Por
Waldir Ferraz de Camargo
De
forma metódica, filosófica, simbólica, discreta - e não secreta - prepara seus
obreiros para que sejam hoje os construtores sociais, selecionando-os dentre os
de moral e conduta mais ilibada da sociedade, para somarem determinações e
anseios na luta pela justiça e liberdade, exaltando a fraternidade, o bem-estar
geral e a paz da humanidade.
A
data de hoje para a Maçonaria Brasileira é extremamente significativa,
comemorando sua ação operativa mais importante. Foi no dia 20 de agosto de 1822
que Joaquim Gonçalves Ledo e outros maçons iniciaram os preparativos para a
Independência, que aconteceu em 7 de Setembro do mesmo ano, legando à Nação a
liberdade em seu mais amplo sentido.Leia mais
Mas
a missão política da Maçonaria não terminou quando fizemos a Pátria livre ou
quando libertamos nossos irmãos negros, menos ainda quando proclamamos a
República.
De
lá para cá muita coisa mudou e a luta continua, pois estas conquistas
político-sociais não esgotam a missão da Sublime Ordem, nem diminui o papel dos
homens que se empenham em corresponder às necessidades prementes da sociedade
brasileira, que ainda carece das transformações necessárias que uma nação livre
exige.
Lamentavelmente,
constatamos com tristeza que a corrupção e a imoralidade na administração
pública têm corroído os alicerces que moldam os valores éticos que pretendemos
preservar, para vivermos na plenitude do bem comum, sob a égide dos princípios
da liberdade, igualdade e fraternidade.
A
má gestão do dinheiro público e o enriquecimento ilícito de alguns com o poder
nas mãos parecem transformar o cidadão. O trabalho honesto não é mais o símbolo
do homem digno e a esperteza, como regra geral, o faz valorizar-se erroneamente
mais pela fortuna que possui ou pelo seu pseudo dote intelectual, discriminando
as pessoas de bem, vivenciando a aparente sensação de uma batalha inglória.
A
Maçonaria não corteja o poder, mas sua grande missão é preparar seus membros
para que exerçam com dignidade suas tarefas se convocados para tal, praticando
o sentimento mais sublime de sua doutrina que é o respeito e a fé inabalável
nas leis do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus.
Por
isso é preciso que todos, Maçonaria e demais segmentos sociais, se unam para
envidar esforços buscando reestabelecer os valores aparentemente perdidos, da
ética e da moral, com base no senso harmonioso de convivência, no respeito à
pessoa humana e à natureza, a fim de que possamos exercitar o autodomínio pela
virtude da renúncia, tornando-nos capazes de agir em benefício da sociedade.
Parabéns
a todos os maçons de Bauru e do Brasil. Que nossas ações não se limitem apenas
à leitura e estudo da letra contida no Estatuto Maçônico, mas que se convertam
num ideal maior do sentimento invencível que nos impulsiona, que nos leva ao
universo, a todos os seres, ao infinito impenetrável, que é sustentado na luta
constante pela Justiça, paz, fraternidade, respeito mútuo e, sobretudo, pelo
amor que deve predominar entre as pessoas. Que o Grande Arquiteto do Universo
nos envolva em suas vibrações de paz.
O
autor é funcionário público estadual, professor de história e membro da Loja
Maçônica “Deus, Pátria e Família”
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