Por Ir.'. Déo Mário Siqueira
Partiu hoje para um plano
superior um cidadão desses que desafiava a lógica.
De estatura pouco privilegiada
fisicamente surpreendia pela grande disponibilidade e prazer na convivência com
os seus pares. Manso no falar e leve no agir, jamais demonstrou qualquer
rejeição a situações nas quais estivessem envolvidos seres vivos, humanos ou
não. Quando eu o perscrutava sentia que tudo que fazia brilhar de prazer
aqueles olhos azuis como os do bom Sinatra era a velha e generosa VIDA, do
afeto estampado no balanço da cauda de um simples cão ao abraço grudado de
peito contra peito, quase deixando-nos sentir o compasso de um coração pleno de
brandura e afeto para com todos que dele tiveram a primazia de se fazer
próximo.
Fiel aos seus laços de
família, jamais negligenciou os demais que sempre o buscavam para extrair
daquele gigante pequenino bons fluidos, alegria, luz, ensinamentos mil através
do sorriso franco e fácil iluminado pelo olhar do qual às vezes imaginávamos
ver centelhas de atenção e amor pelo seu próximo, ainda que esse próximo
ficasse lhe pegando no pé com mimosos apelidos que fingia não estar gostando só
para poder mandar de volta algo no clima de forma tal que tudo tendia a
terminar em bom humor.
Rosa criou o chavão ”bons não
morrem, ficam encantados” e nós respeitamos o poeta das gerais, terra do nosso
grande pequenino mestre, porem com todo respeito e admiração ao peso da obra do
escritor, duvido se entre aqueles que agora, nesse instante, teem estilhaçado o
coração pela dor da perda de um verdadeiro irmão e amigo, o encantamento seja
alentador; duvido!!!
Do nosso Cajuzinho, o que
queríamos era a permanência para minimizar no meio de tanta incerteza a certeza
da sua meiga e às vezes física ternura, gentileza, cumplicidade, compreensão e
outros adjetivos adverbiados, assim mesmo: exageradamente, na medida certa de
sua áura iluminada.
Daremos ao seu frágil corpo um
último adeus, mas temos a certeza de que vai haver sempre uma cadeira vazia em
todos os lugares onde você iluminou e encheu de bondade egregoriana com sua
marcante presença.
Descanse em paz, Irmão José
Roberto Alves, um homem que cresceu da forma que deveríamos crescer todos: na
inteligência, na tolerância, na busca incessante pelo teor do primeiro e
definitivo mandamento: o primeiro.
Abraçado ao Ir.´. Gil
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