Mergulhado em crise política e econômica, Portugal recebe Dilma

BBC Brasil
Dilma chega a hotel de Coimbra
Ao desembarcar em Portugal nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff vai encontrar um país mergulhado em uma crise política e econômica, com um governo demissionário apenas 18 meses após ser eleito. Vai se deparar também com a grande discussão: se Portugal vai ou não ter de recorrer a um programa de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI). Leia Mais


Para a socialista Ana Gomes, membro do partido governista e deputada do Parlamento Europeu, o país vive um momento "esquizofrênico".

"Por um lado, uma grande normalidade, de um país aparentemente europeu, onde tudo funciona normalmente. E por outro, uma crescente pobreza e dificuldades da classe média, devido à crise e aos sacrifícios que a situação impõe", diz Gomes.

Já para o analista político Carlos Magno, a visita de Dilma ocorre justamente em um momento em que o governo português deve tomar decisões, na expectativa de eleições que devem ocorrer no final de maio ou na primeira semana de junho.

"Dilma vai encontrar um país em grande mudança. Ela vai encontrar em Portugal um país que parece um desenho desanimado. Portugal é uma Europa em miniatura, com a agravante de que se encontra numa guerra civil verbal", diz Magno.

DESCRENÇA

Para o economista João Cantiga Esteves, o problema é que os portugueses deixaram de acreditar no governo. "A crise política está relacionada claramente com a questão da credibilidade", afirma.

"A situação é muito crítica e a base disso é a situação das finanças públicas, com a dívida pública e a dívida externa, que criam uma situação de constrangimento para o país. Estamos pior do que no ano passado, 2010 foi um ano perdido."

Magno acredita que o problema principal é político. "A crise econômica só se resolve quando houver um projeto mobilizador para a sociedade. Em Portugal, a crise não é econômica, é política. Acredito que vamos ter um entendimento no centro do espectro político."

As eleições, na opinião de Esteve, dificilmente vão resolver a crise política e econômica: "Não sou a favor de eleições antecipadas. Vamos ficar três meses até as eleições e depois, se não houver um governo com maioria absoluta, o que vamos fazer? Não vejo um grande enquadramento político para uma saída da crise, que vai ser muito dura".

Ele acredita que a saída para Portugal seria um governo de salvação nacional, com participação dos principais partidos.

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4 Comentários

  1. Certamente vão levar adiante a sugestão do Financial Times para que o Brasil "assuma" Portugal, já que apenas US$ 105 bilhões o tirariam do buraco. Como temos mais de US$ 320 bilhões em reservas, sobrariam US$ 215 bilhões para "adquirir" a Espanha, ou a Itália, ou...Eu acho que não quero...quero não!

    Vicente de Paulo Rodrigues de Arruda

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  2. Ao insistir nesta agenda, a Dilma errou. Mais uma vez, Itamaraty pisou na bola. Compreendendo momento de grave crise que passa o Portugal, deveria ter combinado o adiamento da visita. Dilma manteve agenda, em função da cerimônia de recebimento do título de Doutor Honoris Causa do Lula. Foi um total descortesia com o povo português. A educação vem do berço.
    Ossami Sakamori

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  3. Os governos em crise tem muito a aprender com os petistas: Como lobotomizar a população? Como comprar a elite financeira? Como comprar o principal canal de televisão? Como calar a população com a distribuição de esmolas?..

    Eduardo Heritier

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  4. Brasilllll compra portugal ooo dilma mostra para o mundo que o brasil descubriu portugal ass: eduardo

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