Da Redação
Em 24 de setembro de 1834, faleceu em Lisboa
Dom Pedro, imperador que marcou de forma decisiva a história de dois países: Brasil
e Portugal. Vítima de tuberculose, ele partiu poucos meses após ter conduzido,
ao lado dos liberais, a vitória sobre as forças absolutistas que ainda
resistiam em Portugal. Sua morte precoce, aos 35 anos, encerrou uma trajetória
curta em tempo, mas intensa em feitos políticos e militares.
Apesar de contradições ao longo de sua vida,
Dom Pedro foi consagrado por contemporâneos e pela posteridade como um
personagem-chave na propagação dos ideais liberais. Ele desempenhou um papel
fundamental em momentos de transição tanto no Brasil quanto em Portugal,
ajudando a romper as amarras de regimes autoritários e a abrir caminho para
formas de governo representativo.
No Brasil, sua liderança resultou na Independência
de 1822, processo que, embora não tenha eliminado todas as tensões sociais e
políticas, consolidou um novo Estado e inaugurou uma fase de autonomia. Já em
Portugal, sua intervenção na chamada Guerra Civil Portuguesa (1828–1834)
garantiu a vitória liberal sobre as forças miguelistas, consolidando a Carta
Constitucional de 1826 como base de um regime mais próximo do parlamentarismo
moderno.
O falecimento de Dom Pedro pouco após essa
vitória lhe conferiu uma aura de herói que sacrificou a própria saúde em nome
de ideais políticos. Sua imagem foi imortalizada como a de um mediador entre
dois mundos, capaz de assegurar a emancipação de uma antiga colônia e, ao mesmo
tempo, a modernização política da metrópole.
Assim, a memória de Dom Pedro permanece como
símbolo da luta contra o absolutismo e como um dos protagonistas do processo
que aproximou Brasil e Portugal dos valores do liberalismo do século XIX,
pilares de uma nova era política.
0 Comentários