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Por Barbosa Nunes
Na
quarta feira, 25 de novembro, postei uma mensagem simples, sem qualquer
intenção de ter retorno expressivo em leituras, comentários e
compartilhamentos. Texto intitulado "O maçom não pode dividir, sempre
somando". Caiu nos corações e nas consciências dos irmãos pela repercussão
alcançada em curto espaço de tempo. Disse que "Assim estou caminhando,
fazendo e me disponibilizando para palestras em quaisquer Lojas do país, sempre
levando o fundamento que é o de unir, nunca dividir, com a meditação
necessária para não produzir posicionamentos apressados e sempre ter em mente
que a nossa instituição tem uma espinha dorsal, constituída pelo Grão-Mestre
Geral, Grão-Mestres Estaduais e Veneráveis Mestres. Se esta estrutura sofrer
danos, o corpo todo do GOB sofrerá consequências. Este é o meu caminhar. Assim
caminhado como mensageiro, plantador de uma semente que espero, seja boa, possa
florescer nos corações maçônicos fortalecendo a união".
Com
o texto veio-me a inspiração para produzir este artigo que encaminho à reflexão
dos maçons do Grande Oriente do Brasil, amparado na minha definição voluntária,
quando questionado sobre os motivos que me levaram a definir pela entrada no
GOB, respondi: que chegava para "vencer as minhas paixões, submeter a
minha vontade e fazer novos progressos na Maçonaria".
Em
consequência, veio à luz a palavra prudência, que segundo Pitágoras "é o
olho de todas as virtudes", talvez muito esquecida em nossos dias, o que
não significa que não precisamos mais dela. O que é prudência?
Palavra
que vem do termo grego "phronesis", espécie de sabedoria prática,
sabedoria do agir, para o agir e no agir. É uma virtude considerada como a
gestora, governadora das demais. É a razão, é o bom senso. Farol, bussola,
radar, termômetro para guiar os homens no caminho da vida, em todas as
situações.
Segundo
o filósofo francês Andre Comte, "prudência é o que poderíamos chamar de
bom senso, a serviço de uma boa vontade, condicionando todas as outras
virtudes. Nenhuma, sem ela saberia o que se deve fazer, nem como chegar ao fim
que ela visa. Prudência visa o bem".
São
Tomaz de Aquino mostra que, "das quatro virtudes cardeais, a prudência é a
que deve reger as outras três, temperança, coragem e justiça". A prudência
não reina, mas governa. Não basta propagar justiça, conclamar para
posicionamentos, nem amar a paz para ser pacífico. É preciso além disso, a boa
deliberação, a boa decisão, a boa ação, o bom chamamento, a mobilização que una
e nunca divida. A prudência deve examinar as vantagens e as desvantagens de
tomar posicionamentos ou não, para evitar um sofrimento maior no futuro. Por
isso Aristóteles dizia: "não é possível ser homem de bem sem prudência,
nem prudente sem virtude moral".
O
significado de prudência é qualidade de quem evita o perigo, tendo como
sinônimos atenção, cautela, cuidado, ponderação e precaução. "É uma arma
defensiva que supre ou desarma todas as outras". (Marquês de Maricá).
Portanto,
meus irmãos, nas minhas limitações de ser humano imperfeito, que cumpre mais
uma encarnação, sempre tomo a prudência como companheira de minha vida. Ela é
para mim uma boa conselheira e minha consolação nos cuidados e na tristeza. Ela
tem sido instrumento para evitar meus erros e me fornecer a humildade para
repará-los quando os cometo, através de uma retratação.
Paulo
Coelho no texto "Simplicidade e Prudência", disse: "Quando se
reúne para conversar, não julgue o comportamento dos outros. As trevas utilizam
uma rede invisível para espalhar seu mal. Esta rede pega qualquer informação
solta no ar, e a transforma na intriga e inveja, que parasitam na alma humana.
Tudo que é dito a respeito de alguém, sempre termina chegando aos ouvidos dos
inimigos desta pessoa, acrescida da carga tenebrosa de veneno e maldade".
Sobretudo quando é proferida na ausência de quem quer se alcançar.
Estou
na Ordem Maçônica desde 1978, às vezes classificado como maçom que acredita sem
reservas nos irmãos. Assim prefiro ir, caminhando com os meus sentimentos que
vou aperfeiçoando em favor do bem, da união, somando, nunca dividindo e com um
cuidado especial nas minhas palavras. Nesses artigos, este completando 250,
exponho meu pensamento, sempre respeitando a dignidade e o pensamento contrário
de quem me ouve ou quem de quem me lê, pois a palavra precipitada pode lavrar
incêndio, provocar conflitos, chicote que volta e pune quem a libera.
Agir
com ponderação, pensar com prudência, refletir para acertar, e devagar, com
segurança, não preferindo reformar o mundo apressadamente, que é a pretensão
dos vaidosos, surgirá um reino de paz e esperança para os maçons.
O
mundo atual e especialmente nosso país, enlameado pela corrupção e pela lama da
irresponsabilidade que está redundando na eliminação do Rio Doce e
desertificação de terras às suas margens, padece de uma grande epidemia, a
falta de rumo.
É
preciso falar, é preciso praticar a prudência, pois ao contrário, caminharemos
na destruição da vida espiritual como um todo. É preciso potencializar a
virtude que permite a ordenação de todas as outras, a virtude da paciência, a
virtude da prudência, a virtude da lealdade, hierarquia, disciplina e a virtude
da simplicidade.
Que
a prudência possa habite nos corações de todos os maçons.
(*)
Barbosa Nunes é Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil
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