Fonte: Brasil 247
Em meio aos rumores de que
pedirá recuperação judicial ainda hoje, petroleira do grupo EBX despencava
20,69% às 10h36 no Ibovespa; empresa comunica ao mercado que não houve acordo
com credores para reestruturar as dívidas de US$ 3,6 bilhões da companhia;
empresário que prometia ser o mais rico do mundo termina sua saga de forma
melancólica; caso irá deflagrar nova guerra política, uma vez que Eike Batista
era apontado como um dos "campeões nacionais" apoiados pelo PT. Leia mais
Do Infomoney - As empresas de
Eike Batista voltam ao holofote do mercado nesta terça-feira (29). Em meio aos
rumores de que pedirá recuperação judicial e após anunciar que encerrou sem
acordo as conversas com credores detentores de US$ 3,6 bilhões em bônus da
dívida, as ações da OGX (OGXP3), petroleira do Grupo EBX, registravam no pregão
desta terça-feira (29) às 10h36 (horário de Brasília) queda de 20,69%, sendo
cotados a R$ 0,23. As ações ficaram cerca de 15 minutos em leilão antes de
abrirem nesta sessão. O volume financeiro já alcança R$ 95,9 milhões, acima da
média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 88,7 milhões.
A empresa informou nesta
madrugada que, "após meses de negociação com alguns detentores de seus
8,375% Senior Notes com vencimento em 2022 e 8,5% Senior Notes com vencimento
em 2018, conclui as discussões com os detentores de seus bonds, porém nenhum
acordo foi alcançado".
Segundo três fontes disseram à
Reuters, a empresa se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial a
partir desta terça-feira. Se confirmado, o processo de recuperação judicial da
OGX será o maior da história de uma empresa latino-americana.
Uma das fontes da Reuters
disse na segunda-feira que a OGX planeja excluir do pedido de recuperação
judicial sua unidade de gás natural OGX Maranhão, que atualmente negocia venda
de uma participação para a Eneva (ENEV3), ex-MPX Energia. Na véspera, a Eneva
comunicou ter celebrado contrato de opção com bancos e credores da OGX Maranhão
para elevar sua fatia na empresa. As ações da Eneva chegaram subir 6,67% na
máxima do dia, mas minizaram e registram valorização de 2,44%, a R$ 4,61.
OSX confirma que não tem
intenção de pedir recuperação judicial
Já a OSX Brasil (OSXB3),
empresa de construção naval do grupo de Eike, afirmou em comunicado enviado na
véspera à Reuters que a diretoria da companhia não tem intenção de pedir
recuperação judicial no momento. Em reflexo, suas ações disparam 10,45%, a R$
0,74.
A empresa, que enfrenta falta
de caixa e ainda não conseguiu vender suas plataformas para fazer frente às
dívidas que somam cerca de R$ 5,3 bilhões, confirmou a informação de fontes
ouvidas pela agência de notícias de que a empresa buscará evitar o pedido de
recuperação judicial.
Leia abaixo reportagem
anterior do 247:
Fim da linha para Eike. Agora
é calote
247 - A OGX, do empresário
Eike Batista, avisou ao mercado que não conseguiu chegar a um acordo com seus
credores para reestruturar a dívida de US$ 3,6 bilhões da companhia. Diante
disso, a empresa pedirá recuperação judicial, naquela que será a maior
moratória privada da história da América Latina. Termina, assim, de forma
melancólica a saga do empresário brasileiro que prometia ser o mais rico do
mundo, mas não conseguiu entregar os resultados prometidos a seus investidores.
O caso Eike também deverá
deflagrar uma nova guerra política, uma vez que ele era apontado como um dos
"campeões nacionais" apoiados pelo BNDES e pelos governos do PT. O
BNDES é um de seus principais credores, mas alega que não será afetado pelo
calote.
Abaixo o noticiário da
Reuters:
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 29
Out (Reuters) - A petroleira OGX encerrou as conversas com detentores de 3,6
bilhões de dólares em bônus da dívida com vencimento em 2018 e 2022 sem obter
um acordo para reestruturar sua dívida após meses de negociações, disse a
empresa em um comunicado na madrugada desta terça-feira.
A OGX, controlada pelo
ex-bilionário Eike Batista, se prepara para entrar com pedido de recuperação
judicial a partir desta terça-feira, disseram três fontes com conhecimento da
situação à Reuters na segunda-feira.
(Por Jeb Blount e Guillermo
Parra-Bernal)
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