Por
Eduardo Barretto / O Globo
Newton Trisotto disse que a corrupção brasileira é "uma das maiores vergonhas da humanidade". |
Outro
colega do tribunal afirmou que a corrupção no Brasil é uma das ‘maiores
vergonhas da humanidade’
BRASÍLIA
- O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Newton Trisotto, relator do
julgamento que manteve preso homem apontado pela Polícia Federal (PF) como
operador de Youssef no exterior nesta terça-feira, disse que a corrupção
brasileira é "uma das maiores vergonhas da humanidade". Já o ministro
Felix Fischer cogitou que nenhum outro país viveu "tamanha
roubalheira". A 5ª Turma da Corte decidiu por unanimidade manter a prisão
de João Procópio de Almeida Prado.
- A
corrupção no Brasil é uma das maiores vergonhas da humanidade - afirmou o
relator Newton Trisotto, em uma sessão de discursos fortes. O ministro também
ressaltou a extensão que está tomando a Operação Lava-Jato, ao revelar cifras
bilionárias.
A
defesa de João Procópio - apontado como homem de confiança de Youssef fora do
Brasil, e preso em julho - alegou que a prisão havia sido cumprida sem
requisitos legais. Ou seja, diziam que a prisão havia sido fora da lei, e que
deveria ser revogada.
-
Pelo valor das evoluções, algo gravíssimo aconteceu - disse Trisotto.
Trisotto,
acompanhado pelos outros ministros, negou essa tese, e qualificou o papel de
João Procópio no esquema como "fundamental".
-
Prado assumia papel relevante no esquema, controlava contas de Youssef no
exterior. Foi fundamental para controlar dinheiro de origem ilícita - afirmou o
relator. Com essa decisão unânime, o STJ reforçou a posição do juiz federal
Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato e vem sofrendo duros ataques de
advogados.
O
ministro Felix Fischer, ex-presidente do STJ, classificou a corrupção no Brasil
entre as maiores do planeta:
-
Acho que nenhum outro país viveu tamanha roubalheira - afirmou Fischer.
O
relator Newton Trisotto pediu ainda "coragem" para o juiz Sérgio
Moro. Trisotto citou o jurista Ruy Barbosa ao dizer que um juiz não pode ser
"covarde".
- Não
há salvação para o juiz covarde. O juiz precisa ter coragem para condenar ou
absolver os políticos e os economicamente poderosos - declarou o relator.
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