Por Déo Mário Siqueira
Deo Mário Siqueira |
A
heresia foi criada e ganhou notoriedade depois que determinada autoridade a
proferiu durante uma entrevista, lá no início dos anos 90. À época, foi tratada
como um erro crasso de alguém errado, no lugar errado e no tempo errados; mal
poderíamos imaginar que nos dias atuais a cultura dos neologismos viria
permitir um sem número dessas anomalias, "no ENTORNO" da nossa língua
falada e/ou escrita, pior, com a complacência de bons lentes, formadores de
opinião aptos e credenciados para se posicionarem em defesa da autenticidade do
nosso idioma...
Entendo
e concordo com sua (deles) postura: não vale à pena perder tempo na busca da
melhor e mais adequada forma de comunicação, quer seja falada ou escrita, num
pais que parece validar rotineiramente a corruptela de adágio que enfatiza que
o ERADO TA SERTO. Afinal, pensar e buscar a excelência a nada levam quando a
própria poesia se vê humilhada por rimas escrotas e mal intencionadas, postas
covardemente dentro dos nossos ouvidos pelos comunicadores e programadores de
plantão, no dia a dia das comunicações de massa via tv e demais veículos, sem
que surja uma autoridade que seja certa no lugar certo e com lucidez suficiente
para impor que a hora já não é certa pois ela, a hora, passou da hora...
Inúmeras
são as comparações que nos seria possível fazer entre o certo e o errado tão
praticado no atual momento nas cenas da rotina nossa de cada dia. Por exemplo:
basta recorrer ao linguajar dos senhores e senhoras repórteres superstar da mídia
televisiva cujos textos teleprompteados ou são redigidos por néscios ou nossos
portavozes leem pior que a encomenda, alias, em certas ocasiões sendo até
hilário(a)s, como aconteceu com uma que brilhou tanto na outra que hoje
reproduz na venus. O clima era sua (dela) atividade e chovia com frio nos
pampas, razão óbvia para o comentário jeniau: "devido ao frio os gauchos
vão precisar tirar as GARRUCHAS do armário..."
Assim,
sem pudor ou desconfiômetro, tocou em frente, ciente que só um paranóico como
eu -diagnosticado enquanto filava a bóia recentemente- poderia haver percebido
a troca sutil entre um artefato que protege da chuva com outro que é proibido
de ser usado para auto proteger, quem sabe, um gaucho desses que tanto
respeitamos...
Febeapa
à parte, dá para ampliar o argumento se formos ao campo da poesia musicada:
"bebo prá carái" comunica com MENAS complicação e retem quase o mesmo
lirismo que "e tropeçou no céu como se fosse um bêbado!" *
0 Comentários