Sócrates entrou para a história como um
filósofo do diálogo e do "conhece-te a ti mesmo" e como o pai da
filosofia moral.
Seu método baseava-se na refutação e na
maiêutica. Com a refutação, os diálogos socráticos nunca pediram discussão, de
modo que a conclusão permaneceu sempre aberta e pronta para ser novamente
questionada. Sócrates partiu do pressuposto de que não conhecia e via no seu
interlocutor alguém com quem tinha tudo a aprender. Essa estratégia teve como
objetivo demonstrar que o interlocutor tinha ideias contraditórias sobre o tema
em discussão e essa estratégia fez com que o questionado tivesse um efeito de
purificação da ignorância.
Desta forma, Sócrates, em diálogo com os
seus discípulos, demonstrou como a sua alardeada sabedoria não existia
realmente.
Mas depois, com a maiêutica, pretendia,
pelo contrário, revelar aos que se julgavam ignorantes, que eles, na verdade,
podiam ser sábios sem o saberem.
Desta forma o filósofo pretendia
“extrair” dos seus melhores discípulos, segundo a maiêutica, os seus
pensamentos absolutamente pessoais.
O ensinamento de Sócrates é que o
Aprendiz deve sempre reconhecer os seus próprios limites para poder continuar a
explorar-se destemidamente para se aproximar da verdade. Nem todos os discípulos
podem ser melhores, mas melhorar a si mesmo é a motivação sem a qual é
impensável empreender um trabalho sobre si mesmo.
“Sócrates foi talvez o primeiro maçom
porque vagou pelas ruas de Atenas mostrando às pessoas arraigadas nos seus
preconceitos que precisamos de nos questionar, questionar-nos sempre. Dê a si
mesmo a chance de mudar."
“Eu sei que nada sei”, disse Sócrates
aos que o condenaram à morte. Aqui está o fundamento paradoxal do pensamento
socrático do “conhecimento do não saber”, uma ignorância entendida como
consciência do não conhecimento definitivo, que no entanto se torna a razão
fundamental do desejo de saber.
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