Da Redação
Introdução:
Este artigo é
fruto de um trabalho conjunto da Loja Apolônio de Tiana (Grande Oriente da
Suíça) e visa promover uma reflexão sobre a presença do ego no ambiente
maçônico, tanto dentro quanto fora do templo. O ideal maçônico, pautado no
altruísmo, frequentemente se vê confrontado com a manifestação de egos
inflados, o que nos leva a questionar: como conciliar o individual com o
coletivo?
A Natureza do Ego:
O termo
"ego", derivado do latim "eu", refere-se à representação e
consciência que temos de nós mesmos. Ele pode se manifestar de duas formas
principais:
Ego fraco: Marcado pelo medo e pela repressão de impulsos inconscientes.
Ego forte: Adaptável, resiliente e livre de amarras como complexos e ansiedades.
O ego, quando
descontrolado, leva o indivíduo a centralizar o universo em si mesmo,
utilizando os outros como meros instrumentos para seus interesses.
O Ego e o Ideal
Maçônico:
A Maçonaria,
enquanto movimento espiritual, busca libertar o indivíduo do ego, permitindo o
acesso ao autoconhecimento. Para isso, é necessário:
Descartar a
pretensão e a vaidade.
Superar a
superficialidade e buscar a essência interior ("conhece-te a ti
mesmo").
No entanto, a
completa ausência de ego pode ser prejudicial, pois corremos o risco de perder
a criatividade e a capacidade de realizar projetos, tanto individuais quanto
coletivos. Além disso, muitas causas nobres perderiam seus defensores.
O Falso Eu e o
Verdadeiro Eu:
O obstáculo ao
ideal maçônico não é o ego em si, mas sim o "falso eu", uma percepção
distorcida de nós mesmos, marcada por um ego superdimensionado ou
subdimensionado. A Maçonaria oferece ferramentas para nos libertarmos dessas
falsas percepções e nos aproximarmos do "verdadeiro eu".
A Ação Maçônica e o
Ego:
Embora o ego
possa ser um obstáculo ao ideal maçônico, ele não impede completamente a ação
maçônica. A construção do ser interior, realizada em conjunto com os irmãos,
diminui o espaço para o egoísmo e fortalece a busca pelo ideal.
A Maçonaria como
Espaço de Reflexão:
A Maçonaria não
é um espaço de uniformidade, mas sim um cadinho de ideias, um local de debate e
conciliação de opostos. As justas oratórias, quando realizadas com sabedoria,
promovem o conhecimento e a emulação. No entanto, o excesso de ego pode
transformar debates em brigas, o que torna o silêncio uma virtude.
A Busca pelo
Equilíbrio:
O maçom deve
buscar o equilíbrio entre o individual e o coletivo, abandonando o ego
desordenado e valorizando o amor fraterno. O trabalho maçônico, pautado na
frequência, no ritual e nas ferramentas simbólicas, auxilia nessa jornada.
Conclusão:
O ego
desordenado, marcado pelo egoísmo e pela falta de preocupação com o próximo, é
um obstáculo ao ideal maçônico. No entanto, a Maçonaria oferece um método para
superar esse obstáculo, incentivando a busca pela perfeição e a expansão da luz.
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