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Ab intestato é uma expressão, em latim, que
se traduz como “por ausência de testamento”. Muito usada nos tempos modernos,
mas já foi considerada uma vergonha para as famílias de Roma dos Césares.
Antes de morrer, o romano deixava gravado o
nome daquele que, não só receberia seus bens, como deveria “continuar sua
obra”. Às vezes, o legado era apenas usar o mesmo nome.
A questão dos testamentos sempre foi algo que
mexeu com o imaginário das pessoas, pois envolve a inexorável ida para o plano
espiritual e os bens deixados no plano material.
Entramos em outra seara que é a herança. Dois
aspectos merecem nossa reflexão: O primeiro, embora jocoso, é muito sério e não
devemos permitir que aconteça : “HERANÇA É AQUILO QUE OS MORTOS DEIXAM PARA QUE
OS VIVOS SE MATEM”
Outro aspecto é o que ensina a filosofia
prática da Logosofia, corrente filosófica criada pelo argentino Carlos Bernardo
González Pecotche. No conceito de herança de si mesmo, ele preconiza: “O homem
será o que quer ser se unir ao seu saber e às suas forças o conhecimento da
própria herança."
Basicamente, devemos compreender que
acumulamos “bens” durante toda nossa existência (como seres espirituais) e que
há como acessá-los da maneira como vivemos, pois geramos também um “patrimônio”
para o nosso Ser de amanhã.
Necessitamos dar mais um passo para entendermos
o Testamento Maçônico: É a compreensão de que o que conquistamos ou o que temos
por direito, está estreitamente correlacionado a um dever ou a algo que é
preciso fazer.
Outra reflexão: Se há um testamento, haverá
um morto. Há um “morto” na iniciação? Não!
Se a resposta for: Morre o profano para
nascer o Iniciado. A reposta continua sendo não. O candidato é levado para uma
Câmara de Reflexão e não para um “Templo Mortuário”.
A mensagem contida naquele ambiente lúgubre
se firma no conceito filosófico de que a função da morte é nos ensinar a viver.
“Se queres bem empregar a tua vida, pensa na morte”.
Se um dia, então, vamos morrer, quantos
bens/direitos deixarei para os que aqui ficarem e quantos gerarão crédito no
“Banco Espiritual”?
A contabilidade é feita não por equações
matemáticas, pois AÇÕES POSITIVAS NÃO EXTINGUEM AS AÇÕES NEGATIVAS. Não adianta
tratar de 10 filhos e negligenciar o pai.
Por isto, somos chamados em vida à
consciência dos DEVERES para com DEUS, para com a HUMANIDADE, à PÁTRIA, à
FAMÍLIA e, acima de tudo, para CONOSCO.
O TESTAMENTO MAÇÔNICO que fica arquivado em
nossa pasta é um documento que escrevemos para o nosso Ser do futuro.
O ESCREVEMOS E ASSINAMOS ANTES DE TER TIDO
CONTATO COM AS INSTRUÇÕES MAÇÔNICAS. SE HOJE FORMOS CHAMADOS A LAVRAR UM NOVO
TESTAMENTO, AS RESPOSTAS SERÃO AS MESMAS?
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