sua própria filosofia.
No
século XVI, a decadência das corporações de ofício
Já na primeira metade do século XVI, as
corporações, diante das perseguições que sofriam – principalmente por parte do
clero – e diante da evolução social europeia, começavam a entrar em declínio.
Em 1535, realizava-se, em Colónia, uma convenção, que fora convocada para
refutar as calúnias dirigidas pelo clero contra os franco-mações. Embora ela
não tenha tido o brilho e a frequência de outras convenções, consta, embora tal
afirmativa seja contestada, por carecer de comprovação, que, na ocasião, teria
sido redigido um manifesto, onde era estabelecido o princípio de altos graus,
que seriam introduzidos por razões políticas.
Em 1539, o rei da França, Francisco I,
revogava os privilégios concedidos aos franco-mações, abolindo as guildas e
demais fraternidades e regulamentando as corporações de artesãos. Em
contrapartida, em 1548, era concedido, aos operários construtores, de maneira
geral, o livre exercício de sua profissão, em toda a Inglaterra; um ano depois,
todavia, por exigência de Londres, era cassada a autorização concedida, o que
fazia com que os franco-mações ficassem na condição de operários ordinários,
como tais sendo tratados legalmente. Em 1558, ao assumir o trono da Inglaterra,
a rainha Isabel renovava uma ordenação de 1425, que proibia qualquer assembleia
ilegal, sob pena dela ser considerada uma rebelião. Três anos depois, em
Dezembro de 1561, tendo, os franco-mações ingleses, anunciado a realização de
uma convenção em York, durante a festividade de São João Evangelista, Isabel
ordenou a dissolução da assembleia, decretando a prisão de todos os presentes a
ela; a ordem só não foi confirmada, porque lorde Thomas Sackville, adepto da
arte da construção, estando presente, demoveu a rainha de seu intento, fazendo
com que, em 1562, ela revogasse a ordenação de 1425.
Em 1563, a Convenção de Basileia, feita por
iniciativa da confraria de Estrasburgo, organizava um código para os
franco-maçons alemães, o qual serviria de regra à corporação dos canteiros, até
que surgissem os primeiros sindicatos de operários, no século XIX. Mas era
patente o declínio das confrarias, no século XVI. A Renascença relegara o
estilo gótico e a estrutura ogival das abóbadas – próprias da arte dos
franco-mações medievais – ao abandono, revivendo as características da arte
greco-romana. Assim, embora ela tivesse atingido a todos os campos do
conhecimento e a todas as corporações profissionais, foi a dos franco-mações a
mais afetada. No final do século, Ínigo Jones introduzia, na Inglaterra, o
estilo renascentista, sepultando o estilo gótico e apressando a decadência das
corporações de franco-mações ingleses. Estas, perdendo o seu objetivo inicial e
transformando-se em sociedade de auxílio mútuo, resolveram, então, permitir a
entrada de homens não ligados à arte de construir, não profissionais, que eram,
então, chamados de Maçons aceitos.
Iniciava-se
a transformação na Maçonaria atual
As corporações, evidentemente, começaram por
admitir pessoas em pequeno número e selecionadas entre os homens conhecidos
pelos seus dotes culturais, pelo seu talento e pela sua condição aristocrática,
que poderiam dar projeção a elas, submetendo-se, todavia, aos seus
regulamentos. Era a tentativa de suster o declínio.
O primeiro caso conhecido de aceitação é o de
John Boswell, lord de Aushinleck – ou, segundo J.G. Findel, sir Thomas
Rosswell, esquire de Aushinleck – que, a 8 de Junho de 1600 foi recebido como
Maçom aceito – não profissional – na Saint Mary’s Chapell Lodge (Loja da Capela
de Santa Maria), em Edimburgo, na Escócia. Esta Loja fora criada em 1228, para
a construção da Capela de Santa Maria, destinando-se, como já foi visto, às
assembleias dos obreiros e discussões sobre o andamento das obras
Depois disso, o processo de aceitação,
iniciado na Escócia, iria se espalhar e se acelerar, fazendo com que, ao final
do século, o número de aceitos já ultrapassasse, largamente, o de franco-mações
operativos. Os mais famosos nomes de “aceitos”, na primeira metade do século
XVII, foram: William Wilson, aceito em 1622; Robert Murray, tenente-general do
exército escocês, recebido, em 1641, na Loja da Capela de Santa Maria e
tornando-se, posteriormente, Mestre Geral de todas as Lojas do Exército; o
coronel Henry Mainwairing, recebido, em 1646, numa Loja de Warrington, no
Lancashire; e o antiquário e alquimista Elias Ashmole, recebido na mesma Loja e
no mesmo dia (16 de Outubro) que o coronel Henry.
Em 1666, os
franco-mações iriam recuperar parte do antigo prestígio, diante do grande
incêndio, que, a 2 de Setembro daquele ano, aconteceu em Londres, destruindo
cerca de quarenta mil casas e oitenta e seis igrejas. Nessa ocasião, os Maçons
acorreram para participar do esforço de reconstrução, sob a direção do renomado
mestre arquiteto Cristopher Wren, que, em 1688, viu aprovado o seu plano para
reconstrução da cidade, sendo nomeado arquiteto do rei e da cidade de Londres.
A obra principal de Wren foi a reconstrução da igreja de S. Paulo, em cujo adro
se desenvolveria e se estabeleceria, em 1691, uma Loja de fundamental
importância para a História da Maçonaria moderna: a Loja São Paulo (em alusão à
igreja), ou Loja da taberna “O Ganso e a Grelha”, em alusão ao local em que,
como faziam outras Lojas, realizava suas reuniões de carácter informal e
administrativo, como se verá adiante. A reconstrução de Londres só iria
terminar em 1710.
E
nascia a primeira Grande Loja
Como, na época, não existiam templos
maçónicos – o primeiro só seria inaugurado em 1776 – os Maçons reuniam-se em
tabernas, ou nos adros das igrejas. As tabernas, cervejarias e hospedarias
desse tempo, principalmente na Inglaterra, tinham uma função social muito
grande, como local de reunião e de troca de ideias de intelectuais, artífices,
obreiros do mesmo ofício, etc. . A Loja da Cervejaria “The Goose and Gridiron”
(O Ganso e a Grelha), ou Loja São Paulo, inicialmente formada só pelos Maçons
de ofício que participaram da reconstrução de Londres, resolvia, em 1703,
diante do número cada vez maior de Maçons aceitos, em todas as Lojas, admitir,
a partir dali, homens de todas as classes, sem qualquer restrição, promovendo,
então, uma reforma estrutural, que iria dar o arcabouço da moderna Maçonaria. A
admissão, em 1709, do reverendo Jean Théophile Désaguliers , nessa Loja, em
cerimónia realizada no adro da igreja de São Paulo, iria apressar o processo de
transformação, já que Désagulliers iria se tornar seu líder e paladino.
A 7 de Fevereiro de 1717, Désagulliers
conseguia reunir quatro Lojas metropolitanas, para traçar planos referentes à
alteração da estrutura maçónica. Nessa ocasião, foi convocada uma reunião geral
dessas quatro Lojas existentes em Londres, para o dia 24 de Junho daquele ano.
Essa reunião foi realizada na taberna “The Apple Tree” (A Macieira), e as Lojas
presentes foram, além da “O Ganso e a Grelha”: a da Cervejaria “The Crown” (A
Coroa), a da Taberna “Rummer and Grappes” (O Copázio e as Uvas) e a da Taberna
“The Apple Tree” (A Macieira).
E, no dia 24 de Junho de 1717, como fora
marcado, as quatro Lojas reuniam-se e criavam The Premier Grand Lodge (a
Primeira Grande Loja), em Londres, implantando o sistema obediencial, com Lojas
subordinadas a um poder central, sob a direção de um Grão-Mestre, já que, antes
disso, as Lojas eram livres de qualquer subordinação externa, concretizando a
ideia do “Maçom livre na Loja livre”. Isso era, portanto, um fato novo e uma
grande alteração – uma verdadeira revolução – na estrutura maçónica
tradicional, o que faz com que esse acontecimento seja tomado como o divisor de
águas, o marco histórico entre a antiga e a moderna Maçonaria, ou seja, entre a
operativa, ou de ofício, e a dos aceitos, ou especulativa, sua forma moderna.
Fonte: A Partir Pedra
GOSTOU DESTE TEXTO? ENTÃO COMPARTILHE!!
0 Comentários