O PASSAGEIRO DO TEMPO

(*) Por Barbosa Nunes

Tenho procurado ser na caminhada que empreendo como integrante de uma instituição que no próximo dia 17 de junho alcança 195 anos de fundação, merecedor de uma missão como se andarilho fosse, pelos mais distantes rincões onde haja uma Loja Maçônica do Grande Oriente do Brasil.
O passado gravou eternamente as atuações maçônicas em movimentos corajosos e de decisões históricas. Entendo e assumo o desafio de contribuir positivamente, como previsto na Constituição do Grande Oriente do Brasil, sobre a prevalência do espírito sobre a matéria. Procuro levar por onde passo o chamamento que vá bem fundo em nossas consciências maçônicas, de que este também é um momento histórico de nossa presença.
Registro um parágrafo constante no programa do organizado e alto conteúdo, do XII Encontro Estadual do Grande Oriente do Brasil – Paraná, realizado nacidade de Guarapuava, que com detalhes fará parte de um dos próximos artigos.
Sabemos que o papel da maçonaria é educativo, levando seus adeptos ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do homem cidadão. No entanto, o nosso compromisso não se resume apenas à presença em Loja e sim, em ações concretas perante a sociedade a qual exige a participação não apenas como exemplos e assim, não cobrando da Ordem, cobrando de nós mesmos”. 

Releio neste momento um livro que dá titulo a este artigo, “O Passageiro do Tempo”, Editora Motivação em Rede, autoria de Adonai Zanoni, a mim presenteado com sua dedicatória, em 25 de julho de 2003, quando de Encontro Nacional da APJ – Ação Paramaçônica Juvenil, realizado em Florianópolis.  

Como passageiro do tempo, o autor fala: “Você será capaz de fazer coisas fantásticas no seu mundo. Faça agora e não perca mais tempo, pois ele é cruel e não permite o resgate daquele tempo que já se foi. Um tempo perdido jamais será recuperado. Na lei natural, o tempo é o senhor da história. Escreva sua história de vida com fortes princípios e valores”.

Procuro ser merecedor e retribuir a acolhida fraternal de irmãos, cunhadas e sobrinhos, passando-lhes o que está dentro de mim e deles recebendo riqueza fraterna que me transmitem e assim, como o autor do livro, enquadrar-me nesta linha:

“Tudo o que vivo em poder criativo pode estar dentro de você também. Desperte este gigante adormecido e mostre ao mundo seu verdadeiro valor. Sempre entendi que somos passageiros do tempo. Devemos aproveitar as descobertas e aplicá-las neste terceiro milênio, despertando para um novo caminho, com evoluções de princípios e legados”.

Uma capa escura recaiu sobre o nosso país. Ela escondia ao longo da história, corrupções, imoralidades e os mais desqualificados comportamentos na sociedade brasileira. Mas agora está chegando a hora de sair das trevas. Hora de despertar para um novo mundo, acreditando que passos firmes e constantes nos levam a ter a crença de que o Brasil não vai acabar. Ele é muito grande. E só se acabará se a esperança findar.

“Fico imaginando se os seres deste Brasil tão manchado neste momento, tivessem descoberto o quanto foram poderosos, mas não se vigiaram e foram corrompidos pelo poder. Manipulações os escravizaram definindo valores para metais e terras. O poder material sobrepôs o espiritual. Um manto negro se abateu sobre todos nós”. Agora pode estar chegando a hora da retirada deste manto, através da justiça e responsabilização com penas na medida pelos atos praticados. Uma nova ordem poderá reger o nosso país.

Assim vou caminhando, como passageiro de um tempo maçônico em que o Grande Arquiteto do Universo me permite realizar uma missão como vice-presidente, Grão-Mestre Geral Adjunto, do Grande Oriente do Brasil, a completar 200 anos em 2022, e o faço com orgulho e transparência, proclamando os princípios maçônicos que declaram ser a nossa instituição “iniciática, filosófica, filantrópica e progressista”, que reconhece a prevalência do espírito sobre a matéria, que pugna pelo desenvolvimento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, pela prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade, tendo por fins supremos a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade”.

Como passageiro do tempo, um andarilho e peregrino em favor do Grande Oriente do Brasil, concluo este artigo com o pensamento do irmão, orador vibrante e escritor Getúlio Targino Lima, em seu livro, “A Excelência do Amor Fraternal”, Gráfica e Editora Garcia, que dele recebi honradamente com dedicatória em 27 de outubro de 2012.

“Todavia esta maravilha bem pouco significado terá, se não for vivenciada, defendida e efetivamente praticada, dia após dia, na vida de cada maçom”.


(*) Barbosa Nunes, é Grão-Mestre Geral do GOB


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