(*) Por Ir.'. José Roberto Mira
Considerações
a respeito das letras M:.B:. do avental do M:.M:.
M –
a mais sagrada de todas as letras, segundo o dicionário esotérico, pois é
ao mesmo tempo masculino e feminino, isto é uma letra andrógina. É uma letra
mística em todos os idiomas, orientais e ocidentais. O nome sagrado de Deus em
Hebraico, aplicado a letra M, é “MeBorach”, que quer dizer o Santo ou o
Bendito.
B –
É uma clara expressão da dualidade dos princípios superpostos, que evidenciam a
lei da polaridade. Mostra claramente a relação entre o superior e o
inferior, o céu e a terra e o espirito e matéria. O lado
curvo, corresponde a involução ou revelação do espírito na matéria. O
lado reto, é o ascendente que corresponde à evolução do Espirito na
matéria. O lado reto mostra o domínio do homem, e o lado curvo o da
matéria. A forma hebraica desta letra e Beth, e tem uma relação com o
princípio da vida.
Em
nossa pesquisa encontramos varias interpretações para o
M:.B:. do avental do M:.M:., umas até interessantes, que tentaremos reproduzir
, e outras tão absurdas que não convém nem citá-las, por riscos de
reproduzirmos o ridículo sem berço e sem fundamento.
MohaBon
Respeitando
as várias opiniões , já que existem
muitas controvérsias sobre a origem do M:.B:.,
preferimos ficar com o que nos ensinou nossos mestres, que alias é endossado
pela convenção de “Lösane”, Setembro de 1875, que afirma o seguinte:- O
avental do M:.M:. do Rito Escocês Antigo e Aceito, será branco forrado de
vermelho com as iniciais M:. B:. alusivas à palavra S:. do Grau .
Quando fomos exaltado , aprendemos sobre a belíssima lenda do nosso
mestre Hiran, e a parte que mais nos tocou, foi quando os irmãos
encontraram o corpo, já em estado de putrefação, e ao tentar levantá-lo,
exclamaram:-‘A carne se desprende dos ossos”!! em hebraico M:. H:. B:., que foi
adotada pela maioria dos ritos maçônicos, como a palavra S:. do M:.M:. .
É lógico que a tradução difere de acordo com o idioma,
mas a essência é e será sempre a mesma em todos os ritos e potências.
Mak Benak
O
manuscrito “The Graham”, do ano de 1726, fala sobre a lenda de Noé e seus três
filhos “Sem, Cam e Jafet, que encontramos nos antigos rituais. Noé teria
recebido do GADU, a missão de construir a Grande Arca, que embora de
madeira fora construída segundo a Geometria, e de acordo com as
regras maçônicas. Diz a lenda que os três filhos foram até o túmulo do pai
Noé, a fim de tentar descobrir o segredo que possuía o grande patriarca
Bíblico. Quando tentaram levantar o corpo já em avançado estado de
decomposição, um dedo e um pulso se desprendeu, e só conseguiram
levanta-lo, fazendo uso dos “Cinco Pontos Perfeitos”.
Um
dos filhos teria dito:- “Ainda há tutano neste osso” !
[Marrow in the Bone” –] segundo alguns pesquisadores maçônicos, origem
das iniciais M:.B:., que mais tarde se tornaria “Mak Benak”. Este é o
único documento que se refere a lenda de Noé, com conexão com os
C:.P:.P:. e com a palavra S:. do mestre . A lenda de Hiram
ainda não era conhecida.
Moab Bem-ami
Jules
Boucher, defende a teoria Moabita [“O que vem do Pai”], aliás
interpretação aceita por muitos rituais antigos, que cita o incesto
praticado pela duas filhas de Ló [Gênesis cap 19 vs. 30 a 38]. Ló
vivia com suas duas filhas, num local onde não existia nenhum outro homem
. Para que se cumprisse a tradição do patriarcado, e a geração do
genitor, e não havendo outra solução, elas resolveram
embebedar o pai com vinho, e copularam com ele, totalmente embriagado. A
primeira a cometer o incesto foi a primogênita, que engravidou e deu a luz a um
filho, dando lhe o nome de “ Moab” [que vem do pai], em seguida a Segunda
filha a imitou e deu a luz a “ Bem-Ami” [pai do filho].
Desse
fato surgiu na Maçonaria a estranha interpretação “Aquele que vem do pai” ou
“geração do pai’. Maçons que aceitavam essa hipótese tentaram relacionar
a imoralidade do incesto com podridão, putrefação etc. Adversários da
maçonaria, aproveitaram-se disto para desmoralizar e denegrir a sublime ordem,
como por exemplo o escritor antimaçonico Paulo Rosen em sua obra “Satan e
Cia”.
Maugh Bin
Num
apêndice da sua obra “Historiy of Free Masonary”, à página 487, o Ir:. R. F.
Gould reproduz uma publicação do jornal sensacionalista
“Flying Post” [Correio Volante ] , impresso em Abril de 1723,
descrevendo o que seria uma iniciação Maçônica. Prossegue o articulista
contando que ao candidato, entre outras coisas , era revelada a palavra
“Maughbin “, a qual era transmitida de ouvido a ouvido ate chegar ao
Mestre. Então o candidato era posto à ordem como o Mestre, e devia
recitar :- [traduzido p/ o português]
Fui iniciado Maçom,
Vi “B” e “J ”.
Prestei o rarissimo juramento .
Conheço a pedra o diamante e o esquadro.
Conheço perfeitamente a parte do Mestre.
Como um probo “Maughbin” poderá dizer-vos
Bons
autores apontam a palavra MaughBin ou MachoBin
cuja tradução é algo parecido com ;- “ É ele , ele esta morto” !!
De
qualquer modo isto está relacionada com “Putrefacto”, e o significado
varia conforme o idioma. Em Francês por ex. quer dizer ;-
“podre até os ossos” [ la chair quitte les os”].
Mac Benah
Os
Jacobitas e a lenda de Hiram – vasta literatura sobre o Grau de mestre, levanta
a hipótese de a lenda de Hiram ter surgido por inspiração
política dos partidários dos Stuarts, os Jacobitas.
Em
30.01.1649, o Rei Carlos I dos Stuarts foi decapitado por decisão do
parlamento Inglês. Após a morte do Rei os maçons Jacobitas, por
segurança acobertavam seu partidarismo por segredo. Assim o filho
do decapitado passou a representar o Verbo, a Palavra Perdida, e os
maçons eram os filhos da viuva, alusão a rainha Henriette de França,
viúva do finado Rei.
Mackey,
na sua enciclopédia definiu a palavra MacBenah como derivada do dialeto
gaélico, significando “Filho Abençoado”, alusão ao príncipe filho de
Carlos I . A nosso ver os maçons Jacobitas apenas se aproveitaram da
doutrina maçônica da época, em proveito de suas tendências de hegemonia dos
Stuarts, mas é bom lembrar, que a lenda do Mestre Hiram só viria a
existir quase um século após.
Maçonaria Brasileira
Só
a titulo de curiosidade, vamos citar o Ir:. Manuel Gomes no seu “Manual
do Mestre Maçom”, pag. 321 a 334 “O manifesto Maçônico do primeiro G:. M:.
do Grande Oriente do Brasil, José Bonifácio de
Andrada e Silva, que entre outras observações, critica a disseminação de
lojas estrangeiras, com rituais executados nos vários idiomas, menos no
da nossa pátria, e conclama os maçons patriotas a usarem obrigatoriamente nos
aventais de mestre as iniciais M:. B:., alusivo a “Maçonaria Brasileira”.
A
bem da verdade em nossa pesquisa, encontramos uma infinidade de explicações e
definições a respeito do M:.B:., porem por irrelevantes, citamos as que
realmente interessam à Sublime Ordem.
Mak Benak –
usada pelo Rito Adonhiranita, Mak origem Galica significa –podridão, estar
podre.
Mac Benac –
Rito Moderno ou Francês, “Viver no Filho”
MoaBom --
Rito Schroeder “O filho do Mestre está Morto”.
MohaBon –
Rito E:.A:.E:.A:. “A carne se desprende dos Ossos”.
Mac-Benah –
“Filho da Putrefação ou do Mestre Morto”
Macheh-Bea [Beamacheh] –
Deus seja Louvado”.
Como
se vê , não obstante as inúmeras definições e variações, a mensagem
que fica é a mesma. A afirmação da imortalidade, a eterna ressurreição,
é preciso morrer, apodrecer afim de renascer para
o eterno ciclo cósmico. O Mestre exaltado transpõe a
materialidade da morte e assume a preponderância do espírito.
Meus
irmãos, isto posto concluímos que antes e alem de tudo, há algo especial
na exaltação, qual seja :Exaltação, vem do latin : - EX – ALTARE, ou seja alem
do altar, transpor o altar, mudar transcedentalmente de nível, quero
dizer o Maçom , [com os três golpes que feriram o Mestre Hiran]
deve destruir em si mesmo:
1
– O coração – mudando seus sentimentos, do egoísmo p/ o amor ao
próximo, e a humanidade;
2
– A garganta – aprimorando o seu verbo ou expressão, de modo a
tornarem-se somente palavras úteis, verdadeiras, e sempre que possível
agradáveis;
3-
A cabeça – Pondo em sua mente um novo modo de pensar, elevando–se acima do
material, temporal e finito para renascer sobre o símbolo da acácia
imperecível, num nível superior de compreensão e consciência que o tornará um
autentico e digno mestre.
Para
finalizar, uma máxima mística para os Ir:. refletirem:
“NASCEMOS PARA MORRER, E MORREMOS PARA NASCER”!!
Meus
Irmãos; que o G:.A:.D:.U:. cuja sabedoria divina dirige suave e
poderosamente todas as coisas, nos abençoe e nos ilumine para que
possamos passar um pouco do nosso modesto conhecimento a todo irmão que
queira fazer progresso na nossa “Sublime Ordem”.
Livros e Autores Consultados:
Curso
de Maçonaria Simbólica – Theobaldo Varoli Filho
O
Mestre Maçom – Francisco Assis Carvalho {Chico Trolha]
A
Simbólica Maçônica – Jules Boucher
Manual
do Mestre Maçom – Manoel Gomes
Maçonaria
e o Livro Sagrado – Zilmar de Paula Barros
Maçonaria
Mística – Rizzardo da Camino
Ritualistica
Maçônica – Rizzardo da Camino
Bíblia
Sagrada.
(*)
José Roberto Mira,
M.'.M.'.
Gr.'. IV - A.'.R.'.L.'.S.'. RENASCER 130 (G.'.O.'.P.'.)
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