Giordano Bruno: O Mártir da Liberdade de Pensamento e do Conhecimento

 


Da Redação 

Em 17 de fevereiro de 1600, Giordano Bruno, filósofo, teólogo e frade dominicano italiano, foi executado em Roma, acusado de heresia pela Inquisição Romana. Nascido como Filippo Bruno em 1548, na cidade de Nola, Reino de Nápoles, ele adotou o nome Giordano ao ingressar na Ordem dos Dominicanos. Bruno é lembrado por suas ideias inovadoras que desafiavam as doutrinas estabelecidas da Igreja Católica e as concepções científicas da época.

Bruno propôs uma cosmologia que ia além do modelo heliocêntrico de Copérnico, sugerindo que o universo era infinito e que as estrelas eram sóis distantes, cada uma possivelmente circundada por seus próprios planetas habitados. Essas ideias desafiavam a visão geocêntrica dominante e implicavam uma pluralidade de mundos, o que era considerado herético. Além disso, suas crenças teológicas, incluindo questionamentos sobre a divindade de Cristo e a virgindade de Maria, contribuíram para sua condenação. 

Após anos de peregrinação pela Europa, durante os quais disseminou suas ideias e enfrentou oposição de diversas autoridades religiosas, Bruno foi preso em Veneza em 1592, após ser denunciado pelo nobre Giovanni Mocenigo, a quem ensinava técnicas de memorização. Posteriormente, foi transferido para Roma, onde enfrentou um longo julgamento. Recusando-se a renunciar às suas convicções, foi declarado herege pelo Papa Clemente VIII e sentenciado à morte. 

No dia de sua execução, Bruno foi levado ao Campo de' Fiori, uma praça central em Roma. Relatos indicam que ele foi despido, amordaçado para impedir que falasse e amarrado a um poste. Quando lhe apresentaram um crucifixo, ele teria desviado o olhar em sinal de recusa. Bruno foi queimado vivo, e suas cinzas foram lançadas no rio Tibre. Após sua morte, todas as suas obras foram incluídas no Index Librorum Prohibitorum, a lista de livros proibidos pela Igreja Católica. 

A execução de Giordano Bruno é frequentemente lembrada como um símbolo da repressão ao livre pensamento e à liberdade de expressão. Sua morte destacou os conflitos entre a autoridade religiosa e o avanço científico, e sua figura permanece como um mártir da busca pelo conhecimento e pela verdade.


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