Por Michel Baran— Adaptado para blog por [Luiz Sérgio Castro]
A adolescência sempre nos intriga. Para alguns,
é um turbilhão de hormônios e rebeldia. Para outros, uma espécie de
"doença" da qual precisamos nos curar para entrar no mundo adulto.
Mas será que é isso mesmo?
Neste artigo, propomos uma nova visão: e se a adolescência for, na verdade, uma jornada simbólica de transformação? Uma travessia cheia de riscos — e potencial.
A Era do Tudo ou Nada
O adolescente não aceita a mediocridade. Quer
intensidade, verdade, coragem. Ele se recusa a viver no “morno”. Nessa fase, os
jovens se descobrem únicos, insubstituíveis, e desafiam tudo: a família, a
escola, a religião, o sistema.
Esse impulso absoluto, porém, carrega perigos.
O fascínio pela morte — ou pela glória — pode levar a atitudes impulsivas e até
autodestrutivas. O jovem quer ser protagonista, nunca figurante. E, se não
encontra espaço para isso, pode mergulhar no vazio.
O Clã Contra a Monotonia
Diante de uma sociedade adulta que oferece
segurança e rotina — mas não paixão — os jovens se agrupam. Criam seus próprios
“clãs”, com símbolos, códigos e rituais. São pequenos mundos alternativos onde
se sentem reconhecidos e acolhidos.
Esses grupos funcionam como uma sociedade
paralela, muitas vezes incompreendida pelos adultos. Mas eles têm uma função
clara: preservar o entusiasmo da juventude e criar um espaço onde a ação, a
coragem e a amizade façam sentido.
E a Maçonaria com Isso?
Pode parecer improvável, mas a Maçonaria pode
ser essa ponte simbólica entre a juventude e a maturidade. Com seus rituais,
vestes, símbolos e valores, ela oferece uma estrutura onde o imaginário juvenil
pode evoluir, transformando-se em sabedoria.
A Maçonaria conserva o espírito do clã — mas o
eleva. Em vez de estimular a fuga da realidade, ensina a conciliá-la com o
idealismo. Um espaço onde se pode continuar a sonhar, mas com os pés no chão e
ferramentas simbólicas nas mãos.
O Perigo das Ideologias Vazias
Barão alerta para o risco de deixar a juventude
sem rumo. Quando falta orientação simbólica, o espaço pode ser ocupado por
ideologias radicais. O nazismo, por exemplo, seduziu uma geração com promessas
de grandeza, heroísmo e identidade.
Por isso, cabe às instituições, pais,
educadores e à sociedade como um todo oferecer caminhos reais para que o jovem
encontre sentido — sem precisar se entregar a causas que exploram seus
impulsos.
Nem Doença, Nem Desvio
A adolescência não é uma patologia. É uma etapa
poderosa, rica, arriscada — e absolutamente necessária. Cabe a nós não apenas
“tolerar” os jovens, mas ouvi-los, acolhê-los e oferecer-lhes meios de
canalizar sua força para algo maior.
A Maçonaria, enquanto tradição simbólica, pode ser um desses caminhos. Um espaço de passagem, de reflexão, de construção do ser — onde o fogo da juventude não é apagado, mas transformado em luz.
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transformador da juventude!
1 Comentários
Muito interessante essa comparação entre a juventude e a maçonaria!!
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