Por
Ir.’. Roberto Bondarik
Praticamente
a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras,
dedicaram importantes e substanciais linhas, senão trabalhos e livros inteiros,
a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria. Torna-se
praticamente impossível referir-se a Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos
que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e
ensinamentos.
Cada
Vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise por mais que
seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original. A visão
que se possui sobre um símbolo é sempre pessoal e intransferível. São estas
múltiplas visões que dão a Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos
novos tempos e as novas idéias que constantemente surgem.
Segundo
Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro "Mensagem", o
entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de
cinco qualidades ou condições consideradas básicas:
·
Simpatia;
·
Intuição;
·
Inteligência;
·
Compreensão
ou Discernimento;
·
Graça
ou Revelação.
Na
Maçonaria a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provêm da
antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais.
Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos
castelos e fortalezas, os pedreiros medievais corporativamente organizados
constituíam a Maçonaria Operativa que evoluiu para as Organizações Maçônicas
Simbólicas e Especulativas contemporâneas:
"Embora
não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos,
os franco-maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua
profissão, pois caso contrário não se teria esse simbolismo na Maçonaria
Moderna. A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que
houve (...), contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco-maçons
profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se
consolidasse (...)" (PETERS, 2003, passim)
O
escritor Ambrósio Peters, nos coloca ainda que aqueles que seriam os símbolos
principais e essenciais a existência da atual Maçonaria Especulativa
(Simbólica). Cabe destacar também que são destes símbolos que os Maçons
metaforicamente retiram os princípios básicos e os seus principais ensinamentos
éticos e morais:
"O
trabalho dos franco-maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção
em si. Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua
para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas, o maço e o cinzel,
para dar-lhes a forma adequada, e o nível e o prumo, para assentá-las com
perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra. Eram, portanto três
diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra
(...)" (Idem)
Podemos,
com base no trabalho desenvolvido pelos pedreiros medievais, concluir que
existiam três diferentes grupos de instrumentos operativos. Cada um destes
instrumentos estava ligado a uma das fases da construção. Cada fase exigia do
construtor um nível diferente de conhecimento para a sua execução e
finalização:
A
medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras;
O desbaste, adequação das formas e o polimento
para dar o acabamento adequado às pedras;
A aplicação e o assentamento das pedras na
construção.
Estes
conjuntos de instrumentos que são necessários a execução de cada etapa da
obra., indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente os diversos Graus que nela
existem. Cada Grau, representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos
que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos
Maçons.
Uma
das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano
nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante as
mensagens da Simbologia Maçônica. Como se coloca em alguns rituais: devemos
pensar mais do que falamos. A reflexão e a conseqüente meditação são essenciais
a compreensão da linguagem maçônica.
O
avanço pelos diversos graus, portanto não deve ser considerado pelo tempo que
esta sendo empregado, não devem ser conduzidos pela pressa. o que deve ser
levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada
Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar com segurança e
sabedoria os degraus da Escada de Jacó.
Bibliografia:
BONDARIK,
Roberto - A Interpretação e o Entendimento dos Símbolos.
Escolas
do Pensamento Maçônico. In: A Trolha: Coletânea 6. Londrina: A Trolha, 2003.
p.141-151;
CAMPANHA,
Luiz Roberto - A Filosofia e a Análise dos Símbolos. In: Caderno de Pesquisas
20. Londrina: A Trolha, 2003. p.33-40;
PESSOA,
Fernando - Associações Secretas.
PETERS,
Ambrósio - O Simbolismo dos Instrumentos.
(*) Roberto Bondarik (bondarik@cp.cefetpr.br)
M.'.M.'.,
ARLS Cavaleiros da Luz, Nr 60 - Grande Loja do Paraná - Brasil.
FONTE: MAÇONARIA.NET
FONTE: MAÇONARIA.NET
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