Da Redação
Em 4 de maio de 1888, um marco silencioso, mas profundamente simbólico, foi cravado na história da Maçonaria brasileira e na luta pela liberdade: o então Ministro da Agricultura do Império, um maçom comprometido com os ideais de justiça e fraternidade, apresentou o projeto de lei que daria origem à Lei Áurea. Este ato legislativo, aparentemente burocrático, antecipou o momento decisivo em que o Brasil se libertaria oficialmente de um dos capítulos mais sombrios de sua história — a escravidão.
Nove dias depois, em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel, então regente do Império, sancionaria a lei que extinguiria oficialmente a escravidão no Brasil. A assinatura da Lei Áurea foi o desfecho de uma longa trajetória de lutas, pressões sociais, campanhas abolicionistas e esforços parlamentares — entre os quais a Maçonaria teve papel ativo e determinante.
A participação de maçons em todas as etapas desse processo não foi ocasional. Desde o século XIX, a Maçonaria brasileira vinha se destacando como uma força de vanguarda na defesa das liberdades civis, dos direitos humanos e da justiça social. Nas Lojas Maçônicas, reuniam-se intelectuais, políticos, juristas e líderes sociais que faziam ecoar o clamor pela abolição. A Maçonaria, enquanto instituição comprometida com os princípios da igualdade e da fraternidade, ofereceu apoio intelectual, logístico e político à causa abolicionista.
Ao apresentar o projeto de lei em 4 de maio, o Ministro maçom simbolizou o encontro entre o ideal e a ação, entre os valores cultivados nos templos maçônicos e a prática política em prol da emancipação humana. Foi uma vitória moral e histórica que coroou décadas de resistência e articulação, nas ruas, nas tribunas e nos templos.
Este episódio revela, de forma exemplar, como a Maçonaria contribuiu de maneira concreta para a transformação do Brasil imperial em uma nação mais justa e igualitária. A efeméride de 4 de maio deve, portanto, ser celebrada como um lembrete da aliança entre os ideais maçônicos e a construção de uma sociedade livre, humana e fraterna.
Que esta data continue a inspirar maçons e cidadãos a lutarem contra todas as formas de opressão e a promoverem, com coragem e sabedoria, a dignidade de todos os seres humanos.
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