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As cerimônias de iniciação fechadas levam a toda sorte de especulações |
A
verdade é que percorrer a história dos maçons não é o suficiente para
desvendarmos todos os segredos da ordem. Na verdade, o que se pode perceber é
como as mudanças ao longo do tempo mantiveram ou até reforçaram no coração da
instituição o comportamento discreto que sempre utilizaram.
Se
na atualidade as oficinas e obediências maçônicas são constituídas legalmente
sob a forma de associações (na França, desde a lei de 1901 sobre a liberdade de
associação), se portanto sua existência é reconhecida, se elas não são de modo
algum associações clandestinas, deve-se dizer que houve uma longa trajetória
desde o século XVIII. Tão logo apareceram, as lojas maçônicas, que proclamavam
a fidelidade ao poder estabelecido e a ausência de condutas conspiratórias, mas
ao mesmo tempo reivindicavam o direito de se constituir livremente, sofreram
com o açoite das proibições políticas, sob a alegação principal de que seus
membros se reuniam em segredo.
O
que não se dizia, no entanto, era que as autoridades policiais conheciam
perfeitamente os locais em que se reuniam os maçons e, em determinados
períodos, não se furtavam a importuná-los. A mesma argumentação presidiu as
condenações e excomunhões da Igreja Católica, desde 1738 até o final do século
XX. A excomunhão só foi suprimida da legislação canônica em 1983, quando
apareceu o novo Código de Direito Canônico.
Assim,
apenas usar a disciplina da história não nos trará mais perto de penetrar em
seu mundo fechado de rituais, sinais secretos e estranhos apertos de mão.
Compreender o que significa ser maçom nos dias de hoje exige uma análise que
abranja seu sistema de crenças e um exame mais próximo da estrutura de suas
famosas lojas, a unidade básica por excelência do universo maçônico.
Como
acontece com tudo que é conservado por trás de portas fechadas, as práticas e
crenças dos maçons despertam a curiosidade de todos que estão do lado de fora.
Esse segredo é também o principal alimento para muitos boatos e falsidades que
têm sido mais murmurados do que explicitados sobre as atividades dos maçons, já
que são da natureza humana o temor
e
mesmo a rejeição àquilo que não se conhece ou não se consegue entender. Para
aumentar a confusão, existem ainda os chamados “corpos anexos ou concordantes”,
que têm práticas similares às dos maçons, mas possuem uma história e uma
fundamentação diferentes. Como uma organização que dá tamanha importância aos
significados subjacentes e ao simbolismo, para os maçons existe uma razão por
trás de cada decisão, desde os lugares em que as pessoas se sentam nas lojas
até os emblemas que têm direito a portar em cada momento.
Para
tornar mais complexa a tarefa da compreensão, como ocorre com toda organização
que tem adeptos no mundo inteiro, algumas práticas variam de um lugar para
outro e mesmo de uma loja para outra, de acordo com a história percorrida por
cada um desses locais. Embora num primeiro momento talvez seja difícil seguir a
complexa estrutura dos maçons e dos “corpos anexos ou concordantes”, algumas
informações básicas podem tornar as coisas mais claras.
Fonte: História Viva
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