Por Ir.'. Nuno Raimundo
O
texto que hoje publico é motivado por um agradável convívio entre pessoas que
observam os mesmos princípios e costumes de vida em que tive o prazer de
participar e para o qual fui amavelmente convidado. Aliás, pelas presenças
neste encontro quase que me apraz dizer que se tratou de um “almoço de
família”…
Fica
assim desta forma aqui explicitado publicamente o meu agradecimento a quem
organizou tal refeição.
Posto
isto, vou "aflorar" um pouco acerca do relacionamento maçônico entre
irmãos.
Noutra
ocasião – noutro texto – já tive a oportunidade de abordar o relacionamento
entre maçons e suas famílias particulares, por isso venho agora focar-me noutro
ponto deste mesmo tipo de relacionamento.
Os
maçons consideram-se irmãos entre si, logo dessa forma, como partes integrantes
de uma “grande família”, que também é assumidamente universal.
É
habitual após a realização das reuniões/sessões maçônicas existir uma refeição
– ágape – entre quem esteve presente durante a realização dessas
reuniões/sessões onde habitualmente se convive e se tratam assuntos que nada
(em geral) tenham a haver com os assuntos tratados em maçonaria. Os irmãos
conversam, debatem, abordam temas variados sem ter a preocupação ou a obrigação
de cumprir com os preceitos que são obrigados a respeitar no interior da sua
Respeitável Loja.
Também
é habitual que membros de uma mesma Obediência visitem outras Respeitáveis
Lojas filiadas nessa mesma Obediência e assim conhecerem outros irmãos e
poderem conviver com eles, mas principalmente também conhecer os trabalhos
realizados por essas Respeitáveis Lojas, algo que é fulcral para a aprendizagem
e caminhada maçônica que o maçom se propõe a fazer.
Quanto
a visitas a outras Obediências, o mesmo já dependerá do reconhecimento que
exista entre elas. Estando vetada a visita de membros de Respeitáveis Lojas que
não sejam reconhecidas pela sua Obediência de origem, e o mesmo reciprocamente.
Sendo que se tal proibição não for observada, esse comportamento poderá ser
passível disciplinarmente mediante o regulamento que exista em vigor na
Obediência em questão.
Mas
apesar do que afirmei nos dois parágrafos anteriores, isso somente se aplica de
forma ritualista. Uma vez que nada proíbe ou impede o convívio entre pessoas
fora do “mundo da Maçonaria”. Fora das Respeitáveis Lojas é habitual irmãos da
mesma Obediência ou de Obediências “diferentes” se cruzarem e manterem relações
de amizade ou cordiais entre si.
Algo
que eu considero que seja até “saudável” que aconteça, porque muitos até são
colegas acadêmicos ou de trabalho, vizinhos e/ou até mesmo familiares na sua
vida profana, e como tal não haveria outra forma de ser. Teriam sempre de se
relacionar entre si. - Não há volta a dar -.
Assim
e como o Homem é um “animal social” logo faria todo o sentido que pessoas que
vivem mediante determinados princípios se relacionassem entre si no “mundo
profano”.
Não
será nada de estranho nem é algo que possa ser considerado como anormal ou
bizarro sequer!
Aliás
é mesmo habitual serem organizados “eventos brancos” – eventos abertos a
profanos – onde os intervenientes são membros das mais variadas organizações maçônicas
que existem bem como outras pessoas que nada têm a haver com a Maçonaria na sua
generalidade e que se calhar também nunca terão alguma ligação a ela.
Numa
larga maioria das vezes, quem frequenta este tipo de eventos é gente que apenas
gosta do tema "Maçonaria" e que o estuda, investiga, mas que depois
não se interessa por dar o respetivo "passo".
Normalmente
este tipo de eventos são debates, tertúlias ou simpósios onde habitualmente a
Maçonaria é o tema principal, mas onde pode qualquer outro tema ser abordado ou
designado como foco ou temática a ser abordada.
Na
prática o que é de interesse é o salutar debate e trocas de ideias pelas partes
presentes nesses encontros, para além do convívio e o relacionamento fraternal
que possa decorrer entre maçons, demonstrando dessa maneira que na realidade
“existe algo mais que nos aproxima do que aquilo que nos separa ”.
Estes
convívios que por vezes ocorrem, permitem também a existência de um diálogo
aberto e franco sem quaisquer preconceitos que possam existir entre pessoas
com origens diferentes.
-
É através do debate de diferentes pontos de vista e de determinados conceitos
que possam ser divergentes, que a evolução na e da Maçonaria pode ser
concretizada bem como o progresso da sociedade em geral -.
No
entanto, não é obrigatório que tal aconteça a curto trecho nem a médio prazo
sequer, ou se alguma vez tal sucederá.
O
que importa reter é que os princípios que todos dizem subscrever se tornem os
pontos fulcrais da forma de viver de cada um, seja na sua vida profana, seja na
sua vida maçônica.
E
se caminharem todos lado a lado, tanto melhor… a Sociedade só terá a ganhar.
Fonte: A Partir Pedra
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