Seus
poemas mais conhecidos foram assinados pelos heterônimos Álvaro de Campos,
Ricardo Reis, Alberto Caeiro, além de um semi-heterônimo, Bernardo Soares, que
seria o próprio Pessoa, um ajudante de guarda-livros da cidade de Lisboa e
autor do “Livro do Desassossego”, uma das obras fundadoras da ficção portuguesa
no século 20. Além de exímio poeta, Fernando Pessoa foi um grande criador de
personagens. Mais do que meros pseudônimos, seus heterônimos foram personagens
completos, com biografias próprias e estilos literários díspares.
Álvaro
de Campos, por exemplo, era um engenheiro português com educação inglesa e com
forte influência do simbolismo e futurismo. Ricardo Reis era um médico defensor
da monarquia e com grande interesse pela cultura latina. Alberto Caeiro, embora
com pouca educação formal e uma posição anti-intelectualista (cursou apenas o
primário), é considerado um mestre. Com uma linguagem direta e com a
naturalidade do discurso oral, é o mais profícuo entre os heterônimos. São seus
“O Guardador de Rebanhos”, “O Pastor Amoroso” e os “Poemas Inconjuntos”. O crítico literário Harold Bloom afirmou que
a obra de Fernando Pessoa é o legado da língua portuguesa ao mundo.
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Fonte: Carlos W. Leite - R. Bula
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